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31 de março de 2011

PAÍS PERDE INVESTIMENTOS PARA O EXTERIOR

   A alta carga tributária que incide sobre o setor de telecomunicações no Brasil não prejudica apenas as empresas que consomem os serviços, mas também a economia como um todo. No seminário "Os serviços de Telecom e a competitividade empresarial", promovido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), empresas como Ipiranga e Yahoo revelam que deixam de investir no Brasil em função do alto custo cobrado das empresas de telecomunicações instaladas no país. Apesar disso, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, Ronaldo Sardenberg, dizem que redução de carga tributária para o setor está fora de cogitação neste momento em que o governo corta custos.
   O diretor de tecnologia da Ipiranga, Firmiano Ramos Perlingeiro, disse que a empresa tem optado por hospedar parte de seus sites promocionais fora do país, porque demandam mais acessos e geram tráfego maior, o que eleva o custo. Assim, parte desse fluxo de dados - entre o computador de quem acessa a informação e o de quem a hospeda - passa por uma rede de telecomunicações no exterior, cujo imposto é inferior ao do Brasil, explicou o diretor de tecnologia da Firjan, Carlos Eduardo de Oliveira. "Por isso, a hospedagem lá fora, neste caso, vale mais a pena", diz ele. No Brasil, o imposto chega a 39%, o que significa um desembolso maior para que a empresa faça a hospedagem dos dados aqui. "Temos data center na Europa, Ásia e Austrália, mas não na América Latina. Para nós, o local ideal seria São Paulo, porque a latência (tempo entre a informação acessada e recebida) para Natal [Rio Grande do Norte] é a mesma para Santiago do Chile, por exemplo", afirma Flávio Amaral, gerente de operações da Yahoo no Brasil. "No entanto, estamos adiando o investimento, porque os impostos o tornam inviável."
   Apesar disso, o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, disse que a redução da carga tributária do setor é muito difícil neste momento. Sardenberg se referia às medidas para corte de R$ 50 bilhões em gastos do governo federal, no início do ano. O presidente da Anatel também criticou a falta de iniciativa das empresas de telecomunicações, no sentido de apresentarem um projeto concreto de redução na carga tributária do setor. "O que impede as empresas de fornecerem um plano simplificado de impostos? Elas têm que ser claras", afirmou. Sardenberg estava irritado porque os empresários do setor apresentaram de manhã dados mostrando que o Brasil tem hoje a segunda maior carga tributária sobre telecomunicações do mundo. "Estamos atrás apenas de Bangladesh", afirmou o presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente. "A carga é de 39%, mas o custo final é de 51%", completou o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco. A proposta de Falco é que o governo federal abra mão de sua parte na carga tributária para a banda larga e deixe os Estados decidirem a sua parte. "Desse total, 70% é ICMS", explica Falco. "Há Estados 'loucos' para dar isenção, basta o governo regulamentar." Mas, quando se fala de banda larga empresarial, o custo ainda deve permanecer alto, concorda Paulo Bernardo.
   Estudo divulgado pela Firjan durante o evento mostra que a oferta de banda larga para as empresas no país ainda é precária e apresenta variação de 75% no seu custo, dependendo do Estado onde o serviço é oferecido. Em Alagoas, a velocidade de 1 Megabit por segundo (Mbps) para acesso em banda larga custa R$ 57,40; no Amazonas, Pará ou Sergipe, o valor é R$ 99,90. No Amapá, o acesso com essa mesma velocidade sai por R$ 429,90. O custo médio do acesso na tecnologia DSL (via cabos de telefonia) no Brasil é de R$ 70,85, com São Paulo cobrando R$ 63,23 e o Rio, R$ 66,57.
   Cristiano Prado, gerente de infraestrutura e de novos negócios da Firjan, diz que ao se comparar a velocidade de 10 Mbps, a oferta é mais cara e a variação para essa capacidade é ainda maior: vai de R$ 84,90 em Roraima a R$ 192,40 no Mato Grosso, e 105% no Tocantins e Acre. No Brasil, o preço médio é de R$ 105,23. São Paulo está bem próxima, com R$ 104,90, e no Rio, R$ 98,23. Para banda de 100 Mbps, apenas 15 dos 27 Estados oferecem o produto. Em comparação com o custo cobrado no mundo para o acesso e 1 Mbps, o Brasil (US$ 42,80) é mais caro que a Argentina (US$ 41,30) e Colômbia (US$ 16,70). Na Alemanha, o custo para o mesmo acesso é de US$ 9,30; em Taiwan, US$ 12,40; e no México, US$ 16,50.
Fonte: Valor Econômico

BRICS JÁ DEIXARAM DE SER EMERGENTES, SEGUNDO CRIADOR DO TERMO

   O'Neill, presidente da gestora de ativos da Goldman Sachs na Grã-Bretanha, sustenta no artigo que dois Brics, China e Brasil, já estão entre as sete maiores economias do planeta, com os outros dois muito próximos na lista. "É cada vez mais claro para mim que se referir às quatro nações dos Bric como 'emergentes' não faz mais sentido", escreve o economista. "Os Bric, junto com alguns outros países, merecem um status diferente de muitos outros que podem ser corretamente classificados como mercados emergentes."

Reclassificação:   Recentemente a Goldman Sachs reclassificou os quatro países, que passaram a ser chamados de "mercados de crescimento" nos relatórios da consultoria. Nesta categoria estariam também Coreia do Sul, Indonésia, México e Turquia – entretanto, "muito longe" dos Bric em termos de importância econômica, escreve Jim O'Neill no Times. O economista criou o termo Bric para ressaltar a força econômica dos quatro grandes emergentes na virada do século. Mas de lá para cá o passo do crescimento destes países tem superado as expectativas.
   A projeção é de que o tamanho dos Bric supere o do G7 - o grupo de países mais industrializados do mundo - por volta de 2027, cerca de dez anos antes do previsto, diz O'Neill. No artigo, ele ressalta o caso do Brasil, que se tornou a sétima economia do planeta "cerca de dez anos antes do que eu pensava".

Importância:   Até o fim desta década, os Bric devem alcançar um PIB combinado de US$ 25 trilhões, comparado com cerca de US$ 11 trilhões atualmente e cerca de US$ 3 trilhões no início do século, afirmou O'Neill. "Em algum momento nesta década, eles superarão, juntos, os Estados Unidos. Meu palpite é de que isso poderia ocorrer em torno de 2017-2018." O economista diz que ser reclassificado de "mercados de crescimento" não implica que Brasil, Rússia, Índia e China "vão crescer todos os anos". "Eles crescerão em ciclos, como todos os outros. O que queremos com isso é indicar que, à medida que a economia global continue rastejando nessa década, a proporção deles no PIB global deve aumentar."
Fonte: BBC Brasil

CHINA PODE LIBERAR COMPRA DE CARNE SUÍNA BRASILEIRA

   O Brasil poderá conseguir a abertura do mercado da China para exportações de carne suína durante a visita que a presidente Dilma Rousseff fará ao país asiático em meados de abril. Se conseguirem o sinal verde para os embarques, os produtores brasileiros esperam abocanhar metade das importações chinesas dentro de três anos, o que seria equivalente a US$ 500 milhões a preços e quantidades atuais.
   A China é o maior consumidor de carne suína do mundo, responsável por metade da demanda. Mas quase todo o consumo de 50 milhões de toneladas é suprido pela produção local. Ainda assim, o país deverá importar 480 mil toneladas em 2011, segundo previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que prevê alta de 15% em relação ao ano passado. Na próxima semana, a missão do Ministério da Agricultura chegará a Pequim para tentar concluir a negociação. Já existe o acordo para a venda de carne suína, mas a China ainda não credenciou os frigoríficos que podem exportar ao país, disse o adido agrícola do Brasil em Pequim, Esequiel Liuson.
   No ano passado, o Brasil apresentou uma lista de 26 plantas para serem habilitadas. Os chineses visitaram 13 delas em novembro, mas falta a chancela oficial para que elas iniciem os embarques. Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), prevê que o credenciamento das plantas poderá ser anunciado durante a visita de Dilma. As importações do país asiático são mínimas quando comparadas ao consumo doméstico. Ainda assim, a China foi o quinto maior importador em 2010, com compras um pouco superiores a 400 mil toneladas.
Fonte: O Estado de São Paulo

