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14 de dezembro de 2011

GOVERNO REDUZ TRIBUTOS SOBRE IMPORTAÇÃO DE BENS DE CAPITAL

   O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) informou ontem que 298 produtos sem fabricação nacional terão impostos de importação reduzidos. Os itens contemplados nas resoluções Camex número 95 e 96 são bens de capital, de informática e telecomunicações. A alíquota do regime de Ex-tarifários é de 2% até dezembro de 2012.
   O incentivo para a compra de bens de capital no mercado internacional era um pedido antigo de industriais e líderes de associações de Comércio Exterior. De acordo com Celso Grisi, diretor-presidente do Instituto Fractal, as resoluções podem fomentar o reequipamento do parque fabril brasileiro. "Minha única lamentação é de que a medida veio muito tarde. Foi preciso uma nova crise para que estimulasse essa ação do Governo", diz. Por outro lado, o saldo da balança comercial deve sentir o maior peso das importações de máquinas e equipamentos. Segundo José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a diferença entre exportações e importações deve ser substancialmente menor do que a de 2011. "Apenas as exportações devem perder 10% no próximo ano. Mesmo que a crise influencie o volume de importações, a redução deve ser muito mais suave", afirma Castro.
   Uma barreira às exportações é a desaceleração das linhas de crédito para o comércio exterior, que hoje correspondem a cerca de 25% das negociações que envolvem empresas brasileiras. De acordo com Luciano Rostagno, estrategista-chefe da WestLB, este é um dos canais de contágio das crises internacionais. Com a redução e o encarecimento das linhas de crédito, há uma barreira às exportações. "O Governo está fazendo de tudo para minimizar este efeito. As macroprudenciais, em boa medida, foram revistas devido à compensar essa queda de financiamento internacional", afirma.
   Celso Grisi afirma que essa linha de crédito influenciará as exportações, ao contrário das importações. "Isso não atrapalhará a importação de novas máquinas, por exemplo. Os países fabricantes das máquinas contempladas pela nova regra do ministério são justamente os que possuem os bancos que fornecem essas linhas", comenta.
   Os investimentos relacionados aos novos Ex-tarifários chegarão a US$ 4,6 bilhões, sendo que os valores relacionados à importação de equipamentos são de US$ 570 milhões. Segundo o Mdic, os produtos serão importados basicamente da Alemanha (26%), da Itália (16%), dos Estados Unidos (13%) e do Japão (11%). Segundo Grisi, bancos como o Hermes, da Alemanha, e o Ex-Im Bank, dos Estados Unidos, trabalharão para fomentar a venda de bens de capital para o Brasil. "Trazendo equipamentos de alta produtividade, teremos um ganho de produtividade muito grande", afirma Grisi.

Setores
   De acordo com Mdic, os projetos relacionados aos novos Ex-tarifários beneficiarão em maior medida os setores de mineração, siderúrgico e autopeças. Em comunicado, o ministério informou que a medida visa a construção de uma usina de pelotização, de um concentrador e de um novo mineroduto. "Isso elevará a capacidade de produção para 30,5 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro por ano; a instalação de uma nova fábrica de motores, com capacidade para produzir 120.000 unidades por ano; e a implantação de um monotrilho para melhoria da infraestrutura de transporte urbano e a expansão da rede ferroviária de transporte de passageiros por metrô, em São Paulo".
Segundo o Mdic, o plano contempla também investimentos para implantação de uma nova fábrica de biocombustíveis; aumento da produção em 4.700 toneladas por ano de cabos metálicos para produção de pneus de engenharia civil; expansão de parque fabril para produzir freios ABS, sistemas de direção e de suspensão para veículos; aumento da capacidade de produção de aços longos destinados à construção civil; e modernização de uma fábrica para produção de lentes oftálmicas.
Frederico Turolla, economista da ESPM, afirma que a medida é pontual. Segundo o professor, a solução para a questão do sucateamento do parque fabril nacional seria uma desoneração geral na carga tributária incidente na indústria. "Isso é um antipirético. Baixa a febre mais não resolve a doença", afirma.
   No entanto, Grise afirma que as resoluções incentivam os investimentos no setor industrial. "O mercado interno tem perdido para China e Coreia. No externo, para o dólar. Temos que recuperar o longo período de sucateamento das nossas fábricas", comenta. O diretor-presidente da Fractal ainda sugere que o Governo subsidie operações de hedge cambial para que empresários de menor porte consigam se proteger da volatilidade do câmbio e garantir a compra de novos equipamentos. "O Governo não pode exigir que bancos privados façam essa operação, mas é quase uma obrigação dos bancos públicos fornecerem esse tipo de facilidade para o empresário", afirma Grisi.
Fonte: Diário da Indústria e Comércio

EXPORTAÇÕES SIMPLIFICADAS PODERÃO SER FINANCIADAS PELO PROEX

   As operações de exportação de bens realizadas por meio de Declaração Simplificada de Exportação (DSE) poderão se utilizar do Programa de Financiamento às Exportações (Proex). Essas operações são feitas sem a exigência de Registro de Exportação e estão limitadas até o valor de US$ 50 mil. A Portaria da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que será assinada hoje durante a 20ª Reunião Plenária do Fórum Permanente das Micro e Pequenas Empresas, irá viabilizar a medida de estímulo a esta categoria empresarial.
   “Esta é uma solução concreta para um problema operacional que identificamos e que terá impacto positivo para os pequenos empreendedores”, explica a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Lacerda Prazeres. Em 2010, as exportações por DSE somaram US$ 784 milhões e 9.171 empresas se utilizaram desta forma de venda ao mercado externo. Vale notar que o preço médio das exportações por DSE (US$ 6,8/Kg) foi 1.643% superior ao das exportações totais brasileiras no ano passado (US$ 0,39/Kg).

Proex para DSE
   O Proex consiste no financiamento direto ao exportador brasileiro, que recebe o valor da exportação à vista, oferecendo ao importador prazo para o pagamento da transação. Trata-se de mecanismo para o apoio, principalmente, às exportações de micro e pequenas empresas, e contempla aquelas com faturamento bruto anual de até R$ 600 milhões. O agente financeiro do Proex é o Banco do Brasil.
   Para acessar ao financiamento nos casos de DSE, os empresários terão que fazer o Registro de Crédito (RC) no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), mas não precisarão fazer o Registro de Exportação (RE). Caso o financiamento seja aprovado pelo Banco do Brasil, bastará aos exportadores apresentarem a cópia da DSE e os documentos relacionados ao embarque das mercadorias para que o empréstimo seja liberado.
Fonte: MDIC

18 de novembro de 2011

CRISE AFETA EXPORTAÇÃO DE CARNE DE FRANGO DO BRASIL

   Neste ano, as embarques de frango do Brasil cresceram menos que o previsto pelos exportadores, e a principal razão é a demanda mais contida. "Esperávamos um crescimento de 3% a 5%, mas dificilmente chegaremos a isso", reconhece Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef).
   Entre janeiro e outubro deste ano, os volumes somaram 3,233 milhões de toneladas, um crescimento de apenas 1,5% em relação ao mesmo período de 2010, segundo a Ubabef.
   A previsão para a receita com as vendas externas de frango, porém, está mantida, já que houve aumento nos preços do produto na exportação. A alta recente do dólar também é favorável ao setor. Conforme a estimativa da entidade, a receita deve alcançar US$ 8 bilhões este ano, 18% de alta sobre 2010. Até outubro, os embarques de carne de frango renderam US$ 6,743 bilhões, aumento de 21,1% sobre igual intervalo de 2010.
   Segundo o presidente da Ubabef, a receita avançou, apesar da queda dos volumes vendidos, porque o Brasil conseguiu repassar a alta dos custos para os preços e foi mais competitivo que os EUA, seu concorrente no mercado mundial de frango. Considerando apenas outubro, os embarques de frango somaram 335,73 mil toneladas, 0,7% acima do mesmo período do ano anterior. As receitas no período avançaram 17,1% na mesma comparação, para US$ 707,73 milhões.
   Além da crise, que afeta a demanda europeia, as exportações brasileiras também sofreram os efeitos do embargo russo a estabelecimentos exportadores de carnes do país, observa Turra. Outro motivo foi a interrupção, sem justificativas, das compras do Irã, acrescenta.
   Diante do atual cenário, o setor está cauteloso com o próximo ano. "Deve ser um ano complicado, de baixo crescimento, com disputa com produtores locais nos mercados importadores", avalia Turra.
Fonte: Federasul

COOPERATIVAS EXPORTAM MAIS DE US$ 5 BILHÕES PELA PRIMEIRA VEZ

Brasília (18 de novembro) – Pela primeira vez em um ano, as exportações das cooperativas brasileiras passaram do patamar dos US$ 5 bilhões e alcançaram o valor de US$ 5,141 bilhões. As vendas do setor, no acumulado anual de 2011 (janeiro-outubro), já ultrapassaram o total exportado em 2010 (US$ 4,417 bilhões) e também os valores registrados nos anos anteriores da série histórica iniciada em 2005. Nos primeiros dez meses de 2011, as exportações apresentaram crescimento de 34,6% sobre igual período de 2010 e a participação do setor na pauta de exportações brasileira está em 2,4%.
   Nas importações das cooperativas, também houve crescimento de 32,5% sobre igual período do ano passado e as compras somam US$ 284 milhões no acumulado deste ano, com participação de 0,3% no total das aquisições do país no exterior. Com estes resultados, a balança comercial das cooperativas apresenta saldo positivo de US$ 4,857 bilhões nos primeiros dez meses, resultado recorde para o período superando em 34,7% o de 2010, quando atingiu US$ 3,606 bilhões. A corrente de comércio acumulada foi também a melhor da série, com US$ 5,425 bilhões e expansão de 34,5% em relação ao período de janeiro a outubro de 2010.

