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29 de junho de 2011

MISSÃO TÉCNICA VAI À RÚSSIA NEGOCIAR CARNE SUÍNA


   Uma missão técnica do Ministério da Agricultura estará na próxima segunda-feira, dia 4 de julho, na Rússia para negociar a retomada da venda de carne suína brasileira para aquele país. A informação foi dada hoje pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Segundo ele, será apresentada uma listagem com 140 plantas aptas a exportar, ou seja, que atendem aos requisitos impostos pelo mercado russo.
   Hoje à tarde, às 15h30, Rossi terá uma reunião com a delegação que viajará à Rússia para dar as diretrizes das negociações. "Não quero opiniões. Quero que façam o dever de casa e cumpram o que os russos pediram. É só isso que quero. Não quero discurso de técnico explicando por que não fez o que tinha de ser feito", afirmou o ministro. Rossi disse que não adianta ficar reclamando do cliente, mas que é preciso atender ao que os compradores exigem, por isso destacou que já negociou com a presidente Dilma Rousseff a liberação de recursos para um plano de atualização de laboratórios de exames da qualidade da carne exportada. O programa deverá exigir cerca de R$ 50 milhões para igualar os laboratórios brasileiros aos de padrão internacional. Enquanto isso não ocorrer, caso necessário, o Brasil acessará a rede internacional de laboratórios. "O Brasil tem protagonismo tão forte que não pode se permitir a não disponibilizar os recursos necessários para atender os nossos clientes", disse. 
Fonte: O Estado de São Paulo

28 de junho de 2011

AGROPECUÁRIA PUXA CRESCIMENTO DA ECONOMIA GAÚCHA NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2011

   A agropecuária impulsionou o crescimento da economia gaúcha no primeiro trimestre do ano. O Índice Trimestral de Atividade Produtiva (ITAP) do Rio Grande do Sul apresentou no período expansão de 7,3% na comparação com igual período do ano anterior. O setor primário teve alta de 26%, maior taxa desde o início da série histórica, em 2003.Os dados foram divulgados pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). O principal impulso para o bom desempenho do setor veio da lavoura, com crescimento de 33,4%. Já a produção animal cresceu 4,3%.
   O economista da FEE, Martinho Lazzari, afirma que a alta na economia do estado foi puxada, principalmente, pelas produções de arroz e de fumo. - Dentro da agropecuária a agricultura foi o principal destaque, principalmente pelo crescimento na produção de arroz e de fumo. São produtos que concentram a produção neste primeiro trimestre porque tiveram desempenhos produtivos bastante positivos - salienta.
   A indústria de transformação gaúcha teve crescimento de 2% no primeiro trimestre, representando uma desaceleração em relação às altas taxas de crescimento verificadas ao longo de 2010. Já o setor de serviços cresceu 6,2% no período. Esse resultado foi determinado, em grande parte, pelo bom desempenho do comércio.
Fonte: Rádio Gaúcha

PIMENTEL DIZ QUE ESTÁ ATENTO A PRÁTICAS DESLEAIS DE COMÉRCIO EXTERIOR

   O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) está atento aos indícios de prática de circunvenção no setor de calçados. A afirmação foi feita durante a abertura da 43ª Feira Internacional de Moda em Calçados e Acessórios (Francal 2011), realizada hoje na capital paulista.
   O MDIC aguarda dados sobre operações de importação, provenientes da Receita Federal do Brasil, para finalizar as análises de petições feitas pelo setor para a abertura de investigações referentes a estas suspeitas.

Circunvenção
   A circunvenção (circumvention) é caracterizada pela compra de produtos de um país, mas que, na verdade, foram produzidos em outro. Esta prática comercial desleal pode ser usada para burlar sanções prévias aplicadas ao país de origem do produto. A legislação brasileira prevê a extensão das medidas quando também se verifica que, após sua aplicação, ocorre a importação do produto objeto das medidas, com alterações marginais.
   Esta extensão também é prevista para situações em que ocorre a mera montagem, em terceiro país, com partes, peças ou componentes do país sujeito à medida de defesa comercial ou ainda quando esta mera montagem é realizada no Brasil. 
Fonte: MDIC