25 de março de 2011

NASCE MAIOR EMPRESA DE TRANSPORTE DE CONTÂINERS DA AMÉRICA LATINA

   Está previsto para o final deste mês o nascimento da maior empresa de logística para transporte e armazenamento de contêineres da América Latina: a Brado. Resultado da fusão da Brado Logística, do Grupo América Latina Logística, com a Standard, a nova companhia já prevê investimentos na casa de R$ 1 bilhão em cinco anos.
   A fusão que herdará o nome da companhia da ALL e se chamará também Brado Logística, será dona de 11 terminais intermodais e seis complexos logísticos. A expectativa para os resultados que serão gerados pela sinergia entre as duas companhias é grande: "Toda mercadoria que possa ser embarcada via contêiner nos interessa. Nosso foco é oferecer o máximo de qualidade no transporte intermodal de cargas frigorificadas e secas", avisa Alan Fuchs, diretor Financeiro da nova Brado Logística.
   Ainda sem previsão de faturamento para 2011, Paulo Basílio, diretor presidente da América Latina Logística, aguarda bons números para o primeiro ano de vida da junção. "Estamos unindo a cultura e a excelência em gestão da ALL com a experiência e o know-how da Standard no setor de logística" diz. Ainda sobre logística, a Capital Realty, empresa tradicional do sul do Brasil na implementação de condomínios logísticos, e que é encabeçada por Rodrigo Demeterco (irmão de José Luis Demeterco, da Brado Logística), irá investir R$ 40 milhões na ampliação do Megacentro Logístico Itajaí, localizado em Santa Catarina.
Fonte: DCI – Diário do Comércio, Indústria & Serviços

BRASIL É O 2º PAÍS NA ROTA DE INVESTIMENTOS ÁRABES

   Ao todo, as nações do Oriente Médio e do Norte da África investiram US$ 4,5 bilhões em empresas brasileiras. O valor investido no Brasil por fundos e empresas do mundo árabe representa 18% do total de investimentos realizados fora da região. Os britânicos receberam o equivalente a 21%. Os americanos, apesar de terem participado de um volume maior de negócios, conseguiram atrair apenas 4%.
   O principal investimento no Brasil foi realizado pela Qatar Holding. A companhia é o braço financeiro do fundo soberano desse país do Golfo Pérsico, sede da rede de TV Al-Jazira. De acordo com o estudo, foram investidos US$ 2,7 bilhões para emissão de títulos conversíveis em ações do Banco Santander do Brasil. A aquisição de 18% do BTG-Pactual por parte dos Emirados Árabes Unidos conseguiu levar para o Brasil outros US$ 1,8 bilhão, sendo a sexta maior negociação de fusões e aquisições envolvendo os países do Oriente Médio e do Norte da África, incluindo as transações domésticas e inter-regionais. A negociação entre a Qatar Holding e o Santander ficou em segundo, sendo a primeira de fora da região. A maior foi a gigantesca aquisição na área de telecomunicações da Zain Group, do Kuwait, pela Etisalat, dos Emirados Árabes Unidos, por US$ 11,7 bilhões.
   Os principais investimentos feitos no Brasil em fusões e aquisições vieram de dois países que não correm risco de levantes, de acordo com as consultorias de análise. Apesar de atrair capital árabe para empresas brasileiras, o caminho inverso não ocorreu. O Brasil nem sequer aparece no ranking de países de fora do Oriente Médio e do Norte da África que participaram de negócios envolvendo fusões e aquisições em 2010. Esse mercado no mundo árabe, incluindo as negociações domésticas, movimentou US$ 55,9 bilhões em 2010, um crescimento de 65% em relação ao ano anterior. Os Emirados Árabes (43%) e o Catar (30%) foram os países que mais realizaram negócios com nações de fora da região. Internamente, os dois também ficaram na liderança. O Egito (20%), os Emirados Árabes (16%) e a Arábia Saudita (9%) foram os que mais atraíram investimentos externos.
   Nos últimos anos, o interesse no Brasil por parte de fundos soberanos do Golfo Pérsico, que estão entre os maiores do mundo, tem crescido. Bancos e fundos de investimento brasileiros começaram a abrir filiais e a enviar representantes para atrair os árabes para negócios envolvendo fundos de private equity e IPOs (oferta pública de ações) no Brasil. Companhias aéreas, como a Emirates e a Qatar Airways, estabeleceram rotas para São Paulo. Os negócios do Brasil com a região também vão bem, já que os brasileiros vendem alimentos para grande parte dessas nações. A Vale também ampliou seus investimentos no Oriente Médio ao abrir uma filial em Omã.

Recursos árabes:* 18% dos investimentos árabes fora da região foram feitos no Brasil
* US$ 4,5 bi foram recebidos por empresas brasileiras
* 21% é a porcentagem investida na Grã-Bretanha
Fonte: O Globo

BRASIL GANHA 2.746 IMPORTADORAS E SÓ 82 EXPORTADORAS NO 1º BIMESTRE DE 2011

   No primeiro bimestre de 2011, foram abertas 2.746 empresas importadoras. No mesmo período, apenas 82 passaram a exportar. As razões para esse desequilíbrio são o real valorizado frente ao dólar, a concorrência chinesa em terceiros mercados e a redução das compras americanas. No entanto, para técnicos da área de comércio exterior do governo, dos males, o menor. Pelo menos, não houve queda do número de firmas exportadoras, como vinha ocorrendo anteriormente. - Mesmo com todos os problemas, o setor exportador reage, e os bons preços das commodities são fatores importantes - diz Bruno Laviere, economista da consultoria Tendências. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, nos dois primeiros meses de 2011, lideraram o ranking das empresas exportadoras a Vale e a Petrobras, com vendas de, respectivamente, US$4,3 bilhões e US$3 bilhões. A estatal ainda ficou à frente das importadoras, com gastos equivalentes a US$2,9 bilhões.
   No primeiro bimestre deste ano, o total de empresas que exportaram chegou a 10.676, e os negócios movimentaram US$31,9 bilhões. No mesmo período do ano anterior, eram 10.594 firmas, que proporcionaram um fluxo de US$23,5 bilhões. Já o número de importadoras subiu de 20.210 (US$23,3 bilhões) para 22.956 ( US$30 bilhões). A poucas semanas da visita da presidente Dilma Rousseff à China, o embaixador do país no Brasil, Qiu Xiaoqi, disse ontem que o mundo precisa ver o crescimento de sua nação como "uma oportunidade, e não como uma ameaça". Ele rebateu acusações de que as importações chinesas afetam a indústria brasileira. - Os produtos chineses são competitivos, por isso estão no Brasil. A indústria brasileira tem de fazer seus próprios esforços - disse o diplomata.
Fonte: Federasul