Estados
   Nos dez meses de 2011, São Paulo foi o estado com maior valor de exportações de cooperativas, com US$ 1,716 bilhão, representando 33,4% do total das exportações deste segmento. Em seguida aparecem: Paraná (US$ 1,696 bilhão, 33%); Minas Gerais (US$ 666,8 milhões, 13%); Rio Grande do Sul (US$ 331,4 milhões, 6,5%); e Santa Catarina (US$ 248,9 milhões, 4,8%).
   O Paraná foi o estado com maior valor de importações via cooperativas, com US$ 115,4 milhões, representando 40,6% do total das importações deste segmento. Em seguida aparecem: Santa Catarina (US$ 68,1 milhões, 24,0%); São Paulo (US$ 46,6 milhões, 16,4%); Rio Grande do Sul (US$ 20,1 milhões, 7,1%); Goiás (US$ 15,7 milhões, 5,5%).

Produtos
   Entre os principais produtos exportados pelas cooperativas, entre janeiro e outubro de 2011, se destacaram: açúcar refinado (com vendas de US$ 902,5 milhões, representando 17,6% do total exportado pelas cooperativas); soja em grãos (US$ 663,1 milhões, 12,9%); café em grãos (US$ 623,7 milhões, 12,1%); e açúcar em bruto (US$ 596,3 milhões, 11,6%).
   Já entre os produtos adquiridos pelas cooperativas, os principais, no período, foram: diidrogeno-ortofosfato de amônio (US$ 24,7 milhões, 8,7%); cevada cervejeira (US$ 23,8 milhões, 8,4%); ureia com teor de nitrogênio (US$ 22,3 milhões, 7,8%); malte não torrado (US$ 17,9 milhões, 6,3%); nitrato de amônio (US$ 13,3 milhões, 4,7%).

Mercados
   No acumulado do ano, o principal mercado de destino dos produtos das cooperativas brasileiras foi a China, com vendas de US$ 661 milhões, representando 12,9% do total. Em seguida, aparecem: Emirados Árabes Unidos (US$ 497,2 milhões, 9,7%); Estados Unidos (US$ 483,5 milhões, 9,4%); Alemanha (US$ 384,9 milhões, 7,5%); e Países Baixos (US$ 265,1 milhões, 5,2%).
   As cooperativas adquiriram insumos, principalmente, de Argentina (compras de US$ 43,2 milhões, representando 15,2% do total); Alemanha (US$ 36,9 milhões, 13,0%); Rússia (US$ 35,6 milhões, 12,6%); Estados Unidos (US$ 24,6 milhões, 8,7%); Paraguai (US$ 21,8 milhões, 7,7%).
Fonte: MDIC

14 de outubro de 2011

PRODUTORES GAÚCHOS QUEREM QUE UNIÃO MANTENHA LIMITE DE IMPORTAÇÕES DE LEITE EM PÓ ARGENTINO

   A cadeia produtiva do leite do Rio Grande do Sul está solicitando ao Governo Federal que mantenha limitado em 3,3 mil toneladas mês o volume de exportações de leite em pó da Argentina para o Brasil. A posição foi reafirmada na manhã desta segunda-feira, em reunião da Câmara Setorial do Leite, realizada na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio.
   Brasil e Argentina mantém desde 2009 um acordo com o País vizinho, que estabelece aquele limite, renovado em 2010 e que vigorou até o final de setembro deste ano. A negociação para reeditá-lo, no momento, está num impasse, já que os argentinos querem elevar a cota 4,5 mil toneladas mês.
   O secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, afirma que a produção brasileira é suficiente para atender a demanda local e que ampliar as importações deste produto pode prejudicar especialmente os produtores. “Com o real valorizado, os importados chegam aqui com preço abaixo do nosso custo de produção”, explica o secretário.
   Além disso, destaca Mainardi, este diferencial de preço pode inviabilizar um setor que tem crescido acima dos 5% ao ano. “O benefício que poderíamos colher em termos de uma eventual redução na inflação, será destruído pelo impacto social negativo junto aos pequenos produtores rurais, às indústrias e consequentemente aos municípios”, acrescenta.
   Depois de afirmar que o Estado possui 120 mil produtores de leite e 232 estabelecimento de laticínios, Luiz Fernando Mainardi anunciou que se empenhará junto aos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para que a reivindicação seja atendida.
Fonte: Secretaria de Agricultura

BRASIL QUER AMPLIAR COMÉRCIO COM A TURQUIA

   Paralelamente ao esforço do governo brasileiro de se aproximar politicamente da Turquia, e considerando as semelhanças entre as medidas de combate à crise financeira global adotadas pelos dois países, empresários de ambos os lados planejam incrementar as relações comerciais bilaterais.
   Em novembro, o ministro turco da Economia, Zafer Caglayan, vai liderar uma missão empresarial ao Brasil. Do lado brasileiro, o diretor internacional de vendas de minério de ferro da Vale, Fidel Blanco, disse sexta-feira, em Ancara, que a companhia pretende começar a atuar na área de carvão na Turquia. A Vale vende 3 milhões de toneladas de minério de ferro e 4 mil toneladas de níquel ao mercado turco por ano.
   A presidente Dilma Rousseff e o presidente turco, Abdullah Gül, decidiram trabalhar para elevar a corrente de comércio bilateral para US$ 10 bilhões por ano no curto prazo. Será um longo caminho: a previsão é que o intercâmbio chegue a US$ 2 bilhões em 2011. "Acredito muito na aproximação de nossos países, porque eles estão em etapas similares de desenvolvimento e crescimento econômico", disse Dilma, na sexta.
   A presidente convidou construtoras turcas a participarem da execução das obras de infraestrutura para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, e defendeu a cooperação entre os dois países nas áreas de energias fóssil e renovável, aviação civil, defesa, ciência e tecnologia e formação de estudantes.
   Brasil e Turquia já estabeleceram, por exemplo, uma parceria entre a Petrobras e a Corporação Turca de Petróleo (TPAO) para a exploração de petróleo no Mar Negro. O ministro da Defesa, Celso Amorim, integrou a comitiva da presidente. O Brasil quer vender Supertucanos e fechar uma parceria com a Turquia para desenvolver um avião de transporte militar.
   Enquanto Brasil e Turquia buscam uma aproximação política, analistas do mercado e empresários que têm negócios nos dois países apontam semelhanças nas medidas econômicas adotadas pelos dois governos para combater os efeitos da crise financeira internacional. Em 2008, o banco central turco acelerou o processo de corte de sua taxa básica de juros a fim de garantir o crescimento da economia - apesar do risco de observar uma alta da inflação. Tais especialistas e executivos veem algo parecido no recente movimento do Banco Central, que surpreendeu o mercado ao reduzir a Selic e sinalizar que outros cortes nos juros poderão ocorrer nas próximas reuniões do Copom.
Fonte: Federasul

7 de outubro de 2011

LEVANTAMENTO REALIZADO PELA CONAB PREVÊ DIMINUIÇÃO NA SAFRA DE GRÃOS

   O primeiro levantamento da safra de grãos 2011/2012, feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com base na intenção de plantio dos agricultores, prevê uma produção entre 157 milhões e 160,58 milhões de toneladas. O resultado da pesquisa apresentada hoje (6) é entre 3,7% e 1,5% menor do que o da safra 2010/2011 (encerrada em 30 de junho), quando foram colhidos 162,95 milhões de toneladas de grãos.
   Tradicionalmente, a Conab apresenta dados mais conservadores nos primeiros levantamentos, que vão sendo consolidados a cada mês. Para a área plantada, no entanto, a previsão é que haja aumento entre 1% e 2,9% em relação aos 49,9 milhões de hectares plantados na safra passada, situando-se entre 50,431 milhões e 51,358 milhões de hectares.
   O estudo foi realizado entre os dias 18 e 21 de setembro por cerca de 60 técnicos da Conab, com informações de órgãos públicos e privados ligados à produção agrícola.
Fonte: Federasul