17 de junho de 2011

COMÉRCIO ENTRE BRASIL E CHINA DEVE CRESCER ATÉ 50% ESTE ANO

   O comércio entre o Brasil e a China deverá apresentar um crescimento de 30% a 40% este ano, podendo chegar a 50%. A estimativa é do presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico, Tang Wei, que hoje (17) participou de encontro com empresários brasileiros no Rio de Janeiro. "De 1990 a 2000, o comércio bilateral médio estava em US$ 1,5 bilhão por ano. De 2002 para cá, vem aumentando muito. Em 2009, foram US$ 40 bilhões. No ano passado, atingimos US$ 62 bilhões. Este ano, devemos ter um crescimento mínimo de 30% a 40%, pois esse é o ritmo dos últimos anos. Mas não será surpresa se esse aumento chegar a 50%, como no ano passado", afirmou Wei, citando números do governo chinês.
   Segundo dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, a corrente de comércio Brasil-China fechou 2010 em US$ 56,3 bilhões, um crescimento de US$ 20 bilhões sobre o resultado alcançado em 2009. No ano passado, o Brasil foi superavitário em US$ 5,1 bilhões, mas cerca de 68% das exportações brasileiras estão concentradas em minério de ferro e soja. Já os chineses exportam para o Brasil principalmente produtos de alta tecnologia, sendo 30% eletroeletrônicos, especialmente componentes de informática e telefonia.
   Wei considerou como "estratégica" a relação entre os dois países, devendo ser vista em uma perspectiva histórica e geopolítica, e disse que disputas comerciais pontuais e eventuais desentendimentos são normais em uma parceria intensa. "Isto reflete o aumento do volume de comércio entre os dois países. Porque quanto mais negócios se faz, mais problemas vão surgindo. Mas em nada impede o alto ritmo do crescimento comercial".
   Além dos setores brasileiros que tradicionalmente recebem atenção chinesa, como minério de ferro e produtos agrícolas, Wei disse que há tendência de forte expansão de investimentos nas áreas de energia, incluindo fontes alternativas, e de máquinas e equipamentos para a indústria. O presidente da câmara de comércio afirmou que a relação entre os dois países está chegando em uma nova fase, com a instalação de grandes empresas chinesas no Brasil, incluindo as de alta tecnologia e do setor automotivo. Porém, afirmou que falta a mesma determinação dos empresários brasileiros para se instalarem na China. Para Wei, nem mesmo as alegadas questões de excesso de burocracia do governo chinês justificam a tímida presença brasileira. "Queremos ver a expansão de empresas brasileiras na China. Atualmente operam no país 700 mil empresas estrangeiras e um número muito reduzido de brasileiras. Não se pode culpar a burocracia, pois todas as empresas convivem e aprendem a lidar com isso. A presença do país na China não é compatível com o papel que o Brasil quer desempenhar no mundo".
Fonte: Jornal do Comércio

EXPORTAÇÕES DE COOPERATIVAS BATEM RECORDES NOS PRIMEIROS MESES DO ANO

   Nos primeiros cinco meses de 2011, as exportações das cooperativas brasileiras apresentaram crescimento de 30% sobre igual período de 2010 (US$ 1,663 bilhão), registrando um total de US$ 2,162 bilhões. Considerando a série iniciada em 2005, este foi o maior resultado alcançado. A participação na pauta total das vendas das cooperativas passou de 1,9%, em 2005, para o patamar de 2,3% em 2011. As importações aumentaram 11,4% e passaram de US$ 96,8 milhões, entre janeiro e maio de 2010, para US$ 107,9 milhões, em 2011.
   Com estes resultados, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,054 bilhões no período, resultado recorde que supera em 31,1% o valor verificado em nos primeiros cinco meses de 2010 (US$ 1,567 bilhão). A corrente de comércio também apresentou o melhor resultado da série com US$ 2,270 bilhões e expansão de 29% em relação ao período entre janeiro e maio de 2010 (US$ 1,760 bilhão).
Exportações
   Entre os principais produtos exportados pelas cooperativas no período, foram destaques: café em grãos (com vendas de US$ 324,3 milhões, representando 15% do total exportado pelas cooperativas); soja em grãos (US$ 283,8 milhões, 13,1%); açúcar em bruto (US$ 255,6 milhões, 11,8%); açúcar refinado (US$ 239,6 milhões, 11,1%); e trigo (US$ 219,5 milhões, 10,2%).
   Os principais destinos das vendas das cooperativas foram: Alemanha (vendas de US$ 242,3 milhões, representando 11,2% do total); China (US$ 239,1 milhões, 11,1%); Estados Unidos (US$ 175,4 milhões, 8,1%); Emirados Árabes Unidos (US$ 147,3 milhões, 6,8%); e Países Baixos (US$ 125,1 milhões, 5,8%).
   O Paraná foi o estado com maior valor de exportações de cooperativas, US$ 796,5 milhões, representando 36,8% do total das vendas do segmento. Em seguida aparecem: São Paulo (US$ 590,3 milhões, 27,3%); Minas Gerais (US$ 321,7 milhões, 14,9%); Rio Grande do Sul (US$ 210,4 milhões, 9,7%); e Santa Catarina (US$ 111 milhões, 5,1%).