MOROSIDADE PROVOCA ALTA DOS CUSTOS NOS PORTOS BRASILEIROS

Thomas, da Hamburg Süd, disse que uma saída para acelerar a retirada da carga no porto foi elevar o custo da armazenagem:
   A recuperação dos volumes no comércio exterior brasileiro em 2010 impôs custos operacionais inéditos ao transporte marítimo de contêineres, por contraditório que possa parecer. O principal problema foi o hiato entre a infraestrutura portuária existente e a necessária para abarcar o inesperado salto de 22% na movimentação, que fechou em 4,7 milhões de contêineres ante queda de 15% em 2009. A Hamburg Süd, líder no transporte marítimo na maior parte dos tráfegos com o Brasil, calcula que teve custos adicionais de US$ 118,1 milhões decorrentes, principalmente, de atrasos na atracação dos navios e cancelamentos de escalas nos portos da costa nacional, que impuseram maiores gastos na rotação dos navios e perdas de receita. O número é cerca de 40% superior ao verificado em 2008 - o exercício de 2009 é considerado um ponto fora da curva em razão dos impactos da crise financeira mundial, que esvaziou o comércio exterior. O último dado oficial da companhia, no fim de 2010, totalizava perdas de US$ 80 milhões até setembro.
   Em 2010 a Hamburg Süd realizou 3.646 escalas no Brasil. Mas cancelou 368 paradas, perdeu 782 janelas - quando há previsão contratual de garantia de atracação no berço do terminal -, e computou 62.120 horas perdidas nos portos, à espera de sair ou entrar com o navio. O quadro foi acentuado pelo aumento vertiginoso das importações, que levam mais tempo para deixar os terminais portuários e dar lugar às cargas de exportações. Isso ocorre por uma série de razões, dentre as quais: abandono da mercadoria no porto pelo importador; escassez de áreas na retaguarda; e processos aduaneiros mais lentos. Segundo a Alfândega do Porto de Santos, que escoa quase um quarto da balança comercial, 24% dos atrasos na liberação dos contêineres de importação no cais santista se devem a erros no preenchimento de documentos por parte dos agentes que representam o dono da carga.
   No ano passado, o tempo médio que um equipamento permaneceu nos terminais marítimos de Santos foi de 11,5 dias, com picos de 19 dias para um contêiner deixar o terminal após o desembarque do navio. "É uma deseconomia de escala enorme", disse o coordenador do Comitê de Usuários de Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), José Cândido Senna, ao assistir à apresentação do diretor superintendente da Hamburg Süd, Julian Thomas, na sede da Associação Comercial de São Paulo.
 Nos demais países dos Brics a média é de 2 a 3 dias - excetuando no inverno, quando os portos russos congelam. "Houve caso de um terminal em Santos que teve de fechar os gates (portões para entrada de carretas), deixando navios com carga de importação boiando até que as exportações fossem embarcadas, abrindo espaço nos pátios", disse Thomas. Uma das saídas usadas pelos terminais foi elevar os preços de armazenagem, de forma a induzir o dono da carga a retirar os contêineres. Segundo o diretor comercial do armador dinamarquês Maersk Line, Roberto Prudente, os gastos adicionais cresceram "tremendamente" em 2010, sem revelar números absolutos. Ele destaca que, além do incremento das importações, que deixam todo o sistema mais lento, o mau tempo também pesou. "Houve incidência muito grande de portos fechados, principalmente na região Sul, em Paranaguá (PR). Isso eleva os custos não só do armador, mas do cliente, que têm de armazenar a carga."
   O diretor executivo do Centro Nacional de Navegação (Centronave), Elias Gedeon, defende que haja mais investimentos em terminais para "destravar" os portos. "O governo tem feito sua parte, com as dragagens e novos terminais, mas em poucos anos isso será insuficiente. A demanda baterá novamente a oferta de capacidade se o ritmo do comércio exterior se mantiver nesses patamares." Conforme levantamento apresentado por Thomas, em 2010 os terminais não puderam utilizar seu potencial máximo por conta dessas deficiências. A questão é que os novos terminais de contêineres e as expansões nos já existentes devem estar prontos nos próximos anos. E, num cenário em que as exportações devem crescer em menor ritmo que as compras externas, o problema da infraestrutura tende a se acentuar.
   A curto prazo, a saída é reduzir as estadias da carga nos terminais. Armadores e embarcadores defendem a "interiorização" dos processos aduaneiros para dar eficiência ao sistema, livrando a área nobre (os terminais portuários) do ônus físico da armazenagem e deixando-os apenas com a atividade de embarque e desembarque. "Imagine se conseguirmos reduzir os tempos de quase 12 dias para 2 dias, significa multiplicar a capacidade do porto sem investimento em área física. É praticamente um novo porto dentro de Santos", pondera Senna. Procurada, a Secretaria de Portos (SEP) não se manifestou até o fechamento da edição.
Fonte: Valor Econômico

21 de março de 2011

BNDES ATINGE LUCRO RECORDE DE R$ 9,9 BILHÕES EM 2010

   O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou um lucro líquido de R$ 9,9 bilhões no exercício de 2010. O resultado equivale a um aumento de 47,2% em relação ao obtido em 2009, de R$ 6,7 bilhões. Os principais fatores que contribuíram para o desempenho do BNDES em 2010 foram: a Receita com Reversão para Risco de Crédito, de R$ 2,9 bilhões; o crescimento do Resultado com Participações Societárias em R$ 2,2 bilhões (54,4%); e a expansão do Produto Bruto de Intermediação Financeira em R$ 1,2 bilhão (20,9%). O impacto positivo da receita com reversão de provisão, em 2010, ocorreu em função da recuperação de créditos, no valor de R$ 2,3 bilhões. No exercício de 2009, o BNDES havia contabilizado uma despesa com provisão para risco de crédito de R$ 6 milhões.
   O crescimento do Resultado com Participações Societárias, no ano passado, decorreu, principalmente, do acréscimo de 179,5% do resultado com alienações, que passou de R$ 1,2 bilhão em 2009 para R$ 3,2 bilhões em 2010. Este aumento foi possível em função de melhora nas condições de mercado no ano passado, quando comparado a 2009, o que possibilitou a realização de operações de giro da carteira de participações societárias. O bom desempenho reflete, também, a qualidade da carteira da BNDESPAR, braço de participações do BNDES. Quanto ao Produto Bruto de Intermediação Financeira em 2010, seu crescimento foi influenciado, principalmente, pela expansão da carteira de crédito e de títulos e valores mobiliários. O BNDES conseguiu atingir um desempenho financeiro compatível com suas atividades de banco de desenvolvimento, alcançando uma carteira de crédito de cerca de R$ 362 bilhões, 27,5% superior à do final do ano anterior.

Posição patrimonial: 
   O patrimônio líquido do sistema BNDES totalizou R$ 65,9 bilhões em 31 de dezembro de 2010, correspondendo a um patrimônio de referência de R$ 83,1 bilhões, superior aos R$ 54 bilhões obtidos em 2009. O patrimônio de referência (PR) é a base utilizada pelo Banco Central para definir limites prudenciais que devem ser seguidos por todas as instituições financeiras. Quanto maior for o patrimônio de referência do BNDES, maior sua capacidade de conceder financiamento. O crescimento do PR em 2010 resultou, basicamente, da avaliação a valor justo da carteira de participações societárias em empresas não coligadas (aquelas nas quais a BNDESPAR não exerce influência na gestão) em conformidade com o processo de convergência contábil internacional. O índice de adequação de capital (Índice de Basiléia) registrado pelo sistema BNDES foi de 18,6%, uma situação confortável em relação aos 11% exigidos pelo Banco Central.
   A inadimplência do BNDES representou 0,15% da carteira total, queda em relação aos 0,20% registrados no balanço de dezembro de 2009. A qualidade da carteira do Banco é demonstrada pelo seu perfil de risco de crédito: 98,5% do total dos créditos concedidos estão classificados entre os níveis de risco AA e C em 31 de dezembro de 2010, qualidade superior à média do Sistema Financeiro Nacional, que era de 92,6% na mesma data. A qualidade de crédito é resultado da consistência de suas políticas. Os financiamentos concedidos pelo BNDES são objeto de contínuo acompanhamento e demandam garantias que cubram a posição devedora ao longo da vida dos contratos.
   Os ativos totais do Sistema BNDES somaram R$ 549 bilhões em 31 de dezembro de 2010, apresentando crescimento de 42% em relação ao mesmo período de 2009. Tal aumento foi possibilitado pelas captações do Tesouro Nacional, que totalizaram R$ 105 bilhões em 2010. Em 31/12/10, com a aprovação das novas normas da CVM, os investimentos em participações societárias da carteira da BNDESPAR em empresas não coligadas passaram a ser avaliados a valor justo (valor pelo qual o bem seria realizado na data do balanço), gerando um aumento de R$ 45 bilhões em relação à antiga metodologia que refletia o custo de aquisição. O mesmo tratamento contábil foi aplicado ao Sistema BNDES, seguindo a Circular 3.068/01 do Banco Central.