13 de setembro de 2011

IRÃ TORNA-SE O MAIOR IMPORTADOR DE CARNE BOVINA IN NATURA BRASILEIRA

   O Brasil vendeu US$ 61,7 milhões em carne bovina in natura para o Irã em agosto passado. Com isso, em valor, o país do Oriente Médio tornou-se o maior mercado para a carne brasileira in natura pela primeira vez na história, informou ao Financial Times a Associação Brasileira das Indústria Exportadoras de Carne (Abiec). "O Irã se tornou um parceiro comercial muito importante para o Brasil; nós nos tornamos muito mais próximos nos últimos anos", disse Fernando Sampaio, diretor-executivo da Abiec.
Com o rápido crescimento populacional do Irã e maior estabilidade política num país alimentado pela demanda por commodities, as exportações de carne bovina brasileira para o Irã cresceram mais de 300 vezes na década passada. Embora o Brasil também exporte grandes quantidades de açúcar e soja para o Irã, a carne bovina é o principal produto de exportação, respondendo por 37% do valor total de embarques nos primeiros seis meses de 2011, de acordo com o Ministério da Indústria e Comércio (MDIC). "O Irã é um mercado particularmente bom para o Brasil porque compra os cortes mais caros e sempre paga em dia", disse Sampaio.
   A Rússia alcançou a posição de principal mercado para a exportação de carne bovina brasileira em 2010, mas as encomendas caíram bruscamente nos últimos meses como resultado do embargo à importação de carnes brasileiras alegando preocupações sanitárias, permitindo com que o Irã assumisse o primeiro lugar. Em junho, a Rússia baniu a importação de carnes bovinas brasileiras vindas de 85 plantas. Grupos da indústria, porém, afirmam que o embargo é uma forma de chantagem para que o Brasil apoie a entrada da Rússia na Organização Mundial de Comércio (OMC).
   Depois de atingir US$ 1,07 bilhão em 2010, as exportações de carne bovina caíram drasticamente nos últimos meses e totalizaram apenas US$ 52,2 milhões no último mês. Com a desaceleração da economia no mundo desenvolvido, o Brasil precisou recorrer cada vez mais aos mercados emergentes como Irã e Rússia para comprar suas exportações. Durante décadas, a União Europeia foi o maior cliente para a carne bovina brasileira, mas após a crise financeira global de 2008 as exportações de carne para a Europa caíram drasticamente, atingindo apenas US$ 713,3 milhões no último ano.
Fonte: Federasul

QUEBRA NA SAFRA DE TRIGO PODERÁ ELEVAR A IMPORTAÇÃO DO GRÃO

   A quebra de safra do trigo e o aumento do consumo podem ampliar tanto as pressões inflacionárias quanto as importações do cereal. A produção de trigo deve alcançar 5,15 milhões de toneladas na temporada 2011/12, 12,5% abaixo da safra 2010/11, quando o país colheu 5,88 milhões de toneladas, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgados na sexta-feira. Já o consumo de trigo em 2011/12 deve chegar a 10,4 milhões de toneladas, maior quantidade desde a temporada 2005/06. A produção, por outro lado, se mantém nos mesmos patamares da safra 2008/09, na casa das 5 milhões de toneladas. Com isso, o estoque final de trigo será o mais baixo desde a temporada 2007/08, totalizando 1,4 milhão de toneladas.
   A produtividade do trigo, segundo a Conab, deve cair de 2,7 mil quilos por hectare para 2,4 mil quilos por hectare. A área plantada recuou 2,9%, para 2,09 milhões de hectares. A redução na área nesta safra, segundo o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, José Carlos Vaz, ocorre devido a problemas climáticos na região Sul, sobretudo a ocorrência de geadas no Paraná, maior Estado produtor do cereal no país. A Conab também divulgou na sexta a estimativa para a colheita nacional de grãos na safra 2010/2011. O 12º e último levantamento de safra mostra que a produção deve chegar a 162,9 milhões de toneladas, confirmando o recorde histórico previsto pelo governo. O volume total representa aumento de 9,2% em relação à temporada 2009/10, que registrou 149,2 milhões de toneladas de grãos. O resultado final mostra uma produção acima do previsto em agosto, data do penúltimo acompanhamento realizado.
   No 11º levantamento, o governo havia calculado a safra 2010/11 em 161,5 milhões de toneladas, prevendo uma quebra maior devido a geadas em várias regiões produtoras do país. O resultado acima do esperado se deve, segundo o Ministério da Agricultura, principalmente às boas condições climáticas na maioria das regiões produtoras.
   O crescimento da safra, em relação à penúltima estimativa divulgada em agosto, ocorreu por causa do aumento da área de milho no Nordeste e das áreas de soja subirrigada de Tocantins e de Roraima. Os resultados positivos compensaram a retração do feijão da terceira safra e do milho segunda safra na Bahia, que devido às adversidades climáticas, apresentam perdas importantes. José Carlos Vaz comemorou a safra com o maior crescimento da história e reiterou a confiança na próxima temporada. "O ciclo 2011/12 deve apresentar boa produção e ajudar a reduzir a pressão dos alimentos na inflação", disse.
Fonte: Valor Econômico

SEGUNDO O "CHINA DAILY", CHINA FINANCIOU O CRESCIMENTO DO BRASIL

   "China e Brasil constroem um novo futuro" foi o título de suplemento de oito páginas sobre a relação bilateral publicado nesta terça-feira, 13, pelo jornal oficial China Daily, editado em inglês pelo Conselho de Estado, o gabinete comandado pelo primeiro-ministro Wen Jiabao.
   Com foto do aperto de mão entre a presidente Dilma Rousseff e seu colega Hu Jintao, o texto de abertura fala dos benefícios da relação e registra a pretensão brasileira de diversificar suas exportações ao país asiático para além de commodities, com a inclusão de bens de alto valor agregado. "Em certa medida, a China financiou o recente crescimento econômico do Brasil", afirma o artigo, elaborado em parceria com uma agência de comunicação. Ironicamente, o anunciante da capa é a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), uma das instituições mais críticas à importação de produtos chineses pelo Brasil. A contracapa é totalmente ocupada por um anúncio da mineradora Vale, a principal beneficiária da explosiva demanda chinesa por commodities.
   Os artigos que recheiam o suplementam falam da necessidade de a indústria brasileira de aumentar sua competitividade para diversificar as exportações e dos desafios diante do Brasil _da necessidade de melhorar a infraestrutura à política macroecômica que tenta equilibrar combate à inflação e crescimento. "O Brasil tem muitas grandes oportunidades para investidores, mas nós precisamos melhorar nossa infraestrutura, como estradas, aeroportos, portos e fornecimento de energia", disse ao jornal o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. "Nós também precisamos ser mais competitivos industrialmente", reconheceu.
Os setores de mineração, energia e portos são destacados como destinos atraentes para investimentos chineses e a expansão dos portos é apresentada como fundamental para a ampliação do comércio entre os dois países. A Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 são citados em várias ocasiões no suplemento como oportunidades de negócios para as empresas chinesas.
Fonte: Agência Brasil/Estadão

1 de setembro de 2011

GOVERNO REVISA EM US$ 12 BILHÕES PARA CIMA A META DE EXPORTAÇÕES EM 2011

   O governo brasileiro revisou para cima a meta de exportações deste ano, que saiu de US$ 245 bilhões para US$ 257 bilhões. Segundo o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, as vendas para o exterior vão crescer 19,4% entre setembro e dezembro. Entre janeiro e agosto, o crescimento foi de 32%, porém nos próximos meses a tendência é de desaceleração do comércio mundial.
   O secretário anunciou também a projeção para o superávit da balança comercial este ano, que deverá chegar a US$ 27 bilhões. Em agosto, o saldo ficou superavitário em US$ 3,873 bilhões, o melhor resultado para o período desde 2007. No mês passado as exportações e as importações também quebraram recordes mensais:US$ 26,158 e US$ 22,285 bilhões respectivamente. "Estamos falando no melhor mês do comércio exterior da história do Brasil", afirmou a secretária de comércio exterior, Tatiana Prazeres.
   O secretário-executivo da pasta disse que, a despeito da crise global, sobretudo nos Estados Unidos e na União Europeia, a economia brasileira será menos afetada por ter um perfil diferenciado: comércio interno forte, renda e emprego subindo, pobreza sendo reduzida e produção industrial em crescimento.
Fonte: Jornal do Comércio

EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES BATEM RECORDE EM AGOSTO

   As exportações e as importações brasileiras em agosto bateram recorde histórico ao registrar US$ 26,158 bilhões e US$ 22,285 bilhões, respectivamente. Segundo a série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o superávit comercial em agosto é o maior para o mês, desde 2006, quando somou US$ 4,554 bilhões. No mês passado, o saldo da balança foi positivo em US$ 3,873 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (1/09) pelo MDIC. 
   A média diária das vendas externas foi de US$ 1,137 bilhão, o que significa uma alta de 30,1% em relação a agosto de 2010 e de 7,3% ante julho deste ano. A média diária das importações somou US$ 968,9 milhões, alta de 26,6% ante agosto de 2010 e de 6,4% em relação a julho deste ano.
   Na quinta semana de agosto (29 a 31), com três dias úteis, o superávit comercial foi de US$ 739 milhões, com exportações de US$ 3,423 bilhões e importações de US$ 2,684 bilhões.
Fonte: Jornal do Comércio

EXPORTAÇÕES PARA A ARGENTINA CRESCEM MAIS QUE VENDAS PARA O MUNDO

   Durante a abertura do seminário sobre a ‘situação atual e perspectivas das relações econômicas Brasil-Argentina’, realizado na tarde de hoje, no escritório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo-SP, a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres, informou aos participantes que as exportações brasileiras para a Argentina crescem em ritmo mais acelerado este ano (33%) do que as vendas externas para o mundo (31%).
   A secretária ainda destacou o fato de que o superávit brasileiro nesta relação comercial dobrou em 2011, alcançando US$ 3 bilhões, enquanto que, no mesmo período de 2010, esse valor era de US$ 1,5 bilhão. Ainda assim, Tatiana lembrou que, por se tratar de um intercâmbio intenso, existem questões pontuais que demandam gestão constante. “Nós temos contatos diários com o governo argentino e com o setor privado brasileiro que, em vários casos, se mostram exitosos com liberações de mercadorias e aceleração no prazo de concessão de licenças”, disse em entrevista aos jornalistas presentes na saída do evento. Questionada sobre os motivos do crescimento das vendas brasileiras para a Argentina, mesmo diante do aumento do número de produtos sobre regime de licenciamento não-automático, estabelecido pelo governo de Buenos Aires no começo deste ano, a secretária atribui os bons resultados “ao aumento da competitividade dos produtos brasileiros que conseguem, a despeito das dificuldades, ganhar espaço neste mercado”.
Fonte: MDIC