Importações
   Os principais produtos importados pelas cooperativas, nos primeiros cinco meses de 2011, forma: cloretos de potássio (com compras de US$ 22,7 milhões, representando 21,1% do total importado pelas cooperativas); diidrogeno-ortofosfato de amônio (US$ 11,4 milhões, 10,6%); máquinas para fiação de matérias têxteis (US$ 8 milhões, 7,5%); ureia com teor de nitrogênio (US$ 7,9 milhões, 7,4%); máquinas e aparelhos para preparação de carnes (US$ 6 milhões, 5,5%).
   Nas compras externas das cooperativas, as principais origens, no período, foram: Alemanha (compras de US$ 19 milhões, representando 17,6% do total); Estados Unidos (US$ 11,5 milhões, 10,7%); Argentina (US$ 8,8 milhões, 8,2%); Bélgica (US$ 8,6 milhões, 8,0%); Paraguai (US$ 7,3 milhões, 6,8%).
   Os estados que mais adquiriram no mercado externo, nos primeiros cinco meses do ano, foram: Paraná, com vendas de US$ 41,7 milhões, representando 38,7% do total das importações do segmento; Santa Catarina (US$ 20,8 milhões, 19,3%); São Paulo (US$ 17,3 milhões, 16%); Goiás (US$ 10,4 milhões, 9,7%); e Rio Grande do Sul (US$ 7,2 milhões, 6,7%).
Fonte: MDIC

ESTADOS UNIDOS DESISTEM DE APELAÇÃO À OMC EM CASO DO SUCO

   O Itamaraty comemorou hoje o fato de os Estados Unidos desistirem de apelar da decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) no caso das medidas antidumping aplicadas pelo governo norte-americano na exportação de suco de laranja brasileiro. O caso é inédito e a atitude revela, na avaliação do Itamaraty, uma disposição em resolver os casos chamados de "zeramento".
   Na ação na OMC, o Brasil demonstrou que os EUA usaram para calcular a média do custo no mercado nacional apenas os preços que eram iguais ou menores que o preço de exportação, deixando de fora do cálculo os casos em que os valores eram mais elevados. Isso fez com que a média do custo do suco de laranja no Brasil ficasse abaixo do valor de exportação, o que na verdade não ocorre.
   Essa prática é chamada de "zeramento" e é usada com frequência nas medidas antidumping norte-americanas. Outros nove países têm processos semelhantes na OMC contra os EUA. Com a desistência norte-americana em apelar da decisão da OMC, as sobretaxas aplicadas ao produto nos últimos quatro anos terão de ser retiradas em um prazo máximo de nove meses. Os norte-americanos começaram a aplicar as medidas antidumping em 2008, alegando que os produtores brasileiros vendiam o suco no mercado dos EUA abaixo do preço praticado no Brasil, o que caracterizaria o dumping. Em resposta, passou a sobretaxar as empresas brasileiras que exportavam o produto em 8,13% e 5,26%, dependendo do valor originalmente praticado. 
Fonte: O Estado de São Paulo

10 de junho de 2011

IMPORTAÇÕES CHINESAS SOBEM 17,5% EM MAIO ANTE ABRIL

   A China, maior comprador de soja do mundo, importou 4,56 milhões de toneladas de soja em maio, 17,5 por cento a mais que os 3,88 milhões de toneladas em abril, segundo dados divulgados pela Administração Geral da Alfândega da China.
   Apesar das margens de esmagamento negativas, esmagadores chineses elevaram as importações se preparando para a demanda sazonal maior por ração animal a partir de junho.
   As importações de maio também ficaram levemente acima das registradas no mesmo período de 2010, quando somaram 4,37 milhões de toneladas.
   O Brasil costuma ser um dos mais importantes fornecedores de soja para a China, mas no início do ano os chineses tendem a comprar mais dos EUA. As importações nos primeiros cinco meses caíram 1 por cento ante o mesmo período do ano anterior, para 19,4 milhões de toneladas, de acordo com os dados da alfândega. A liberação por Pequim de reservas de soja e oleaginosas comestíveis frearam os preços no varejo. Os dados também mostraram que as importações de óleos vegetais em maio foram de 390 mil toneladas, ou queda de 20,4 por cento ante o mês anterior. As importações se tornaram pouco atrativas depois que os preços no varejo foram limitados.
    As exportações de milho da China subiram 177 por cento em maio, para 27.491 toneladas. A China exporta principalmente para a Coreia do Norte. 
Fonte: Reuters