Implantação de IFRS – Normas Internacionais de Contabilidade :
  Em 31 de dezembro de 2010, o BNDES concluiu seu primeiro conjunto de demonstrações contábeis preparadas de acordo com as normas internacionais de contabilidade, o IFRS, da sigla em inglês de International Financial Reporting Standards. As novas normas foram implantadas em atendimento à determinação do Banco Central, válida para todas as instituições financeiras, a partir de 2010. Foi um desafio que envolveu grandes esforços não só de funcionários da instituição como também de consultores e auditores independentes (respectivamente, PricewaterhouseCoopers e Deloitte). O resultado deste trabalho, como já esperado, foi favorável ao BNDES. Analisando os saldos em 31 de dezembro de 2010, o patrimônio líquido do banco (R$ 69,8 bilhões), apresentou um acréscimo de R$ 3,9 bilhões (5,9%) como resultado, principalmente, de dois fatores descritos a seguir:
- O primeiro foi a diferença do critério para cálculo da provisão para risco de crédito, com impacto positivo em R$ 2,4 bilhões. Os cálculos passaram a considerar perdas, de fato, incorridas, que afetam o fluxo de caixa futuro da operação, e não perdas esperadas.
- O segundo foi a transferência do deságio em aquisição de ativos no valor de R$ 2,3 bilhões (R$ 1,5 bilhão líquido dos respectivos efeitos tributários) para o resultado, que representa um ganho na aquisição de investimentos.
   Pelas normas internacionais (IRFS) tal ganho deve ser reconhecido como receita no momento da operação. Já pelas regras do Banco Central deve ser apropriado ao resultado ao longo do tempo, proporcionalmente à realização de seu fundamento econômico. O Ativo total (R$ 553,8 bilhões) foi acrescido de R$ 4,7 bilhões (0,9%), influenciado, também, pela diferença no cálculo da provisão para risco de crédito (R$ 2,4 bilhões) e pela transferência do deságio (R$ 2,3 bilhões), ambos detalhados acima. Com relação ao lucro líquido, houve uma redução de R$ 1,0 bilhão frente ao padrão contábil do Banco Central, como contrapartida da reversão de provisão para risco de crédito (mencionada na análise do patrimônio líquido). Isto decorre do fato de que parte do lucro do exercício de 2010 (R$ 2,9 bilhões) foi gerada por reversão de provisão. No IFRS, uma parcela dessa reversão, de R$ 848 milhões, foi atribuída a exercícios anteriores.
   A aplicação do IFRS reflete melhor o resultado das operações da instituição na medida em que ganhos e perdas, econômicos ou financeiros, são imediatamente reconhecidos nas demonstrações financeiras. Além disso, representam um ganho significativo de qualidade de informações, proporcionando maior transparência para o mercado e facilitando a comparação com outras instituições, nacionais e internacionais, que também preparam os seus demonstrativos no padrão internacional. O BNDES, em função do seu compromisso com a promoção de boas práticas do mercado no Brasil, atuará no sentido de estimular as companhias brasileiras a se valerem do IFRS para aprimorarem a transparência do mercado de capitais brasileiro. Também promoverá iniciativas para que as pequenas e médias empresas passem a adotar o IFRS, na sua versão simplificada.
Fonte: MDIC

18 de março de 2011

PACCAR SINALIZA INTERESSE EM SE INSTALAR NO ESTADO

   O Rio Grande do Sul está entre os estados prospectados para receber uma fábrica de caminhões da empresa norte-americana Paccar. Durante reunião realizada ontem com o governador Tarso Genro, executivos da empresa sinalizaram com a possibilidade de investir entre US$ 150 e 200 milhões em uma planta a ser instalada até o final de 2012. "Estamos entre os estados estudados pela empresa, uma das mais importantes do ramo no mundo, cujos executivos nos fizeram uma visita cordial", disse o secretário estadual de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik. Segundo ele, o Rio Grande do Sul tem tudo para atender à proposta da Paccar, empresa familiar com 106 anos de existência. "Estamos bem na parada e fizemos nosso trabalho bem feito. Aguardamos para breve uma resposta deles sobre qual estado receberá a planta", disse o secretário. Sobre a oferta de incentivos fiscais, o secretário disse apenas que foi sugerido "o trivial já existente".
   Os executivos deixaram agendada uma nova reunião para a próxima semana, momento em que farão visitas a vários municípios candidatos a receber a planta, caso o estado seja o contemplado. "São todos municípios num raio de 100 quilômetros de Porto Alegre, mas não temos um nome em específico", disse Knijnik. No mês de fevereiro, a empresa divulgou dados de faturamento, indicando que durante o quarto trimestre do ano passado alcançou US$ 169,8 milhões, em comparação com US$ 46,11 milhões do quarto trimestre de 2009. As receitas líquidas de vendas e serviços financeiros no quarto trimestre foram de US$ 3,06 bilhões, ante os US$ 2,24 bilhões registrados em 2009. As receitas líquidas de vendas e serviços financeiros para todo o ano de 2010 atingiram US$ 10,29 bilhões, contra US$ 8,09 bilhões de 2009.
   Em 2010, a empresa norte-americana produziu e entregou 78,8 mil veículos em todo o mundo e lançou cinco novos modelos de caminhões. A receita de venda de peças de alcançou US$ 864 milhões.
Fonte: Jornal do Comércio

COOPERATIVAS EXPORTARAM US$ 4,4 BI EM 2010

   Em 2010, as cooperativas bateram novo recorde ao exportar US$ 4,4 bilhões. Em 2011, devem crescer 11% no mercado internacional, chegando a US$ 4,9 bilhões em vendas. "Mesmo com a paridade cambial desfavorável às exportações, saímos da crise e estamos retomando antigos mercados", avalia o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas.
   A evolução de 22% nas vendas externas em 2010 recupera, com folga, o forte recuo de 10,5% registrado em 2009. "Neste ano, não devemos crescer o mesmo de 2010. Mas vamos continuar essa retomada", diz o gerente de Mercados da OCB, Evandro Ninaut.
   Os mercados mais explorados pelas cooperativas foram China e Emirados Árabes. Mas Bélgica, Canadá e Nigéria surpreenderam com a demanda por produtos das sociedades cooperativas. Os principais produtos de exportação, em 2010, foram açúcar e etanol, complexo soja e todas as carnes. Também ajudaram: café, cereais, algodão, frutas, produtos hortícolas, leite e laticínios.
   As sociedades do Paraná lideraram as vendas externas ao responder por 37% do total exportado. Cooperativas de São Paulo e Minas Gerais também tiveram papel relevante na significativa expansão no ano passado. As cooperativas, cuja força está em seus 9 milhões de associados e quase 300 mil empregados, veem os próximos anos como momentos de "expansão de mercado", mas com uma elevação da exigência dos consumidores por mais qualidade e produtos feitos dentro de padrões socioambientais ainda mais rigorosos.
   A análise prospectiva da instituição permite vislumbrar uma expansão contínua até 2014. Se tudo correr bem, com clima favorável e preços médios próximos de níveis históricos, a projeção é chegar US$ 5,5 bilhões em 2012; ultrapassar US$ 6 bilhões em 2013; e romper 2014 com exportações totais de US$ 6,8 bilhões. Na avaliação OCB, haverá um forte aumento de demanda nas próximo anos. Até 2050, estima-se que a população mundial passe de 7 bilhões para 9 bilhões. Assim, será necessário elevar em 50% a produção de grãos e dobrar a oferta de carnes. "Esse cenário nos dá oportunidades para ocupar um espaço ainda maior, aqui e lá fora", afirma Ninaut.
Fonte: Valor Econômico

EMPRESAS ALEMÃS VISLUMBRAM MERCADO BRASILEIRO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

    Em meio a centenas de expositores de máquinas e implementos, seis empresas alemãs desfrutam de um espaço privilegiado na 12ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul. A Casa da Alemanha, a primeira de origem internacional a se instalar na feira, é uma vitrina de uma das maiores fabricantesagrícolas no setor. Financiado pelo ministério da Agricultura da Alemanha, o estande foi uma aposta do país europeu para estimular a entrada no mercado brasileiro. As taxas de importação e a ausência de incentivos do governo brasileiro a máquinas fabricadas fora do território nacional como financiamento do Mais Alimentos e do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), dificultam o ingresso de modelos alemães no país. - No ano passado, exportamos apenas US$ 14 milhões em máquinas agrícolas para o Brasil. Isso é praticamente nada diante do nosso volume mundial - afirma Gerd Wiesendorfer, da Associação de Máquinas Agrícolas da Alemanha.
   Hoje, o mercado alemão de maquinários agrícolas supre de 10% a 12% da demanda mundial. Além de demonstrar aos brasileiros o potencial do país no setor, as empresas estrangeiras procuram parceiros locais para fabricar os produtos em território nacional. Conforme o gerente adjunto de Relações Internacionais da Câmara Brasil Alemanha, Dietmar Sukop, essa seria a forma mais viável para os fabricantes entrarem no país com condições de competitividade. - A concorrência no mercado brasileiro é muito acirrada. Por isso a ideia inicial é buscar uma parceria local que permita a aplicação da tecnologia alemã em uma unidade de produção já instalada - detalhou Sukop.
   Como diferencial da tecnologia desenvolvida na Alemanha, as empresas apresentam modelos que combinam praticidade e eficiência. Entre as marcas expositoras há produtos não encontrados no Brasil, como uma colheitadeira específica para batatas - um dos principais vegetais da culinária alemã.
Fonte: Zero Hora