12 de agosto de 2011

IMPORTADOS JÁ ABASTECEM 23% DO MERCADO INTERNO

   O coeficiente de importação, que mede a participação dos produtos importados no consumo interno do país, alcançou 22,9% no segundo trimestre do ano e atingiu seu maior nível histórico, com alta de 2,2 pontos percentuais sobre mesmo período de 2010, informou ontem a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em relação ao primeiro trimestre, sem ajuste sazonal, o avanço foi de 1,3 ponto percentual. O coeficiente é calculado pela entidade desde 1997, mede a fatia das exportações sobre o total produzido no país, também subiu 2,2 pontos percentuais no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 19,9%, ainda abaixo do nível pré-crise, de 20,8%, no segundo trimestre de 2007. Em comparação aos primeiros três meses do ano, a alta é de 2,4 pontos percentuais.
   A Fiesp alerta, no entanto, que 45% do crescimento do coeficiente de exportação se deve ao desempenho de apenas dois setores: as indústrias extrativas, como minério de ferro e petróleo, e a de equipamentos de transporte, devido às plataformas de petróleo - que não são exportações efetivas, já que são considerados exportados do ponto de vista fiscal para ter isenção de impostos, mas fisicamente operam no país.
   Dos 33 setores analisados, 18 tiveram aumento do coeficiente de exportação e 15, queda. As maiores altas foram em outros equipamentos de transporte (19,7%), máquinas e equipamentos para indústria extrativa mineral e construção (9,3%), ferro-gusa e ferroligas (6%) e metalurgia (5,3%). Os maiores decréscimos ocorreram em aeronaves (-11,7%), preparação de couro e seus artefatos (-3,3%), material eletrônico e aparelhos de comunicação (-3,1%) e produtos diversos (-2,8%).
   Nas importações, 28 dos 33 setores tiveram alta e apenas cinco, queda - equipamentos de instrução médico-hospitalar (-10,4%), aeronaves (-3,9%), siderurgia (-3,4%), produtos farmacêuticos (-2,3%) e fundição e tubos de ferro e aço (1%). Os avanços mais expressivos foram em máquinas e equipamentos para indústria extrativa mineral e construção (11%), tratores e máquinas para agricultura (8,8%), máquinas e equipamentos para fins industriais e comerciais (7,5%) e outros equipamentos de transporte (6,5%).
   Segundo o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Giannetti, o crescimento do consumo de bens no mercado brasileiro tem sido em grande parte apropriado pelas importações, que estão ganhando a preferência do consumidor. Para ele, apenas parte do problema da competitividade da indústria está no câmbio. "Temos uma estrutura tributária também perversa."

Fonte: Valor Econômico

MÁQUINA USADA PERDE BENEFÍCIO NA IMPORTAÇÃO

   Uma nova resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex) restringe o aproveitamento do benefício do ex-tarifário, que reduz para 2% o imposto de importação para os desembarques de bens de capital sem similar nacional. A Resolução nº 55, publicada no "Diário Oficial" do dia 10, veda a aplicação da redução do imposto para a importação de máquinas usadas. Somente os bens de capital usados com licenças de importação emitidas até quarta-feira poderão aproveitar o benefício.
   Segundo a secretária de Desenvolvimento da Produção, Heloísa Regina Guimarães Menezes, a importação de usados representava, em média, 5% das concessões de ex-tarifário. "O percentual não era muito significativo, mas percebemos um crescimento acelerado nessas importações nos últimos tempos", diz. Heloísa lembra que o benefício do ex-tarifário foi idealizado para estimular a renovação do parque industrial e o investimento em modernização tecnológica. Atualmente, porém, a importação de bens de capital usados já conta com outros atrativos, lembra a secretária, como os preços baixos em razão da desaceleração econômica de mercados internacionais e o estímulo criado às importações pela valorização do real frente ao dólar.
   A nova restrição ao ex-tarifário, diz a secretária, vai no mesmo rumo que a política de desenvolvimento industrial divulgada no início do mês. "É uma medida para promover o aumento do conteúdo local." A secretária diz que o governo está analisando a formulação de medidas que possam tornar a indústria nacional de máquinas capaz de atender mais rapidamente as necessidades do mercado. "Nós temos uma indústria de bens de capital bem estruturada, mas ameaçada com o grande crescimento das importações."

Fonte: Valor Econômico

MANTEGA: AMÉRICA LATINA TEM DE SE PREPARAR PARA CRISE

   O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou hoje que os ministros do conselho de economia e finanças da União de Nações Sul Americanas (Unasul) vão assinar um documento que mostra necessidade de integração maior entre os países da região. "Estamos finalizando o documento agora, mostrando que há necessidade de integração maior entre os países da América do Sul que hoje têm desempenho melhor que o de países avançados, que estão com os problemas da crise", disse Mantega em entrevista em Buenos, durante a reunião do Conselho da Unasul.
   Segundo ele, os ministros decidiram que a região "precisa se preparar tanto para eventuais agravamentos da crise dos países avançados como para uma crise mais longa desses países". O objetivo é de que as nações aproveitem a situação econômica da América Latina, considerada pelos ministros muito melhor que a dos países desenvolvidos. "Nossos mercados são mais dinâmicos e temos situação fiscal sólida. A economia latino-americana é sólida porque conseguiu níveis de crescimento maiores e combinou isso com solidez fiscal e monetária, com responsabilidade", disse. Ele explicou que, no entendimento dos ministros da Unasul, o que é preciso fazer é que a região continue crescendo e se transforme em um dos polos de desenvolvimento global. "Assim como a Ásia foi no século passado: se distinguiu e se projetou como uma região de economia dinâmica. Agora, é o século da América Latina, que poderá exercer esse papel", afirmou.
   O ministro da Fazenda ponderou, no entanto, que isto só será possível se as economias da região se integrarem mais. "O Mercosul foi um primeiro passo. Um passo importante, mas gostaríamos de uma integração maior com os países que não estão dentro (Mercosul). Mas, para isso, temos de diminuir barreiras comerciais que existem entre nós", alertou.
   Mantega disse ainda que, nessa integração países como Chile, Colômbia e Peru manifestam intenção de se aproximarem mais. "A integração é um desafio para que nos transformemos em uma economia mais forte", afirmou.
Fonte: O Estado de São Paulo

MDIC CONCLUI PRIMEIRA INVESTIGAÇÃO DE FALSA DECLARAÇÃO DE ORIGEM NÃO PREFERENCIAL

   A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) concluiu a primeira investigação brasileira sobre falsa declaração de origem não preferencial. Foi investigado o caso de ímãs permanentes de ferrite (cerâmico) em forma de anel, utilizados em autofalantes.
   A medida foi publicada dia 11 de agosto no Diário Oficial da União (DOU), na Portaria Secex n° 25/2011. O marco legal para esses processos de investigação é a Resolução Camex nº 80/2010.
As importações desse produto da China são objeto de aplicação de direito antidumping de 43%, conforme definido na Resolução Camex n° 37/2010. A falsa declaração de origem investigada foi apresentada com o objetivo de realizar a importação sem o correspondente recolhimento dos custos relacionados à aplicação do direito antidumping.
   A licença de importação originalmente declarava uma determinada empresa, sediada em Taipé Chinês (Taiwan), como fabricante destes produtos. A investigação, porém, concluiu que os produtos não foram produzidos pela empresa, conforme inicialmente declarado. Portanto, foi verificado que o certificado de origem, documento que atesta a origem (país) de fabricação dos produtos, era inverídico. Diante disto, o MDIC indeferiu a licença de importação e, desta forma, os produtos não entrarão em território brasileiro.
   O MDIC estendeu a investigação para todas as solicitações de licença de importação desses produtos de Taipé Chinês, independentemente da empresa solicitante e da exportadora declarada. Além disto, as investigações já foram estendidas para operações suspeitas de outros países exportadores desses produtos.
   O MDIC informa também que várias investigações sobre falsa declaração de origem de outros produtos já estão em curso. Devido ao caráter sigiloso dessas investigações, elas não serão tornadas públicas até a sua conclusão.

Defesa Comercial no Plano Brasil Maior 
  Essa medida de reforço da defesa comercial brasileira está prevista no Plano Brasil Maior, anunciado pela presidenta da República Dilma Rousseff. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, avaliou que “as medidas de combate à fraude de origem marcam uma inflexão na política de defesa comercial, uma vez que o MDIC está indo além do que foi pedido pela indústria ao estender a suspensão da importação para outras origens”.
   Para a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Lacerda Prazeres, o Brasil acaba de dar um novo passo para impedir a concorrência ilegal de produtos importados. “Trata-se de mais uma medida com potencial efetivo para proteger a indústria brasileira contra importações fraudulentas”, disse.