9 de junho de 2011

BRASIL SE TORNARÁ O MAIOR EXPORTADOR MUNDIAL DE FRANGOS

   O Brasil caminha para superar pela primeira vez os Estados Unidos em alguns dos setores agrícolas que por mais de 30 anos estiveram sob o controle dos exportadores americanos e obriga importadores a rever suas estratégias de abastecimento.
   Dados divulgados nesta terça-feira, 7, pela FAO apontam que, em 2011, o Brasil será já o maior exportador de frango do mundo, com um terço do comércio global. Além disso, dá passos importantes para se aproximar dos EUA na liderança da soja no planeta. Setores como carne bovina, milho e arroz também registraram ganhos importantes no ano. Se os avanços são claros no País, a FAO alerta que um salto maior exigirá que o governo dê uma solução aos entraves que a falta de infraestrutura está causando para as exportações nacionais. Em seu relatório bianual sobre a produção agrícola no mundo, o real fortalecido e os custos de produção no País também terão de ser tratados pelas autoridades nos próximos anos.
   No setor de carnes, a FAO aponta que o Brasil já o segundo maior produtor do mundo e sua expansão tem "mais que compensado a queda persistente da Argentina". No país vizinho, 3,5 mil empregos foram eliminados no setor. Entre os exportadores, o Brasil já é o primeiro do mundo, com 1,5 milhão de toneladas neste ano. A FAO admite que a único fato que pode afetar a expansão brasileira seria um eventual entrave colocado pela Rússia, como acabou ocorrendo. Mesmo assim, a previsão é de que as exportações do País devem crescer em 2011, depois de três anos de queda diante do consumo doméstico. Para 2011, a entidade prevê uma queda nas vendas de frango dos Estados Unidos. Isso deve tirar dos americanos a tradicional posição de maior exportador de frango do mundo. "Como consequência, o Brasil deve se tornar neste ano o maior exportador de frango do mundo, com entregas que podem superar a marca de 4 milhões de toneladas, um terço do comércio global", afirmou a entidade.
    No complexo de soja, a produção brasileira chegará a 76,9 milhões de toneladas no ano, contra apenas 61 milhões há apenas dois anos. A diferença entre a produção americana e a brasileira diminui. Nos EUA, a produção neste ano deve ser de 100 milhões de toneladas. A expansão brasileira permitirá ainda que o mundo registre em 2011 uma produção recorde de soja na história: 464 milhões de toneladas.
    A produção de milho no Brasil atingirá um recorde em 2011, com 60 milhões de toneladas. As exportações também baterão recorde: 12 milhões de toneladas.
    Mas a expansão do Brasil não ocorre sem problemas. De acordo com a entidade, não há mais dúvida de que o Brasil ocupará um espaço cada vez maior em alguns dos principais produtos de consumo mundial. Mas já sofre para conseguir escoar o que produz. Um exemplo é a situação do açúcar. Em 2011, a produção nacional de açúcar será de 39 milhões de toneladas, 4,6% acima do volume de 2010. As exportações do Brasil, porém, vão cair em 1,5% em comparação com2010, por conta dos problemas de escoamento da safra.
Fonte: Federasul / O Estado de São Paulo

COM DÓLARES DE EXPORTADOR, PAÍS RECEBE US$ 5,3 BI EM MAIO

   A entrada de dólares no país superou a saída em US$ 5,3 bilhões em maio, segundo dados do Banco Central. O resultado foi garantido pelos exportadores, justamente o setor que mais reclama do efeito da entrada de dólares no país. O BC divide as estatísticas do movimento de câmbio em duas partes. Na área comercial, o fluxo de dólares relacionados a operações de exportações superou o valor das importações em US$ 7,3 bilhões. Essa entrada mais que compensou o resultado negativo de US$ 2 bilhões na área financeira, afetado pelas medidas anunciadas recentemente pelo governo. No início do ano, houve aumento na tributação sobre empréstimos para empresas e bancos obtidos no exterior. No acumulado do ano, a entrada de dólares supera a saída em US$ 42,7 bilhões, valor 75% maior que o registrado em todo o ano de 2010. Um terço desse dinheiro veio de operações comerciais. Dois terços da área financeira, que inclui, por exemplo, investimentos diretos em empresas e no mercado financeiro.
    As intervenções do BC no mercado de câmbio somaram US$ 4,3 bilhões no mês passado, menor valor do ano. Em 2011, já foram comprados US$ 36 bilhões. Com isso, as reservas do país já superam US$ 330 bilhões. 
Fonte: Folha.com