GOVERNO QUER ATUAÇÃO DOS CORREIOS NO EXTERIOR

   O governo vai mandar nos próximos dias para o Congresso um pedido para mudar o estatuto da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que um dos objetivos é autorizar a atuação da estatal no exterior. Em Miami, por exemplo, os Correios pagam muito dinheiro para fazer convênio com companhias americanas ao distribuir encomendas de grupos brasileiros. Paulo Bernardo avalia que os Correios podem ter uma atuação própria nos EUA. A empresa também poderá ampliar a sua atuação postal, com constituição de subsidiárias e participação em outras sociedades. - O estatuto da empresa é de 1969, como ele foi baixado por um decreto lei, precisamos de lei para alterá-lo. Devemos mandar nos próximos dias uma proposta legislativa para mudar este estatuto, para autorizar esta mudança. Os Correios vão fazer uma licitação nova do banco postal, disse o ministro, porque no fim do ano termina o convênio que têm com o Bradesco. Ele disse que o governo pretende fazer a regulamentação da lei postal, de 1978, que não foi feita até hoje.
   A questão das franquias dos Correios, problema que vem se arrastando desde o ano passado, foi adiada mais uma vez. O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) apresentou ontem seu relatório à Medida Provisória 509 prorrogando para 30 de setembro de 2012 as franquias em situação irregular. O prazo para a estatal realizar a licitação terminava em 11 de junho. A MP foi aprovada na noite de ontem e seguiu para apreciação no Senado. No país, há 1.424 franquias, mas somente 227 passaram por licitação. Em outubro, a licitação foi adiada pela primeira vez.
Fonte: O Globo

EXPORTAÇÃO DE FRANGO PODE SER BENEFICIADA APÓS TRAGÉDIA NO JAPÃO

   A carne de frango é outro produto brasileiro que pode ser beneficiado a longo prazo após a tragédia no Japão. "A destruição da infraestrutura também prejudica a produção interna de carnes, o que deve contribuir para a compra de produtos acabados", explica Aedson Pereira, analista da consultoria Informa Economics FNP. Segundo o especialista, como o Japão é um grande consumidor de alimentos, o mercado de commodities tem a tendência de sofrer quedas após catástrofes no país, como ocorreu com o terremoto de Kobe em 1995, No entanto, essa é uma situação passageira. "Eles precisam suprir as necessidades da população, o que garante uma demanda mais firme", destaca.
   Atualmente, o Japão consome cerca de um quinto da carne de frango brasileira exportada. Em 2010, isso representou US$ 900 milhões, dos quais US$ 125 milhões foram adquiridos do Rio Grande do Sul, o que representa 56% das exportações gaúchas no ano. Para Francisco Turra, presidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Ubabef) a catástrofe não ameaça as vendas do setor para o Japão. "Eles estão honrando os contratos, e nenhum carregamento recebeu avisos para ser atrasado ou mudar de rota", informa. O dirigente lembra que a carne de frango é uma fonte de proteína barata, o que é ideal para alimentar populações em tempo de crise. "Eles têm que garantir comida para o povo, e como não mantêm grandes estoques isso deve significar que as compras externas estão garantidas", lembra.
Fonte: Federasul

TEMER DIZ QUE MEDIDAS CONTRA INFLAÇÃO SERÃO TOMADAS

   O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou hoje que o governo deve retomar a discussão de novas medidas macroprudenciais, já que a presidente Dilma Rousseff já disse que não vai tolerar a inflação. "A presidente Dilma já disse que não vai tolerar a inflação e isso significa tomar medidas condizentes a essa colocação. Muito brevemente essas medidas serão tomadas", disse Temer, após reunião na manhã de hoje com a coordenação estadual do PMDB em São Paulo.
   Segundo ele, possivelmente na semana que vem o governo vai aprofundar a discussão sobre as medidas macroprudenciais que devem ser anunciadas em breve. A expectativa, segundo ele, é de que o tema entre em pauta na reunião de coordenação política do governo. Em dezembro, ainda na gestão Lula, o governo anunciou um conjunto de medidas macroprudenciais para conter a alta da inflação.
   Entre as medidas macroprudenciais adotadas no fim do ano passado está o aumento do requerimento de capital para operações de crédito a pessoas físicas, em operações de crédito consignado e nos financiamentos de veículos. Outra medida anunciada foi a elevação dos depósitos compulsórios.
Fonte: O Estado de São Paulo

CAMEX ENCAMINHA SUGESTÃO À FAZENDA SOBRE ICMS

   A Câmara de Comércio Exterior (Camex) encaminhou hoje ao ministério da Fazenda uma sugestão do setor privado para acabar com a política de isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a produtos importados que vem sendo concedida por alguns Estados no País.
   Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, a isenção, dada por cerca de seis Estados aos produtos que vêm do exterior, tem provocado "uma enorme distorção" para a indústria brasileira. Por isso, a Camex resolveu apoiar a solicitação do setor privado e encaminhar a sugestão ao ministério da Fazenda.
   Pimentel explicou que esse procedimento foi adotado porque a Camex não pode deliberar sobre questões tributárias. Segundo o ministro, a sugestão das empresas é para que o governo edite alguma medida que consiga coibir a prática. "O governo federal deve agir para acabar com isso. Qual o caminho será adotado, cabe à Fazenda e à Advocacia Geral da União decidir. Mas, com certeza, haverá medidas nessa direção", disse o ministro.
   Pimentel informou ainda que a Camex aprovou o encaminhamento ao ministério da Fazenda de uma sugestão também do setor privado para resolver o velho impasse sobre os créditos tributários à exportação. A proposta das empresas é usar o crédito para abater o pagamento de impostos, inclusive da contribuição previdenciária. "Não sei se é viável, mas a proposta é interessante", disse.
Fonte: O Estado de São Paulo

15 de março de 2011

BRASIL E URUGUAI PODERÃO TER COMÉRCIO EM MOEDA LOCAL

   O presidente do Uruguai, José Mujica, disse nesta segunda-feira, 14, que seu país e o Brasil estão próximos de fechar um acordo comercial que permita o uso das moedas locais para exportações e importações em substituição ao dólar. "Estamos trabalhando nessa agenda e ambicionamos conseguir esse acordo que permitirá o intercâmbio em nossa própria moeda", afirmou, após participar do "Encontro Empresarial Brasil-Uruguai", na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. "Tenho confiança de que de alguma forma poderemos alcançar esse acordo porque ele traz uma vantagem relativa interessante".
De acordo com o ministro da Economia do Uruguai, Fernando Lorenzo, todos os trâmites desse acordo já foram aprovados em seu país. "Falta apenas a aprovação do Congresso brasileiro", disse. No ano passado, a corrente comercial entre os dois países atingiu US$ 3 bilhões, com US$ 1,5 bilhão em exportações para cada um, conforme o diretor titular-adjunto de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Thomaz Zanotto.
   No encontro de hoje, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o Brasil deve enviar uma missão ao Uruguai em breve para discutir o modelo de TV digital para a região. Também de acordo com ele, os países discutiram a visita que a presidente Dilma Rousseff fará ao país vizinho no dia 16 de maio. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que uma das prioridades da indústria é aumentar a presença de produtos brasileiros no Uruguai em substituição aos chineses. Além disso, a Fiesp ofereceu, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a possibilidade de um convênio para a qualificação profissional de uruguaios. Ainda não foi definido se o Senai formará professores e multiplicadores para cursos de qualificação profissional no Brasil, no Uruguai ou por meio de parceria com outras instituições.
Fonte: O Estado de São Paulo