Fonte: MDIC

4 de agosto de 2011

UNIÃO REDUZ TRIBUTOS E DESONERA INDÚSTRIA

Meta é ampliar competitividade de produtos; calçados e móveis estão entre favorecidos:
 
   “Inovar para Competir. Competir para crescer”. Este é o slogan da nova política industrial, o Plano Brasil Maior, lançado ontem pela presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. A nova proposta de política industrial, idealizada para o período 2011-2014, tem o objetivo de aumentar a competitividade dos produtos nacionais a partir do incentivo à inovação e à agregação de valor. “Se a concorrência com os importados baratos e nem sempre de boa qualidade já tem sido uma luta injusta, saibam que, com a crise nos países desenvolvidos e a consequente retração nos seus mercados internos, a concorrência pode se tornar ainda mais difícil para a indústria brasileira”, disse Dilma durante o lançamento do programa. O conjunto de desonerações previstas até o final de 2012 deve somar R$ 25 bilhões, segundo cálculos do governo.
   O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) informou que pelo plano, o governo decidiu estender por mais 12 meses a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre bens de capital, material de construção, caminhões e veículos comerciais leves.
   Outro estímulo ao investimento e inovação é a redução gradual do prazo para devolução dos créditos do PIS/Cofins sobre bens de capital. O prazo que era de 12 meses passará para apropriação imediata. Em relação ao financiamento ao investimento, o governo decidiu estender o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do Bndes até dezembro do próximo ano. O orçamento do PSI será de R$ 75 bilhões e serão mantidos os focos em produtos de bens de capital, inovação, exportação e pró-caminhoneiro.
   Serão incluídos também componentes e serviços técnicos especializados e equipamentos TICs, ônibus híbridos, Proengenharia e Linha Inovação Produção. Também será ampliado o capital de giro para micro, pequenas e médias empresas com novas condições de crédito e prazo. O orçamento passará de R$ 3,4 bilhões para R$ 10,4 bilhões. Segundo o documento, a taxa de juros será de 10% a 13% ao ano e o prazo de financiamento de 24 para 36 meses.
   A nova política industrial do governo brasileiro ainda reduz para zero a alíquota de 20% para o INSS de setores sensíveis ao câmbio, à concorrência internacional e também aqueles que contam com uso de mão de obra intensiva. Os setores beneficiados serão o de confecção, calçados, móveis e softwares. Em contrapartida, será cobrada uma contribuição sobre o faturamento, que terá alíquota a partir de 1,5%, de acordo com o setor. Segundo o governo, será editada uma Medida Provisória (MP) que garante que o Tesouro Nacional arcará com a diferença para cobrir uma possível perda de arrecadação da Previdência Social. A medida começará como um projeto-piloto até dezembro do próximo ano e seu impacto será acompanhado por uma comissão formado pelo governo, setor produtivo e representantes da sociedade civil. A desoneração experimental da folha de pagamento dos quatro setores tem custo máximo estimado de R$ 1,3 bilhão para os cofres públicos.

Micro, pequenas e médias empresas são beneficiadas no âmbito das exportações
   Na área de financiamento e garantia para exportações, o governo anunciou a criação de Fundo de Financiamento à Exportação para as micro, pequenas e médias empresas, o Proex Financiamento. Este será um fundo de natureza privada, no Banco do Brasil para empresas com faturamento de até R$ 60 milhões. Segundo o Mdic, a União será o principal cotista e responsável pelo aporte inicial, mas outras instituições poderão fazer parte do fundo, que será alimentado com os retornos futuros do Proex Financiamento e as aprovações serão realizadas na alçada do BB.
   Em relação ao Fundo de Garantia à Exportação (FGE), haverá um sistema informatizado para emissão de apólice online, pelo BB. Haverá, também, enquadramento automático no Proex Equalização, com definição de spreads de referência que terão aprovação automática nas exportações de bens e serviços. As empresas com faturamento de R$ 60 milhões a R$ 600 milhões continuarão com condições de financiamento equiparadas ao Proex Financiamento. O governo anunciou, ainda, o FGE com limite de US$ 50 milhões ao ano para exportação de bens manufaturados. Na área de promoção comercial, uma das medidas é a facilitação da circulação dos bens em regime de admissão temporária, ou seja, sem a incidência de tributos.
   O Plano Brasil Maior prevê ainda a modernização do marco legal do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Com isso, o Inmetro ampliará o controle e fiscalização dos produtos importados. Também será ampliado o escopo de certificação do Instituto e implementada a Rede de Laboratórios Associados para Inovação e Competitividade. Com a modernização do marco legal do Inmetro, o documento com as medidas do Plano Brasil Maior, prevê que haverá maior facilidade em parcerias e mobilização de especialistas.
   De acordo com o Plano, o Bndes oferecerá uma linha de crédito de R$ 2 bilhões para ampliar a carteira de inovação neste ano. A taxa da linha será de 4% a 5% ao ano. Está prevista também a ampliação de orçamento e condições de acesso aos programas setoriais na renovação de programas como Profarma, Pro-aeronáutica e proplástico.

Presidente Dilma diz que Brasil tem dois obstáculos a vencer
   A presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil tem dois obstáculos a vencer: o câmbio desequilibrado e a diversificação da pauta de exportação para manufaturados com maior valor agregado. Para isso, segundo ela, é preciso inovar e investir em pesquisa e desenvolvimento. “Este é o momento certo de agregação de valor.” A presidente afirmou que o programa Brasil Maior é o governo fazendo a sua parte, mas também um chamamento da indústria. “Este é um plano estratégico da nação.” Segundo ela, o momento exige do Brasil coragem e ousadia para enfrentar as turbulências no cenário econômico internacional.
   Ao lançar o programa, Dilma defendeu o mercado interno e a indústria nacional. “É preciso proteger nossa economia, nossa força produtiva, nosso mercado consumidor e o emprego”, declarou. “É preciso defender nossa indústria e nosso emprego de uma guerra cambial que tenta reduzir nosso mercado interno, construído com esforço e dedicação.” “É urgente discutir questões tributárias para o estímulo produtivo e emprego. O nosso desafio é fazer esse trabalho sem recorrer ao protecionismo ilegal.” Dilma fez um balanço do cenário econômico e alertou para o fato de que o País não está imune às turbulências. “Temos capacidade para enfrentar a crise, mas não podemos nos declarar imune aos seus efeitos”, constatou. A presidente afirmou que o País tem 60% a mais de reservas em relação aos patamares de 2008, ano em que houve o recrudescimento da crise financeira internacional. “Assim como em 2008, o momento exige coragem e ousadia.”  
 
Mantega diz que pacote fortalece a indústria
   O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que “o mercado brasileiro deve ser usufruído pela indústria brasileira e não por aventureiros”, durante anúncio do Plano Brasil Maior de política industrial. A afirmação gerou aplausos da plateia presente ao Palácio do Planalto. Mantega afirmou que o programa é um conjunto de medidas para fortalecer a indústria nacional, no momento em que o mundo está em crise. “Crise se arrasta há mais de dois anos e países avançados não dão sinais de resolução de problemas, ao contrário. Os EUA estão à beira de um default, algo histórico”, disse o ministro. 
   Nesse cenário, Mantega disse que a crise prejudica o setor manufatureiro brasileiro, que está em crise desde 2008. “Houve compressão dos mercados. Os emergentes que saíram da crise dependem das exportações para cumprirem as metas de PIB. A indústria manufatureira está buscando mercado a qualquer custo. Eu diria que a concorrência é predatória”, afirmou Mantega, em solenidade no Palácio do Planalto. O ministro disse que o nosso mercado está sendo apropriado em parte por produtos importados em função da guerra cambial promovida pelos países, que têm manipulado o câmbio. “O dólar é a moeda que mais desvalorizou nos últimos meses, com isso os EUA estão tentando resolver sua crise para fora, por meio de exportações”, disse. Mantega disse que o governo tem adotado medidas para tentar evitar que o real seja extremamente desvalorizado. “O dólar teria caído abaixo de R$ 1,50 aqui no Brasil, se não fossem as medidas. Não foi, mas sabemos que é uma luta difícil”, afirmou. Para o ministro, os países avançados continuarão com as mesmas políticas. Por isso, o Brasil precisa adotar medidas para proteger o mercado nacional.