BRASIL VAI ATENDER EXIGÊNCIAS DA RÚSSIA SOBRE CARNES

   Apesar de considerar exageradas as exigências da Rússia que levaram à suspensão da compra de carne brasileira, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse ontem que o Brasil vai se preparar para atender esse tipo de demanda e, assim, evitar crises de exportação no setor. O processo de adaptação envolve a realização das vistorias prometidas ao governo russo nas plantas produtivas, tarefa que deve ter início na próxima semana, e o reforço da estrutura de laboratórios.
   Por enquanto, para evitar que o bloqueio seja efetivamente aplicado, Rossi destaca que a estratégia será a de negociação. Segundo ele, o vice-presidente, Michel Temer, enviou uma carta ao primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, pedindo que não seja aplicado de imediato o embargo às compras de carnes brasileiras, previsto para se iniciar em 15 de junho. Segundo Rossi, o ideal seria o cumprimento do cronograma de atividades firmado com autoridades russas em meados de maio, quando Temer esteve em Moscou, em missão realizada para ampliar o comércio entre os dois países. Na ocasião, o Ministério da Agricultura garantiu ao serviço veterinário russo que faria novas auditorias em todas as indústrias de carnes bovina, suína e de aves habilitadas a exportar para a Rússia. "Essa programação está mantida e as vistorias devem começar na próxima semana", disse Rossi. Na impossibilidade de que seja mantido o cronograma acertado anteriormente, a meta é que seja aplicado um "waiver" (perdão), prorrogando por 15 dias o início da vigência do embargo pela Rússia. "Parece que há certo descompasso entre os órgãos do governo russo", declarou Rossi, lembrando do acerto que havia sido firmado em meados de maio. A crise que envolve a venda de carnes para a Rússia está sendo monitorada continuamente pela equipe dos ministérios da Agricultura, Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Além disso, as discussões envolvem também os dirigentes das principais instituições que representam o setor produtivo de carnes, como a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) e a União Brasileira de Avicultura (Ubabef). A primeira reunião com o setor produtivo, destacou o ministro, "não foi uma reunião de flores, mas de responsabilidades".
   O ministro da Agricultura lembrou que o Brasil deveria estar preparado para atender as exigências russas, embora ressalvando que os critérios solicitados não são os mesmos usualmente exigidos por outros mercados. "Não adianta criticar o nosso cliente. Antes de discutir sobre a necessidade dos exames solicitados, temos de fazer a lição de casa. Mesmo que sejam pedidos absurdos, são pedidos do nosso cliente", constatou Rossi.
   Para garantir que todos os exames solicitados em relação às carnes brasileiras sejam rapidamente realizados, Rossi admitiu que é preciso investir na rede de laboratórios. "Vou levar à presidente Dilma um pedido especial para que tenhamos um processo de atualização e que nossos laboratórios alcancem um patamar novo." O ministro ressaltou que 17% das exportações do agronegócio envolvem o setor de carnes, ao justificar a importância dos investimentos no setor. 
Fonte: Jornal do Comércio

EXPORTAÇÕES GAÚCHAS CRESCEM 17,6%

   As exportações da indústria gaúcha atingiram US$ 1,3 bilhão em maio, uma elevação de 17,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. O resultado revela que, mesmo prevalecendo o cenário de valorização cambial, as empresas conseguiram ganhar espaço no mercado externo. "Nesse caso, a retomada do crescimento das vendas para a Argentina, após a retração verificada em abril, ajudou a consolidar a alta", explicou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Tigre, destacando que o avanço de 87% dos embarques de veículos automotores e peças para o país vizinho representaram um incremento de US$ 50 milhões. Esse resultado, salientou, poderia ainda ser melhor se não existissem os entraves em relação às máquinas e implementos agrícolas.
   Outros dois setores também merecem destaque no mês de maio, como o aumento de 31% nas exportações de Máquinas e Equipamentos, em especial para o México e o Paraguai, e a elevação de 38% no setor de Alimentos, principalmente de óleo de soja para a Ásia e de carne de frango e suíno para a Rússia e Argentina. Por outro lado, há segmentos que ainda encontram dificuldades no cenário internacional, como é o caso de Tabaco e Móveis, com retração de 6,6% e 5,9%, respectivamente.
   Os principais destinos dos produtos do Rio Grande do Sul no mês de maio foram a China, com 13,8% na pauta do Estado, comprando grãos, óleos de soja e celulose; e a Argentina, participando com 10,1%, recebendo tratores, colheitadeiras, automóveis de passeio e polímeros. Na terceira posição, respondendo por 6,7% dos produtos gaúchos exportados, ficaram os Estados Unidos, em que se destacaram os embarques de calçados, armas de fogo e tabaco.
   Como reflexo da taxa de câmbio valorizada, as importações mantiveram-se aquecidas, aumentando 50,8% sobre maio de 2010. Outros dois produtos de destaque são os Combustíveis e Lubrificantes, com aumento de 124%, e os Bens Intermediários e Matérias-Primas, mais 52,5%.