10 de março de 2011

PORTO DE RIO GRANDE COMEÇA A MONITORAR SOJA PARA EXPORTAÇÃO

   O Porto de Rio Grande (RS) começa, neste mês, a fazer parte do monitoramento intensivo dos fiscais do Ministério da Agricultura para verificar as condições higienicossanitárias da soja destinada à exportação. Os técnicos analisam se as empresas credenciadas pelo órgão estão atendendo às normas para classificação do grão. “Com a ação, aumentamos a garantia de qualidade do produto enviado para diversos mercados como China, Rússia e União Europeia. A ideia é mantermos a liderança no ranking das exportações dessa commodity”, explica o fiscal da Coordenação-Geral de Qualidade Vegetal do Ministério da Agricultura, André Bispo.
   Para a soja ser considerada de qualidade, são analisados quesitos como quantidades de matérias estranhas e impurezas (pau, pedra, terra), que não pode ultrapassar 1%, e de grãos mofados, que deve ser de até 6%. Além disso, a presença de sementes tratadas com agrotóxicos ou de grãos de mamona no produto é limitada a um por cada kg de amostra coletada para análise. Nos casos de detecção de produtos contaminados, o embarque não é autorizado. “As nossas exportações de soja são destinadas principalmente à China e a países da União Europeia”, declara o chefe-substituto do Serviço de Vigilância Agropecuária do Porto de Rio Grande, Lindomar de Freitas Lopes. Em 2010, saíram desse porto nove milhões de toneladas do grão.

Ampliação do sistema de inspeção neste ano
   Além do Porto de Rio Grande, fazem parte desse sistema de inspeção, as unidades de Tubarão (ES), Santos (SP) e Paranaguá (PR), local onde o projeto começou, em outubro de 2010. A expectativa do Ministério da Agricultura é que, até o fim deste ano, os nove portos brasileiros adotem o sistema. Integram esse complexo o Porto Hermasa (AM), Terminal Portuário Cope Jipe (BA), Porto do Itaqui (MA), São Francisco do Sul (SC) e de Santarém (PA).
   A fiscalização diária dos produtos do agronegócio brasileiro embarcados nos portos é de responsabilidade dos técnicos do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Ministério da Agricultura. Eles verificam se as cargas têm os certificados fitossanitários (para vegetais e plantas), sanitários (produtos de origem animal) e zoossanitários (animais vivos). A ação previne a entrada de pragas ou doenças que possam prejudicar o agronegócio brasileiro e a qualidade dos alimentos.
Fonte: Portal Brasil

BRASIL RECEBEU US$ 7,419 BILHÕES EM FEVEREIRO

   O fluxo de dólares para o Brasil continua forte e fechou fevereiro com um ingresso líquido de US$ 7,419 bilhões, informou hoje o Banco Central (BC). Na primeira semana de março, até o dia 4, o ingresso líquido de dólares já chega a US$ 1,424 bilhão. No acumulado do ano até o dia 4 de março, o ingresso de dólares já soma US$ 24,356 bilhões. Esse fluxo da moeda americana, em menos de três meses, já é superior ao volume registrado de todo o ano passado, quando o BC informou um saldo positivo de US$ 24,354 bilhões.
   O fluxo financeiro - que contabiliza investimentos, remessas de lucros, empréstimos, entre outros itens que não fazem parte da balança comercial - apresentou em fevereiro saldo positivo de US$ 7,918 bilhões, resultado de entradas de US$ 32,125 bilhões e saídas de US$ 24,208 bilhões. O fluxo comercial, por outro lado, fechou o mês passado negativo em US$ 498 milhões, com exportações de US$ 14,670 bilhões e importações de US$ 15,169 bilhões. Em fevereiro do ano passado, que teve 18 dias úteis, o fluxo cambial foi negativo em US$ 399 milhões.
Fonte: ZH Dinheiro

9 de março de 2011

EXCELÊNCIA DA SAFRA ANIMA PRODUTORES GAÚCHOS

   Com a proximidade do auge da colheita de soja no Estado, os produtores gaúchos vivem um momento ímpar: a possibilidade de ter preço e boa produção numa mesma safra. “Trata-se de um raro momento que precisa ser aproveitado ao máximo e se possível o sojicultor deve fazer uma poupança”, recomenda o assistente técnico em soja da Emater Alencar Rugeri. Neste ano, as lavouras de soja, cultivadas em 4,082 milhões de hectares, devem ter rendimento de 2.541 quilos por hectare, resultando numa produção de 10,390 milhões de toneladas. Os motivos para os resultados positivos residem no incremento do uso de tecnologia a campo, desde sementes até maquinário agrícola, e também pelo clima adequado. “A sorte é que os preços estão favoráveis, pois se dependesse das previsões dos meteorologistas, o produtor estaria completamente desmotivado e os resultados das lavouras seriam bem diferentes”, aponta o especialista.
   A soja está com preço maior do que no ano passado, chegando a R$ 50,00 a saca de 50 quilos, ante os R$ 36,00 em 2010. O que fez o preço da soja subir foi incremento de comprar por parte da China, aliado à quebra de safras ao redor do mundo. “E como milho está com preço bom nos Estados Unidos, há uma concorrência direta e por isso os preços estão elevados”, explica o consultor da Safras e Cifras, Sandro Elias. A orientação para os produtores é trabalhar com conceito de margem, saber os custos de produção e quanto é uma margem satisfatória, quando chegar ao preço ideal em relação ao custo, indica-se fazer a venda. Sobre os custos de produção, Elias diz que tanto para soja quanto para o milho estão se mantendo semelhantes aos da safra passada, sem aumento significativo. Os custos, sem considerar arrendamento, estão cotados entre R$ 1,2 mil e R$ 1,3 mil por hectare no caso da soja e no milho oscilam entre R$ 2 mil e R$ 2,2 mil por hectare. “Com essa previsão de safra cheia, vai ser um ano de capitalização do produtor”, destaca Elias. No caso do milho, apesar da redução de área que chegou nessa safra a 4,91% no Rio Grande do Sul, os resultados da lavoura também são satisfatórios. A produtividade média deve chegar a 4.701 quilos por hectare, 4,2% a menos do que os 4.907 quilos colhidos em 2010. Dados preliminares, divulgados recentemente pela Emater, apontam a colheita de 5,146 milhões de toneladas, 8,56% a menos do que em 2010. “Acredito que essa queda pode se reverter, pois ainda estamos colhendo”, ressalta o assistente técnico da Emater em milho Dulphe Pinheiro Machado Neto. Segundo ele, as lavouras estão em ótimo estado devido ao uso de mais recursos tecnológicos a campo e também pelo fato de o clima ter ajudado. O consultor da Safras e Cifras avalia que os preços do milho também têm se mantido em patamares superiores, se traçado um comparativo com o mesmo período da safra passada quando foram registrados valores muito baixos, em torno R$ 16,00 a R$ 17,00. Os valores atualmente chegam a R$ 22,00, basicamente por questões macroeconômicas, pelo aumento do consumo norte-americano para a transformação de milho em etanol e também por quebra de safra na Rússia e outros países. 
Fonte: Jornal do Comércio

CRESCEM EXPORTAÇÕES DE CARNE SUÍNA

   As exportações de carne suína cresceram 7,62% em volume no mês de fevereiro, superando em 39.060 toneladas a fevereiro de 2010. No entanto, no acumulado do ano, as vendas externas apresentaram queda de 1,97% (73.869 toneladas, frente a 75.356 toneladas em período equivalente do ano passado). "Portanto, não começou o movimento de ampliação das exportações, que, esperamos, ocorra mais adiante" comenta o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto. Em fevereiro, houve alteração nos principais destinos, com a Ucrânia saindo da lista dos cinco principais mercados. A composição atual é: Rússia, Hong Kong, Argentina, Angola e Cingapura.
   Já em relação aos preços, a tendência de elevação continua firme, houve aumento na cotação média de 11,51% no acumulado do ano, na comparação com igual período de 2010. Segundo Carvalho Neto, com relação à viagem da presidente Dilma Rousseff à China, em abril, a Abipecs espera que na reunião bilateral entre os presidentes do Brasil e da China a habilitação dos frigoríficos brasileiros de carne suína seja finalizada, permitindo o início imediato de exportações. O dirigente também criticou a demora do governo japonês em realizar sua missão veterinária à Santa Catarina, marcada para o primeiro trimestre deste ano e que ainda não ocorreu. "Trata-se de um atraso sem justificativa, em um processo que já leva cinco anos de trabalho sem resultado concreto algum" disse Camargo Neto.
Fonte: ZH Dinheiro.