Estados Unidos e Europa temem nova política industrial
    Os governos dos Estados Unidos e da União Europeia se dizem “preocupados” com a adoção da política industrial brasileira diante de temores de que possa ser um plano de subsídio para a indústria nacional. Pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), isenções de impostos e outras medidas para incentivar as exportações podem ser consideradas ilegais.
   Washington e Bruxelas já haviam questionado as políticas industriais do País nos últimos anos e, agora, prometem “monitorar” a nova iniciativa. Medidas similares adotadas pela China e Índia também estão sendo alvo dos países ricos, que temem uma atuação forte por parte do Estado nesses países emergentes, hoje com reservas importantes.
   No caso do Brasil, os países ricos não deixaram de notar a explosão na participação do Estado nas políticas industriais. Entre 2005 e 2008, o Brasil mais que duplicou os recursos para incentivar a indústria nacional, chegando a R$ 35 bilhões. Agora, são mais R$ 25 bilhões em desoneração, que podem ser considerados como subsídios.
   Na política anunciada ontem, a devolução de PIS/Cofins para exportadores, o fundo de financiamento para exportação, a desoneração de setores específicos e o regime diferenciado ao setor automotivo podem “potencialmente” violar as leis internacionais, segundo Washington e Bruxelas. A ajuda aos setores calçadista, têxtil, de móveis e de software também está sendo alvo de análises. Alguns desses pontos já haviam sido alvos de questionamentos dos países ricos nos últimos anos. Não por acaso, o anúncio das novas medidas nesses setores despertou a desconfiança dos governos estrangeiros.
   Em Bruxelas, diplomatas que atuam na área comercial da UE confirmaram que estão acompanhando a atuação do governo brasileiro na área industrial e, em consultas com as indústrias europeias, avaliando se há algum impacto negativo para a concorrência estrangeira. Os responsáveis pela política comercial de Barack Obama também afirmaram que a política industrial de Dilma Rousseff está sendo alvo de uma análise “cuidadosa”. “Temos de ver se não há nada que crie distorções”, afirmou uma fonte em Washington.
 
Produção industrial recua 1,6% em junho ante maio
   A produção industrial recuou 1,6% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com junho de 2010, a produção subiu 0,9%. Até junho, a produção da indústria acumula altas de 1,7% no ano e de 3,7% nos últimos 12 meses. A produção de bens de capital registrou queda de 1,9% em junho ante maio, segundo o IBGE. Na comparação com junho de 2010, houve expansão de 6,2%. No acumulado do ano, a produção de bens de capital teve alta de 6,5%. Nos últimos 12 meses, a variação foi de 10,0%. A queda de 1,6% na produção industrial na passagem de maio para junho fez o índice de média móvel trimestral registrar o primeiro resultado negativo desde outubro de 2010, com uma variação de -0,9% para o trimestre encerrado em junho, segundo o IBGE.
   A redução do ritmo da atividade industrial foi generalizada, atingindo todas as categorias de uso. Enquanto a produção de bens de capital recuou 1,9%, a produção de bens intermediários caiu 1,6%. A produção de bens de consumo recuou 2%, sendo que os bens de consumo duráveis tiveram queda de 0,5% e os semiduráveis e não duráveis de 2,4%. Na comparação com junho de 2010, a produção de bens de capital teve resultado positivo de 6,2%, enquanto a de bens intermediários aumentou 0,1%. Os bens de consumo recuaram 0,9% nesse tipo de comparação, sendo que os bens duráveis tiveram expansão de 0,4% e os semiduráveis e não duráveis recuaram 1,3%.
   Entre os setores, o principal impacto negativo sobre a média global veio de refino de petróleo e produção de álcool (-8,9%), pressionado em grande parte pela paralisação técnica para manutenção em plantas industriais do setor, vindo a seguir produtos de metal (-10,9%), veículos automotores (-1,4%), alimentos (-1,2%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-6%), máquinas e equipamentos (-1,4%) e metalurgia básica (-2,1%).
   Entre as sete atividades que ampliaram a produção, edição e impressão (5,9%) exerceu a influência positiva mais relevante sobre o total da indústria em junho, depois de ter recuado 1,8% em maio.
Fonte: Jornal do Comércio

SECEX LANÇA NOVA VERSÃO DO ALICEWEB

   Brasília (3 de agosto) – A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Lacerda Prazeres, lançou hoje, às 11h, durante o Encontro Nacional de Comércio Exterior no formato Empresarial (Encomex Empresarial), em Salvador-BA, a nova versão do Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet – denominado de AliceWeb2.
   O sistema público permite a todos os interessados e operadores do comércio exterior realizar pesquisas completas sobre os dados da balança comercial brasileira. Com as melhorias, a meta é dobrar o número atual de usuários, chegando a 400 mil até 2016.
   Entre as alterações do novo sistema, são as mais importantes:
• Internacionalização do sistema (idiomas português, inglês e espanhol);
• Inclusão de novas variáveis para pesquisa de produtos (NCM-4 e NCM-6, mantendo a NCM-8 e a NCM-2);
• Possibilidade de até seis períodos simultâneos;
• Inclusão dos módulos de exportação e importação de municípios, combinado com outras variáreis;
• Inclusão de consultas por municípios, combinado com país, bloco econômico, Unidade da Federação, porto e via;
• Inclusão de cesta de produtos;
• Possibilidade de consulta por série histórica mensal de uma ou mais variáveis (todo o período disponível);
• Possibilidade de consulta sobre a metodologia estatística utilizada (conceitos e definições);
• Possibilidade de escolha de opção de tipo de consulta em qualquer página;
• Melhora na configuração dos arquivos gerados;
• Melhora no uso do detalhamento (todos os dados de uma variável);
• Geração de arquivos do módulo balança comercial;
• Geração de arquivos das consultas de total geral;
• Novo layout com visual e padrões tecnológicos modernos;
• Nova interface, prática e intuitiva;
• Compatibilidade com os principais navegadores.
   O sistema anterior do Aliceweb funcionará até o dia 31/8 e, a partir de 1º/9, somente ficará disponível a nova versão. A migração dos usuários atuais será automática, mantendo-se os mesmos perfis e utilizando-se as mesmas definições de usuário e senha.
Fonte: MDIC
 

27 de julho de 2011

MERCADO JÁ TRABALHA COM DÓLAR A R$ 1,40

   Depois de assistir à sexta queda consecutiva do dólar em relação ao real ontem, agentes de mercado trabalham com a possibilidade de a moeda norte-americana chegar ao patamar de até R$ 1,40 no curto prazo. Ontem, o dólar registrou queda de 0,39%, para R$ 1,537, a mais baixa cotação desde 15 de janeiro de 1999, ano em que o governo de Fernando Henrique Cardoso promoveu a desvalorização da moeda, depois de quatro anos de câmbio controlado.
   Ao mesmo tempo, a cotação do ouro bate novo recorde, e ontem alcançou US$ 1.620 a onça (31,1 gramas) no mercado internacional. Para Mauriciano Cavalcanti, sócio-operador da OM DTVM, não há muito que o governo brasileiro possa fazer para segurar o câmbio. "Se o governo norte-americano resolver injetar mais dólares no mercado, a cotação com certeza vai ficar abaixo de R$ 1,50 no curto prazo", prevê.
   Ontem, o empresário Jorge Gerdau, que comanda a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade criada pelo governo, afirmou que o governo precisa definir limites para a entrada de capital estrangeiro no Brasil.
   Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, destacou que o Brasil vai continuar tomando medidas para controlar a queda do dólar. Ele acrescentou que não deixará a guerra cambial atrapalhar o País. "Não vamos deixar a guerra cambial nos derrotar, nem a guerra comercial."
   As contas externas, por enquanto, não ajudam o controle desta cotação. O déficit em conta corrente no primeiro semestre foi recorde, acumulando R$ 25,4 bilhões, mas a entrada de investimento estrangeiro direto ficou em US$ 32,4 bilhões, também recorde. O fluxo cambial, em julho, também está positivo em US$ 10,87 bilhões, até o dia 22.
Fonte: Diário do Comércio e Indústria

COMPRA DE BENS DURÁVEIS E BENS DE CAPITAL SEGUE FORTE NO ANO

   As importações de bens de capital e de bens de consumo duráveis crescem menos neste ano do que em 2010, mas o ritmo de alta ainda é expressivo, bastante superior ao dos bens intermediários. O momento positivo do investimento explica o aumento expressivo das compras de bens de capital, enquanto o consumo ainda razoável mantém forte as importações de bens duráveis, como automóveis e eletroeletrônicos, especialmente num quadro de real forte.
   De janeiro a junho, as compras de bens de capital aumentaram 26% sobre igual período de 2010. É menos que os 39,8% no ano passado, mas ainda assim uma alta expressiva. O economista Fabio Ramos, da Quest Investimentos, diz que o investimento ainda tem perspectivas favoráveis, mantendo elevada a demanda por máquinas e equipamentos importados.