Especialista defende consolidação da cultura da inovação:
   Em uma economia que passa por um processo incipiente de desindustrialização e com um incremento dos serviços, a consolidação da cultura da inovação é essencial e mais importante do que seus resultados em si. A defesa foi feita ontem pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Marcus Vinícius Fonseca, ao abrir o evento Produção + Limpa, na Ufrgs, em Porto Alegre. Segundo o especialista, o maior ganho é a transformação na mentalidade das pessoas que formarão o mercado no futuro próximo. Fonseca explicou que o uso de novas e limpas tecnologias está no cerne da inovação, que, apesar de pouco difundida no Brasil, é capaz de gerar resultados para as companhias. "Estamos vendendo quartzo e comprando chip", alertou. "Precisamos reverter isso, gerar conhecimento de forma sustentável e tornar possível auferir receita em cima de valor agregado", completou. Para o especialista, o mercado não abriga mais espaço para organizações que operarem sem a implantação de conceitos de sustentabilidade e tecnologias verdes. Fonseca sugere que, através do mapeamento das condições mercadológicas, com foco em demandas específicas para clientes e utilização dessas plataformas para novas demandas - sempre apoiadas em tecnologias inovadoras e amigas do meio ambiente -, é possível pleitear a correção do curso de degradação ambiental resultante do modelo de produção atual.
   O Produção + Limpa, evento que reúne o IV Seminário Sobre Tecnologias Limpas e VI Fórum Internacional de Produção mais Limpa, prossegue hoje no Salão de Atos da Ufrgs. 
Fonte: Jornal do Comércio

COOPERATIVAS DO SUL CONTRA A IMPORTAÇÃO DO LEITE

   O aumento das importações de produtos lácteos está causando prejuízos para a cadeia produtiva, especialmente no Sul do País, responsável por 30% da produção nacional de leite. Diante dessa situação, os Sindicatos e Organizações das Cooperativas dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Ocepar, Ocesc e Ocergs) estão cobrando do governo federal medidas para evitar que o problema se agrave ainda mais. “As importações brasileiras de lácteos, em sua maioria leite em pó, que representaram 51% em 2010, principalmente de origem do Mercosul (85% em 2010), são abusivas e desnecessárias pois se aproveitam das vantagens econômicas trazidas pelo sistema cambial, atualmente favorável, impactando negativamente no mercado interno”, afirmam os presidentes das três organizações João Paulo Koslovski, Marcos Antônio Zordan e Vergilio Frederico Perius, respectivamente, em ofício encaminhado aos ministros da Agricultura, Wagner Rossi, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Damata Pimentel.

Medidas:
   No documento, as três entidades solicitam que o governo aumente a TEC (Tarifa Externa Comum) de 28% para 35% para produtos lácteos. Propõem ainda a prorrogação, por mais 12 meses, do acordo entre Brasil e Argentina que limita o volume de importação em três mil e trezentas toneladas/mês de leite em pó por importador, que vence em julho de 2011. Os representantes das cooperativas do Sul também reivindicam a criação de cota para importação de leite em pó oriundo do Uruguai, nos mesmos moldes estabelecidos para Argentina e maior rigor no controle de autorizações prévias de importação para evitar que um mesmo importador ultrapasse a cota estabelecida.
 
Déficit:
    As organizações cooperativistas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul ressaltam que, nos últimos três anos, a cadeia produtiva do leite vem enfrentando um cenário de constante saldo negativo na balança comercial. “No Brasil, o total das importações em 2009 representaram US$ 266,7 milhões, em 2010, US$ 336,1 milhões, e em 2011 no 1º trimestre, US$ 133,8 milhões. A condição comercial do leite está sendo agravada pelo crescente volume de importações ocorridas ao longo desses anos, e se acentuou no 1º trimestre de 2011, no qual o valor das importações cresceu 134%, em relação ao mesmo período de 2010, enquanto as exportações sofreram uma queda de 40 % em valor no mesmo período”, frisam os dirigentes cooperativistas no ofício. “Na região Sul do País, a situação merece atenção especial, pois nos últimos três anos o saldo comercial de produtos lácteos tem sido negativo. Tal resultado tem impactado o desempenho da indústria, e se continuar avançando, acarretará grandes prejuízos para toda a cadeia produtiva”, acrescentaram.
 