MERCADO REDUZ PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO DO PIB EM 2011

   O mercado financeiro reduziu levemente a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, de 4,30% para 4,29%, segundo o boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central (BC). Para o ano que vem, a projeção para o crescimento da economia seguiu em 4,50%. A estimativa para o crescimento da produção industrial em 2011 seguiu em 4,10%. Para 2012, a projeção para a expansão da indústria subiu de 4,60% para 4,85%.
   O mercado financeiro também alterou levemente a previsão da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2011. A expectativa para a inflação neste ano caiu de 5,80% para 5,78%, mas ainda em um patamar distante do centro da meta de inflação, que é de 4,50% para o ano. A meta tem margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo. Os analistas subiram a projeção para a inflação em 2012 de 4,78% para 4,80%. O mercado manteve em 0,49% a previsão para o IPCA de março de 2011, de acordo com a Focus.  
Juros e dólar:
   De acordo com a pesquisa Focus, os analistas também mantiveram a previsão para a Selic (a taxa básica de juros da economia) para o fim de 2011, em 12,50% ao ano. Hoje a taxa está em 11,75% ao ano. A projeção para a Selic no fim de 2012 seguiu em 11,25% ao ano. Para o mercado de câmbio, os analistas preveem que o dólar encerre 2011 em R$ 1,70, o mesmo patamar estimado na semana anterior. A projeção do câmbio médio no decorrer de 2011 caiu de R$ 1,70 para R$ 1,69. Para o fim de 2012, a previsão para o câmbio passou de R$ 1,79 para R$ 1,77.
Contas externas:
   O mercado financeiro alterou a previsão para o déficit nas contas externas em 2011. A previsão para o déficit em conta corrente neste ano passou de US$ 66,25 bilhões para US$ 65,50 bilhões. Para 2012, o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos estimado subiu de US$ 70,00 bilhões para US$ 74,40 bilhões. Já a previsão de superávit comercial em 2011 seguiu em US$ 13,00 bilhões. Para 2012, a estimativa para o saldo da balança comercial manteve-se em US$ 7,85 bilhões. Analistas mantiveram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2011, de US$ 42,00 bilhões. Para 2012, a previsão segue em US$ 43,85 bilhões.
Fonte: Agência o Estado

DESPESAS ADIADAS PODEM TER MAQUIADO BALANÇO DE CONTAS PÚBLICAS

   A presidente Dilma Rousseff herdou um problema fiscal mais sério do que o desequilíbrio que forçou o governo a programar um corte de R$ 50,1 bilhões nas despesas deste ano. A causa seria a maquiagem das contas de 2010, numa estratégia que vem sendo repetida desde 2003. O alerta é do economista Mansueto Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).  A suspeita surgiu porque o bolo de despesas iniciadas em 2010 cujo pagamento ficou para este ano, os chamados restos a pagar, foi muito grande: R$ 128,8 bilhões. Esse valor não aparece no Orçamento. Ou seja, o corte não o afetou, e ele continua exercendo pressão sobre o caixa. "O governo tem um problema com sua gestão fiscal ainda maior do que aquele que aparece nas análises do orçamento aprovado", diz Mansueto na nota técnica Restos a Pagar e Artifícios Contábeis.
   O secretário do Tesouro, Arno Augustin, informou que só pretende quitar R$ 41,1 bilhões em atrasados em 2011. As demais despesas, muitas ainda em fases iniciais de contratação, deverão ser canceladas. A possibilidade de "calote" nos restos a pagar acendeu sinais de alerta no Congresso, pois a maior parte deles se refere a emendas de parlamentares ao Orçamento de 2010. Desde 2006, o volume de restos a pagar vem crescendo continuamente. Ao mesmo tempo, o montante em pagamentos de atrasados que ocorreu no ano seguinte também cresceu. Para Mansueto, isso sugere a existência de uma espécie de orçamento paralelo, o dos atrasados. "Isso permite ao governo mostrar que está sendo feito um esforço maior de contenção de despesas, quando o que de fato ocorreu foi a postergação de pagamentos", comentou.
Fonte: O Estado de São Paulo

GOVERNO BRASILEIRO ESTUDA MEDIDAS PARA CONTER VALORIZAÇÃO DO REAL

   







      Preocupado com a nova rodada de valorização do real, que ontem atingiu o menor valor desde agosto de 2008, o governo prepara novas medidas na área cambial, segundo informou ao ‘Estado’ uma fonte do Ministério da Fazenda. O ministro Guido Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, discutiram o assunto nos últimos dias e novas iniciativas já estão praticamente prontas pela área técnica do governo. Segundo a mesma fonte, há grande chance de ela sair logo depois do carnaval. "Será uma medida forte", disse. Para enfrentar a valorização da moeda brasileira, o governo já elevou duas vezes o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos estrangeiros em renda fixa (hoje está em 6%), alterou normas de forma a limitar a aposta dos bancos na alta do real, voltou a colocar swaps cambiais reversos (instrumentos equivalentes a compras de dólares no mercado futuro) e também criou o leilão a termo de câmbio, que é uma operação feita em um dia com entrega em data futura.
   Entre as medidas possíveis de serem utilizadas para enfrentar a "guerra cambial", evitar a valorização do real e garantir a competitividade do setor exportador brasileiro está a compra de moeda estrangeira por meio do Fundo Soberano do Brasil (FSB). O governo tem autorização para operar com o FSB, mas ainda não acionou as compras.

Quarentena:
    Outra possibilidade que já foi mencionada por fontes do governo seria a adoção de medidas de controle cambial, como uma elevação brusca da alíquota do IOF no ingresso de capitais no País até a opção de maior rejeição pelo mercado externo, que é a imposição de uma quarentena para o ingresso de capitais. Existe uma preocupação do governo de deixar claro que ele não pretende criar qualquer dificuldade à saída de capitais estrangeiros. Ontem, o dólar fechou negociado abaixo de R$ 1,65, o mais recente piso informal que vinha sendo defendido de forma bem sucedida pelo governo. A cotação de fechamento no balcão foi de R$ 1,644, queda de 0,42% sobre a cotação de anteontem. Na semana, a queda acumulada é de 1,14%. Vale lembrar que o Banco Central atuou fortemente nesta semana para conter a escalada do real, usando as três modalidades de intervenção (compras à vista, swaps reversos e leilões no mercado à termo).
   O movimento de perda de valor do dólar ocorre em vários lugares do mundo por conta da baixa taxa de juros e da emissão de moeda nos Estados Unidos. Assim, muitas empresas nacionais têm buscado captar recursos no exterior, o que ajudou a inflar os números do fluxo de dólares no primeiro bimestre de 2011 - no total, o fluxo cambial em janeiro e fevereiro, faltando um dia para fechar o resultado do mês passado, superava os US$ 20 bilhões. Além disso, o Brasil tem sido um dos destinos preferidos do capital estrangeiro por conta de seu crescimento econômico ser um dos mais fortes do mundo e pelas perspectivas relativas aos grandes eventos como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, além da exploração do petróleo na camada pré-sal. Também não se pode desprezar o efeito que o processo de alta dos juros em curso pelo Banco Central poderá vir a ter. Desde a alta do IOF para investimento estrangeiro em renda fixa, esse segmento teve uma diminuição significativa nos fluxos para o País. Contudo a alta da Selic em tese tende a diminuir o peso do tributo e a atrair mais capital para especular com os títulos do governo.
Fonte: O Estado de São Paulo