   O dólar barato, segundo ele, joga um papel importante aí, fazendo produtores nacionais desses bens perderem espaço para os produtos estrangeiros. De janeiro a maio (dado mais recente para indústria), a produção local de bens de capital cresceu 6,4% sobre igual período de 2010, um ritmo muito inferior aos 26% das compras externas no primeiro semestre, o que evidencia que as importações continuam ganhar espaço no mercado interno.
   O economista-chefe da Funcex, Fernando Ribeiro, diz que a influência do câmbio é ainda maior no caso dos bens duráveis, cujas importações ainda aumentaram 33,7% no primeiro semestre, ainda que menos que os quase 50% do ano passado. Aí também fica clara a perda de espaço do produto nacional para o importado, já que a fabricação local de bens duráveis cresceu 2,3% nos cinco primeiros meses do ano. Para Ramos, as medidas macroprudenciais, que restringiram o crédito, contribuíram para moderar a alta das importações neste ano, por levar a alguma desaceleração do consumo.
   O tombo mais expressivo do ritmo de crescimento foi das importações de combustíveis. De janeiro a junho, a alta foi de apenas 0,6%, muito abaixo dos 26% de 2010. O presidente em exercício da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, diz que é difícil explicar esse movimento, porque as compras desses produtos mostram muita volatilidade, dependendo basicamente da política de uma empresa - a Petrobras. Ribeiro, que também ressalta a forte oscilação desses números, atribui à atividade mais fraca da indústria algum peso na redução da demanda por combustíveis importados. Além disso, há uma tendência de, pelo menos nesse mercado, a produção local ganhar gradualmente espaço da estrangeira.
Fonte: Federasul

BRASIL E EQUADOR QUEREM INTENSIFICAR COOPERAÇÃO BILATERAL

    O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores (MRE), ministro Tovar Nunes, disse hoje (26/07) que o Brasil quer virar a página das dificuldades econômicas vividas com o Equador em 2008. À época, o governo equatoriano ameaçou não pagar uma dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção da Hidrelétrica San Francisco, alegando que houve irregularidades na obra. O incidente também resultou na expulsão da construtora Odebrecht do país.
   Hoje à tarde, o chanceler Antonio Patriota recebeu o ministro de Setores Estratégicos do Equador, Jorge Glas. Considerado um “superministro”, já que sua pasta trata de assuntos fundamentais para o desenvolvimento do país, Glas esteve envolvido na crise bilateral de 2008. À época, ele presidia o Fundo de Solidariedade, que administra as estatais do setor elétrico do Equador.
   À Agência Brasil, o porta-voz do Itamaraty disse que a visita de Glas é a continuação de um processo que começou há cerca de duas semanas, com a visita de Patriota ao Equador. “Dentro do projeto de integração com a América do Sul, o Brasil quer consolidar o tratamento positivo ao país e deseja ver um Equador cada vez mais desenvolvido. Se tiver interesse das empresas brasileiras em investirem no país, que continuem.”
   Além do Itamaraty, Glas deve visitar outros ministérios brasileiros para apresentar projetos estruturantes do país, especialmente na área de energia e de estradas. Foram agendadas audiências nos ministérios da Fazenda; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; de Minas e Energia e das Comunicações. “O objetivo é virar a página do período de dificuldade de investimentos e colocar a relação em um patamar de prospecção”, assinalou Nunes.
Fonte: Agência Brasil

22 de julho de 2011

TRIGO PUXA A ALTA DAS EXPORTAÇÕES GAÚCHAS

   As exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 9,3 bilhões entre janeiro e junho de 2011, o que representa uma alta de 8,3% em volume e 29,7% em valor em relação ao mesmo período do ano passado. A indústria de transformação foi responsável por mais de dois terços do total embarcado, somando R$ 7,1 bilhões, uma alta de 22% sobre os primeiros seis meses do ano passado, enquanto a agropecuária vendeu ao exterior R$ 1,9 bilhão, uma elevação de 73,8%.
    A expressiva alta no embarque de produtos do campo teve como principal propulsor o trigo, que vendeu 594% a mais em valor e 267% em volume. O resultado se deve à conquista de mercados, como a Argélia, que deixaram de ser atendidos pela Rússia, onde houve quebra da safra. "O Rio Grande do Sul se beneficiou por produzir um trigo muito semelhante ao da Rússia e atendeu a esta lacuna, mas este resultado é temporário até que os antigos fornecedores retomem sua atividade", explica Cecília Rutkoski Hoff, supervisora do Centro de Informações Estatísticas da Fundação de Economia Estatística (FEE), organizadora do levantamento.
    A alta cotação do preço do trigo no início deste ano, assim como de outras commodities agrícolas, como a soja, causou uma receita maior em dólares por volume embarcado, compensando a perda de valor da moeda americana diante do real. Os preços da soja e do trigo cresceram, respectivamente, 34,8% e 88,8% no período. Por outro lado, a exportação do fumo continua em queda, representando uma perda de relevância na pauta de exportações do Estado: neste primeiro semestre, os embarques da planta caíram 3,1%.
    Na categoria indústria de transformação, o crescimento de 22% nas exportações foi composto por uma variação positiva de 7,1% no volume e 14% no preço. Os produtos alimentícios e as bebidas cresceram 38% em faturamento com exportações, enquanto os embarques de produtos químicos subiram 30%, os de máquinas e equipamentos, 31% e, os veículos automotores, 54%. "Os embarques de produtos com alto valor agregado tem subido principalmente em volume", destaca Cecília.
   No que diz respeito aos principais destinos das exportações do Estado, destaca-se, entre os mercados tradicionais, o crescimento das vendas para a China (30,3%), cujo embarque de soja cresceu substancialmente, Argentina (23,3%), França (160,8%) e Uruguai (71,6%). As vendas para a Argentina ampliaram mesmo diante do empecilho causado pelas barreiras alfandegárias que prejudicaram o comércio com o Brasil nos últimos meses. Os Estados Unidos mantiveram suas compras estáveis.
   Os resultados mantêm o Rio Grande do Sul na quarta posição entre os maiores estados exportadores - abaixo de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro -, representando 7,8% das exportações brasileiras. Em termos nacionais, os embarques foram relativamente superiores aos gaúchos no indicador valor: 32,6% versus 29,7%. No entanto, em volume a alta de 8,3% do Rio Grande do Sul foi superior à brasileira (1,7%).
 
Pratini defende abertura de mercado para reaquecer presença nacional no exterior 
  A abertura de mercados, da mesma forma como houve após a segunda guerra mundial, é solução para reaquecer o comércio internacional do Brasil, segundo Marcus Vinícius Pratini de Moraes, ex-ministro de Agricultura e atual integrante do Conselho de Administração do Grupo JBS. Em palestra na Câmara Brasil-Alemanha nesta quinta-feira, em Porto Alegre, Pratini considerou "inaceitável" que a carne suína brasileira ainda seja barrada na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo. "O pretexto para barrarem a carne brasileira é a aftosa. Mas quando foi que se ouviu falar pela última vez de aftosa no País?", questionou. Para ele, é preciso que o Brasil seja ainda mais incisivo na tentativa de abrir mercado internacional em países que impõem barreiras e geram subsídios aos seus agricultores, seja pela Organização Mundial do Comércio (OMC), seja por negociação direta com governos. "Nos Estados Unidos, por exemplo, os subsídios chegam a US$ 1,2 bilhão por dia."
   Uma das formas de melhorar a competitividade brasileira seria ampliar a área de plantio, acredita Pratini. Segundo ele, o País é um dos que menos ocupa seu território com produção agrícola, usando apenas 8,2% da área. A iminência da suspensão do Sistema de Preferências Tarifárias para a Europa, que isenta de impostos parte dos produtos brasileiros para lá exportados, foi outro fator que mereceu um alerta do economista. Em maio, a Comissão Europeia começou a debater a exclusão do Brasil desse sistema. De acordo com Pratini, o fim dos benefícios afetaria 30% dos embarques brasileiros à União Europeia. O palestrante também apontou estratégias para que o Brasil se insira com mais voracidade no mercado internacional. Uma delas é a educação. Para ele, o País está deixando de seguir o caminho do sucesso dos tigres asiáticos, ao não investir no conhecimento e na formação de seus jovens. 
Fonte: Jornal do Comércio

SECEX CONSOLIDA LEGISLAÇÃO SOBRE COMÉRCIO EXTERIOR

   Foi publicada dia 19 de julho, no Diário Oficial da União, a Portaria n° 23 que consolida as alterações normativas da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), efetuadas pelas portarias anteriores de 2010 e 2011.
   A nova legislação visa facilitar o acesso dos operadores de comércio exterior às normas que regem o tratamento administrativo das importações, exportações e do regime especial de drawback, referente à concessão de benefícios fiscais para os exportadores brasileiros. A iniciativa procura ainda dar maior transparência às regras com a consolidação em um documento único.
   Além de consolidar os 36 atos normativos anteriores, a nova portaria também apresenta importantes inovações. Uma delas é o esclarecimento sobre a dispensa de exigência referente à data de embarque no licenciamento de importação, quando o embarque da mercadoria tiver ocorrido antes da entrada em vigor da exigência de licença para o produto. Esta medida traz maior segurança jurídica para as operações ao evitar que haja dúvidas sobre estes casos.

Drawback Isenção para pequenas e médias empresas
   Outro ponto importante trata da possibilidade do uso de declarações de importação referentes a operações feitas ‘por conta e ordem’ de terceiro para fins de habilitação ao regime de drawback integrado isenção. Esta medida se aplica para os casos em que a empresa que solicita o benefício fiscal realiza a importação dos insumos ‘por conta e ordem’ de outra empresa.
   A condição para a aceitação, nestes casos, é que a empresa beneficiária se declare como ‘adquirente’ e que a informação sobre a operação ‘por conta e ordem’ esteja apresentada em campo específico. Esta medida visa atender, entre outras situações, aquelas relacionadas às pequenas e médias empresas que se utilizam de empresas trandings para realizar suas aquisições no mercado internacional. O objetivo é facilitar o acesso ao benefício fiscal para as exportações das empresas deste porte.

Mais de 15% em exportação
   A nova portaria cria ainda o procedimento para casos de realização de exportações amparadas por atos concessórios de drawback em valores ou quantidades acima daquelas estabelecidas no ato. Quando esses números superarem em mais de 15% o fixado no ato, a empresa deverá apresentar justificativa ou corrigir os registros de exportação que foram vinculados ao ato concessório de maneira equivocada. A medida busca atender as empresas que tenham obtido ganhos de produtividade em suas exportações e que se beneficiam do regime de drawback.