Produção:
   O Brasil produz uma média de 30 bilhões de litros de leite por ano. Desse total, o Paraná responde por 11,5%, o Rio Grande do Sul por 11,7% e Santa Catarina por 7,7%. As cooperativas do Sul do País são responsáveis por 12,5% da produção nacional formal. Em âmbito regional, respondem por 40% de todo o leite fiscalizado produzido nos três estados.
Fonte: Ocepar

3 de junho de 2011

RÚSSIA PROÍBE PRODUTOS DE 89 UNIDADES DE CARNES DO BRASIL

   O governo russo decidiu barrar a compra de produtos de 89 unidades de processamento de carnes do Brasil, medida que surpreendeu representantes do setor no Brasil e agravou a disputa comercial entre os países envolvendo as carnes. A Rússia embargou a compra de carnes de 23 unidades processadoras do Estado de Mato Grosso, 16 delas produtoras de carne bovina; de 27 do Rio Grande do Sul, das quais 10 produzem carne de frango; e de 39 no Paraná, das quais 16 de carne de frango e 11 de carne suína, disse nesta quinta-feira Alexei Alexeyenko, porta-voz do órgão para segurança alimentar, Rosselkhoznadzor, segundo a agência russa Interfax.
   O Ministério da Agricultura brasileiro confirmou o embargo russo e informou que uma equipe técnica está reunida nesta manhã para discutir o assunto. O ministério deve comentar o tema nesta tarde. A notícia do embargo vem pouco mais de 15 dias depois da visita de uma missão brasileira à Rússia, liderada pelo vice-presidente Michel Temer, que visava justamente reverter às restrições às carnes brasileiras e surpreendeu o setor. "Estivemos na Rússia há cerca de 15 dias. Não dava para imaginar esta violência... Em nossa última visita, a reunião foi mais política. Agora, o Ministério da Agricultura tem que voltar para tratar a questão técnica, enviar uma missão técnica para a Rússia e esclarecer a situação", disse Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
Camargo Neto não soube precisar o número de unidades que estavam habilitadas, mas acrescentou que diante da ampliação do embargo aos frigoríficos de carne suína do Brasil, restará apenas uma planta habilitada, que fica em Santa Catarina, para exportar ao mercado russo. Na avaliação do executivo, até 15 de junho, quando entra em vigor o embargo, os embarques devem se acelerar. Camargo Neto ressalva que os embarques neste ano já estavam menores porque eram poucos os frigoríficos habilitados para exportar à Rússia. Ele afirmou que ainda é cedo para falar em redução dos embarques, mas se a missão do Brasil chegar antes desta data e esclarecer a situação, o impacto deverá ser menor. A Rússia foi o principal destino das exportações brasileiras de carne suína em 2010, com 43 por cento, ou cerca de 234 mil toneladas, segundo dados compilados pela Abipecs.

Frangos:
   "A notícia do embargo é muito, muito forte e inusitada. Surpreendeu o setor e deixou o ministro (da Agricultura, Wagner Rossi) abismado", afirmou o presidente da União Brasileira de Avicultura (UBABEF), Francisco Turra. Ele acrescentou que depois da missão brasileira, o aumento da amplitude das restrições russas "é muito estranho e acho até que tem uma conotação política". Segundo o executivo da Ubabef, que conversou com o ministro da Agricultura nesta manhã, Rossi está reunido com a equipe técnica e já contatou a embaixada brasileira no país. "Nossa situação não é tão crítica como no setor de carne suína, mas mesmo assim é muito grave", observou Turra. A Ubabef informou que das 62 plantas industriais de carne de frango habilitadas, 25 foram bloqueadas pelo governo russo.
   Em 2010, a Rússia importou 144 mil toneladas de carne de frango, sendo o 9o principal destino no período, segundo a Ubabef.
Fonte: Reuters Brasil

ENTRE OS BRIC'S, PIB DO BRASIL SÓ SUPERA O DA RÚSSIA

Imagem:Sec Ugt
   Entre os países que compõem os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a alta de 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre deste ano, ante igual trimestre do ano passado, superou apenas o crescimento da Rússia no mesmo período, de 4,1%. Os dados do Brasil foram divulgados na manhã de hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
   No caso dos demais países, o IBGE utilizou informações do Instituto de Estatística do Banco Mundial. De acordo com o IBGE, a China lidera o ranking de crescimento neste grupo de países, com avanço de 9,7% no período. Em seguida aparecem a Índia (7,8%) e a África do Sul (4,8%).
   Em uma listagem contendo 15 países e blocos econômicos, fornecida pelo IBGE, a expansão de 1,3% da economia no primeiro trimestre deste ano, ante o quarto trimestre do ano passado, coloca o País na terceira posição no ranking do PIB, juntamente com o Chile, que também mostrou alta de 1,3% no período. Na listagem de 15 países e regiões, que compara o primeiro trimestre de 2011 e os últimos três meses do ano passado, a primeira posição é da Alemanha, com alta de 1,5% no PIB. Em seguida aparecem Coreia do Sul (1,4%), Brasil e Chile (ambos com 1,3%), França e Bélgica (ambos com 1,0%), Holanda (0,9%), União Europeia e Grécia (0,8%), México e Reino Unido (0,7%), Estados Unidos (0,4%), Espanha (0,3%), Itália (0,1%) e Japão (-0,9%). 
Fonte: O Estado de São Paulo