3 de março de 2011

SOBE JUROS DO PSI PARA GRANDES EMPRESAS

   O ministro em exercício do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, informou hoje que a maior elevação dos juros das linhas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) será para as grandes empresas, conforme antecipou a Agência Estado. A linha destinada a financiar a compra de bens de capital terá juros de 8,7% ao ano, a partir de 1º de abril, quando será iniciada a terceira fase do programa (PSI 3). A taxa atualmente é de 5,5%, assim como para pequenas e médias empresas. Os juros para estas empresas de menor porte subirão para 6,5% ao ano.
   A linha do PSI que financia inovação tecnológica passará a ter taxa de 4% ao ano, ante 3,5% ao ano que vigora neste momento. Os empréstimos para capital inovador custarão 5% ao ano para o tomador final. A taxa atual é de 4,5% ao ano. Os juros da linha de financiamento para exportações de bens de capital subirão de 5,5% para 7% ao ano. Teixeira disse que ainda está sendo criada uma linha para financiar ônibus de eletricidade. A taxa de juros será de 5% ao ano. O aumento dos juros das linhas do PSI visa a reduzir os desembolsos do Tesouro, que faz a equalização das taxas para cobrir a diferença entre o custo de captação dos recursos pelo BNDES e o custo do tomador final.
Fonte: Agência Estado

MANTEGA: "CRESCIMENTO DA ECONOMIA CHINESA É ATÍPICO"

  Em coletiva realizada nesta quinta-feira, 3, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que nem o Brasil nem a grande maioria dos outros países pode sustentar um "crescimento chinês", que classificou de atípico. "Mas o Brasil sustenta sim um crescimento acima dos 5%, pois mesmo com dois anos de crise, crescemos a uma média de 4,5% entre 2007 e 2010", disse. "O cenário que nós projetamos para 2011 ano é um crescimento de 4,5% a 5%. Em geral, a economia desacelera no primeiro trimestre e acelera no segundo", completou. O ministro afirmou também que o forte crescimento de 7,5% do PIB em 2010 e o aumento da inflação nos últimos meses não significam que o governo tenha demorado a desmontar os incentivos concedidos durante a crise.

Retirada dos incentivos
   Mantega lembrou que as reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e eletrodomésticos foram retiradas ainda em março do ano passado. "Só não tiramos os incentivos a investimentos, que tendem a ser permanentes", completou. O ministro também citou as medidas de contenção de crédito anunciadas pelo Banco Central no fim de 2010 e afirmou que o governo vem reduzindo seus gastos desde o terceiro trimestre daquele ano. "Os estímulos durante a crise foram necessários para que a produção voltasse ao patamar de 2008. O crescimento do ano passado foi adequado e a desaceleração também é adequada. A economia brasileira não está superaquecida, mas está crescendo positivamente", afirmou Mantega, que acrescentou que o ritmo de expansão do PIB já voltou a uma taxa de 5% desde o quarto trimestre do ano passado.
Fonte: O Estado de São Paulo

BALANÇA COMERCIAL DE FEVEREIRO REGISTRA RECORDE

   As exportações de US$ 16,733 bilhões registradas em fevereiro de 2011 foram recorde para o mês na série histórica. O mesmo ocorreu com as importações, que chegaram a US$ 15,534 bilhões, e, portanto, com a corrente de comércio (a soma das exportações e importações), que foi de US$ 32,267 bilhões. Os recordes também se repetiram na análise do primeiro bimestre do ano (exportações de US$ 31,947 bilhões, importações de US$ 30,325 bilhões e corrente de comércio de US$ 62,272 bilhões). O superávit bimestral (US$ 1,622 bilhão) também foi o melhor dos últimos três anos, (US$ 210 milhões em 2010 e US$ 1,231 bilhão em 2009).

Exportações
   No acumulado de janeiro a fevereiro de 2011, os três grupos de produtos registraram crescimento em relação ao mesmo período de 2010: básicos (47,5%), semimanufaturados (21,6%) e manufaturados (10,8%). Com relação à exportação de produtos básicos, houve crescimento na receita de trigo em grão (281,7%), minério de ferro (129,7%), milho em grãos (92,2%), café em grão (63,8%), carne de frango (26,5%), petróleo em bruto (20,5%), farelo de soja (13,7%) e carne bovina (5,1%). Dentro dos semimanufaturados, os maiores aumentos foram nas vendas de óleo de soja em bruto (244,3%), ferro fundido (156,9%), semimanufaturados de ferro e aço (77,2%), ferro-ligas (46%), ouro em forma semimanufaturada (28,3%), couros e peles (19,2%) e celulose (9,3%). No grupo dos manufaturados, os principais produtos exportados foram máquinas e aparelhos para terraplanagem (173,9%), suco de laranja (79,2%), laminados planos (44,8%), motores de veículos e partes (38,7%), autopeças (25,3%), polímeros plásticos (21,8%), pneumáticos (20,8%), bombas e compressores (10,5%) e óxidos e hidróxidos de alumínio (5,5%).
   Na análise dos mercados de destino, a Ásia (40%) foi quem teve maior expansão, com destaque para a China (57,5%), por conta de aumento nas vendas de minério de ferro, petróleo em bruto, celulose, siderúrgicos, couros e peles e carnes. A África (37,3%) teve o segundo maior crescimento com vendas de açúcar, trigo e milho em grão, carnes, óleo de soja em bruto e minério de ferro. No Mercosul (30,3%), as vendas para a Argentina tiveram aumento de 30,8%, com destaque para veículos automóveis e partes, máquinas e equipamentos, aparelhos eletroeletrônicos, energia elétrica, minério de ferro e aviões.
   Os principais países de destino das exportações, no acumulado bimestral foram: China (US$ 4 bilhões), Estados Unidos (US$ 3,4 bilhões), Argentina (US$ 3 bilhões), Países Baixos (US$ 1,7 bilhões) e Japão (US$ 1,3 bilhões).

Importações
   No primeiro bimestre de 2011, houve crescimento de todas as categorias de uso, na comparação com o mesmo período de 2010: combustíveis e lubrificantes (22,1%), bens de consumo (30,6%), matérias-primas e intermediários (15,5%) e bens de capital (23,6%).
   Na análise dos mercados de origem, cresceram as compras de todos os principais blocos econômicos, com exceção da África (-8,2%). Nas Europa Oriental (62,1%), o crescimento se explica pelas aquisições de adubos e fertilizantes, carvão e nafta para petroquímica. No Oriente Médio (61,3%), houve compras de petróleo, adubos e fertilizantes e plásticos e obras. Em relação aos Estados Unidos (27,4%), os principais gastos foram com aumentos de máquinas e equipamentos, óleo diesel, carvão, químicos orgânicos, aparelhos eletroeletrônicos, plásticos e obras, instrumentos de ótica e precisão e aeronaves e peças.
   Os principais países de origem das importações foram: China (US$ 4,7 bilhões), Estados Unidos (US$ 4,6 bilhões), Argentina (US$ 2,4 bilhões), Alemanha (US$ 2 bilhões) e Coréia do Sul (US$ 1,4 bilhões).
Fonte: MDIC

GECEX APROVA ANTIDUMPING PARA ALGUNS PRODUTOS DA CHINA, ARGENTINA E INDONÉSIA

   O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) aprovou a aplicação de direito antidumping definitivo sobre as importações brasileiras de objetos de mesa feitos de vidro (NCM 7013.49.00), quando originários da Argentina, Indonésia e República Popular da China.
   O direito, que entrou em vigor terça-feira (1°/3), com a publicação no Diário Oficial da União (DOU) da Resolução n° 8 da Câmara de Comércio Exterior (Camex), tem vigência de até cinco anos. O antidumping será recolhido por meio de alíquota específica fixa, nos montantes abaixo descritos:
Produtor/Exportador                                    Direito Antidumping (US$/kg)
Argentina - Rigolleau S.A                                    0,18
Argentina - Demais Produtores                            0,37
Indonésia                                                           0,15
China                                                                 1,70

   Os objetos de mesa sobre os quais passa a incidir o antidumping são fabricados com vidro sodo-cálcico e podem se apresentar de diversas formas, mesmo que acompanhados de aparatos adicionais de adorno - tais como tampas, suportes em vidro, metálicos ou acabamentos distintos do vidro.
   O direito será aplicado sobre conjuntos de mesa, temperados ou não temperados; pratos, temperados ou não temperados (rasos, fundos, para sobremesa, sopa, bolo, torta, para micro-ondas); xícaras; pires; taças de sobremesa; potes (baleiros, porta-condimentos, açucareiros, molheiras, compoteiras); vasilhas e tigelas (fruteiras, saladeiras, sopeiras, terrinas).
   Estão excluídos do alcance da medida os objetos de mesa, produzidos com vidro boro-silicato (vidro refratário), bem como travessas, jarras, decânteres, licoreiras, garrafas e moringas.
Fonte: MDIC