Facilidades no Siscomex
   A Portaria nº 23 prevê ainda a criação de um alerta no tratamento administrativo do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) para produtos sujeitos ao licenciamento automático. O alerta torna mais transparente para os usuários a modalidade de licença exigida, facilitando o cumprimento com as demandas feitas pelos órgãos de governo.
   Está definido também um novo roteiro para orientar o preenchimento, por meio do Siscomex, dos pedidos de drawback integrado suspensão, com o objetivo de facilitar o acesso ao sistema, reduzindo erros nos pedidos dos atos concessórios. Há ainda uma nova regulamentação para habilitação de servidores públicos para operar no Siscomex, com a consequente melhoria do controle do governo sobre as atividades do sistema.

Consulta Pública e participação do setor privado
   A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Lacerda Prazeres, ressalta que, em 2011, houve, pela primeira vez, uma consulta pública prévia para a consolidação legislativa da Secex. “A experiência teve grande valor na promoção da transparência nas relações entre governo e sociedade civil ao permitir que os interessados manifestassem suas opiniões acerca de normas que irão regulamentar suas atividades de comércio exterior”, reforçou Tatiana. Foram recebidas manifestações de mais de trinta entidades na consulta pública, entre elas, associações representantes da indústria brasileira, diversas empresas e outros órgãos de governo.
Fonte: MDIC

12 de julho de 2011

GOVERNO PRORROGA RESTRIÇÕES À ENTRADA DE GARRAFAS TÉRMICAS CHINESAS NO BRASIL

   O governo brasileiro decidiu prorrogar por até cinco anos as restrições anteriormente impostas à entrada de garrafas térmicas da China como forma de proteger a indústria nacional. A resolução, já publicada no Diário Oficial da União, foi aprovada durante a reunião do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Com isso, segundo o MDIC, o governo brasileiro continuará a cobrar alíquota de 47% sobre cada garrafa térmica importada da China para proteger o fabricante nacional. O dumping, como explicou o MDIC, em nota, “é uma prática comercial desleal, que ocorre quando uma empresa exporta para um país com preços inferiores aos praticados comumente no mercado”.
   Outra decisão, também publicada no Diário Oficial da União, determina que se aplique direito antidumping provisório, de até seis meses, sobre as importações brasileiras de diisocianato de tolueno, quando originárias da Argentina e dos Estados Unidos. O material químico é usado, entre outras coisas, na fabricação de espumas e revestimentos. O motivo alegado é o mesmo: danos à industrial nacional.
   A Camex decidiu ainda criar grupo técnico interministerial para elaborar propostas destinadas a modernizar a legislação brasileira sobre comércio exterior. E, com o objetivo de estimular o setor produtivo, o comitê reduziu para 2% as alíquotas de Imposto de Importação para bens de capital e bens de informática e telecomunicações até 31 de dezembro de 2012.
Fonte: Agência Brasil

AGRONEGÓCIO BRASILEIRO TERÁ FATURAMENTO RECORDE DE QUASE R$ 200 BILHÕES

   O Valor Bruto da Produção (VBP) das 20 principais lavouras do país deve chegar a R$ 199 bilhões este ano. A estimativa de faturamento, apurada com dados levantados até junho pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é 10,4% maior que o resultado de 2010, que ficou em R$ 180,38 bilhões, e representa um novo recorde. A melhor marca até agora foi atingida em 2008, quando o VBP ficou em R$ 183,61 bilhões.
   Segundo o coordenador de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques, o resultado favorável vem, principalmente, pela junção de três fatores: melhores preços dos produtos agrícolas, maior produtividade e volume recorde da safra.
   De acordo com o Mapa, os produtos que mais aumentaram o VBP foram algodão (67,7%), uva (46,3%), café (38%), milho (29,8%), soja (17,1%), mandioca (11%) e feijão (10,2%). A soja tem o maior peso no faturamento das lavouras brasileiras, com R$ 55 bilhões, seguida pela cana-de-açúcar (R$ 30 bilhões), milho (R$ 23,5 bilhões) e café (22 bilhões). O algodão, com a maior elevação do valor bruto, passou de R$ 3,2 bilhões, no ano passado, para R$ 5,3 bilhões este ano. Mas alguns produtos não acompanharam essa valorização e apresentaram queda no VBP, como cebola (-62,4%), que deve faturar este ano R$ 752 milhões; batata inglesa (-24,6% e VBC de R$ 2,9 bilhões) e trigo (-16,8% e VBC de R$ 2,2 bilhões).
   O estudo do valor da produção é feito desde 1997, com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O VBP se refere à renda dentro da propriedade e leva em consideração as plantações de soja, cana-de-açúcar, uva, amendoim, milho, café, arroz, algodão, banana, batata-inglesa, cebola, feijão, fumo, mandioca, pimenta-do-reino, trigo, tomate, cacau, laranja e mamona.
Fonte: Agência Brasil

MODAL AÉREO TERÁ NOVOS CAMINHOS NO RIO GRANDE DO SUL

   O município de Vacaria, o maior da região dos Campos de Cima da Serra no Rio Grande do Sul, se prepara para receber um dos principais complexos logísticos do Rio Grande do Sul a partir de 2012, o município está distante 240 km de Porto Alegre na direção Norte.
Para que o projeto logístico saia do papel, falta apenas a conclusão do Aeroporto Regional de Cargas de Vacaria. "Já passam pela cidade duas rodovias federais, a BR116 e a BR285, que se cruzam no município, e a Rede Ferroviária Nacional, operada pela ALL. Com o aeroporto, Vacaria torna-se um polo logístico, referência para a atração de empresas", considera Alessandro Dalla Santa Andrade, Secretário Municipal de Desenvolvimento, Tecnologia, Trabalho e Turismo, que concedeu entrevista exclusiva ao Netmarinha nesta semana. As obras já estão avançadas. A pista de 2.020 metros de comprimento e 30 metros de largura, com capacidade para aeronaves de porte, está praticamente concluída. Isso significa que a drenagem, o aleivamento do terreno e a construção da pista e da área de escape estão completos.
   Os instrumentos para vôos diurnos já estão disponíveis. "Estão em licitação o terminal de passageiros, o estacionamento e os instrumentos para vôos noturnos", avisa Andrade. A previsão é de que em janeiro de 2012 o aeroporto já possa ser homologado para começar a operar.
   O investimento total no projeto é de R$ 20 milhões. A maior parte do orçamento (70%) está sendo custeada pelo Governo Federal. O restante conta com verbas do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. A prefeitura de Vacaria viabilizou o terreno, onde o aeroporto está sendo construído.
   A prioridade será o transporte de cargas. Flores e pequenas frutas, que têm como destino a Europa, estão entre os produtos que podem utilizar a nova infra-estrutura. Entre as frutas produzidas na região que podem ser exportadas por aeronaves, destacam-se o mirtilo, a amora e a framboesa. As empresas de transporte de carga habilitadas para operar vão depender da demanda, mas o aeroporto já está em negociação com a NHT, empresa regional, para o transporte de passageiros.
   A construção do aeroporto completa a infra-estrutura do município para atrair novos investimentos. "Recentemente, a siderúrgica Panatlântica confirmou sua instalação em Vacaria. A empresa já vai utilizar a ferrovia para transportar suas bobinas de aço. Com a construção do aeroporto, esperamos que outras empresas também possam estudar sua implantação na cidade", acredita o secretário.
Fonte: Net Marinha

5 de julho de 2011

OMC CONDENA BARREIRA DA CHINA À VENDA DE COMMODITIES

   A Organização Mundial do Comércio (OMC) afirmou hoje que as restrições da China à exportação de commodities (matérias-primas) violam as regras do comércio internacional. O pronunciamento da entidade é uma resposta à reclamação aberta por União Europeia (UE), Estados Unidos e México contra as restrições chinesas, que incluem cotas de exportação, tarifas e preços mínimos para exportação.
   Em tese, o parecer da OMC deve limitar a forma como países ricos em recursos naturais podem reservar matérias-primas como insumos para suas indústrias domésticas. No entanto, pode levar anos até que a China concorde em remover suas restrições. Neste caso, a UE, os Estados Unidos e o México podem impor tarifas a produtos chineses em retaliação.
   As nove matérias-primas industriais em questão são: bauxita, magnésio, coque, fluorita, manganês, silício, silício metálico, fósforo amarelo e zinco. Empresas siderúrgicas e químicas são as principais consumidoras, mas essas matérias-primas também são usadas em vários outros produtos que vão de latas para bebidas a refrigeradores. "Este é um veredicto claro para o livre comércio e para o acesso justo a matérias-primas", disse o comissário de comércio da UE, Karel De Gucht, em comunicado. "E envia um forte sinal para conter a imposição de restrições injustas ao comércio e nos leva a um passo mais perto de condições de concorrência equitativas para matérias-primas." A China alegou preocupações ambientais relacionadas à produção dessas matérias-primas como motivo para restringir suas exportações, pois as regras OMC permitem que países restrinjam o comércio para proteger o meio ambiente. No entanto, o painel disse que simples restrições às exportações, sem medidas para limitar o uso das matérias-primas pelas indústrias domésticas, não protegem de forma efetiva o meio ambiente e, de forma inaceitável, isola as indústrias domésticas da competição por esses produtos. 
Fonte: Agência Estado/Dow Jones.