1 de junho de 2011

BNDES E BB FINANCIARÃO EXPORTAÇÃO DE MÁQUINA PARA AMÉRICA LATINA


   O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil (BB) firmaram hoje contrato para o financiamento de exportação para países da América Latina de máquinas e equipamentos produzidos no Brasil. Segundo nota do BNDES, o acordo estabeleceu uma linha de crédito de US$ 200 milhões para financiar a venda de bens de capital brasileiros para compradores latino-americanos pela modalidade BNDES Exim Automático.
   A linha será oferecida pelo Banco do Brasil nas agências que opera na Argentina, Chile e Paraguai. Na prática, o banco oferecerá financiamento no mercado dos importadores de máquinas brasileiras, aumentando os incentivos à exportação do setor. O exportador será pago no Brasil pelo BNDES, que já financia os exportadores no Brasil por meio das modalidades pré e pós-embarque.
   A nova modalidade foi desenvolvida pela Área de Comércio Exterior do BNDES no ano passado. Segundo o BNDES, a intenção é aumentar a agilidade operacional do financiamento às vendas internacionais do setor. O banco de fomento informou que todas as agências do BB, no Brasil e no exterior, estão habilitadas a atender às empresas interessadas nesta linha de crédito. No primeiro momento, os principais agentes da linha serão as agências do banco brasileiro em Santiago (Chile), Assunção (Paraguai) e em várias cidades argentinas, por meio do Banco Patagônia, comprado pelo BB no ano passado.
   A linha BNDES Exim Automático tem prazos de até cinco anos e deve beneficiar principalmente o setor de máquinas agrícolas, industriais e de veículos comerciais como ônibus e caminhões. O BNDES explicou que o acordo com o BB foi o primeiro dessa modalidade, em que o Banco do Brasil de Nova York figura como tomador dos financiamentos, assumindo o risco da operação. "Os desembolsos dos recursos serão realizados pelo BNDES em reais diretamente aos exportadores no Brasil, que receberão antecipadamente por suas vendas externas, sem correr riscos de natureza comercial e política. Não haverá remessa de recursos do BNDES para o exterior em tais operações", esclareceu o banco.
   A intenção do BNDES é firmar outros acordos similares com bancos internacionais e brasileiros que tenham operação no exterior, principalmente na América Latina e na África, mercados de maior potencial para a indústria brasileira . O banco informou que está em negociação com cerca de 20 bancos, em países como Uruguai, Peru, Panamá, República Dominicana, Argentina, Chile e Paraguai, com potencial de concessão de linhas de crédito no valor total de mais de US$ 600 milhões. 
Fonte: O Estado de São Paulo

BALANÇA COMERCIAL REGISTRA SUPERÁVIT DE US$ 3,529 BILHÕES EM MAIO

   A balança comercial brasileira fechou o mês de maio com um superávit de US$ 3,529 bilhões, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O saldo é resultado de exportações de US$ 23,211 bilhões (média diária de US$ 1,055 bilhão) menos importações de US$ 19,682 bilhões (média diária de US$ 894,6 milhões) no período.
   Pelo critério da média diária, as exportações em maio cresceram 25,2% ante maio de 2010, quando a média diária exportada foi de US$ 843 milhões. Na comparação com abril deste ano (média diária de US$ 1,061 bilhão), houve queda de 0,6%.
   A média diária das importações registrou um crescimento de 31,8% ante a média de maio de 2010 (US$ 678,8 milhões). Na comparação com abril deste ano, quando a média diária foi de US$ 963,7 milhões, houve uma queda de 7,2%. Na quarta semana de maio (23 a 29), a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 320 milhões, com exportações de US$ 4,783 bilhões menos importações de US$ 4,463 bilhões. Na quinta semana (30 e 31), o saldo da balança também foi positivo em US$ 463 milhões, com exportações de US$ 2,163 bilhões e importações de US$ 1,7 bilhão.
Fonte: Agência Estado

SOB DILMA, BC MUDA E TENTA ESTIMULAR CRESCIMENTO, ALÉM DE VIGIAR A INFLAÇÃO

   Os sinais já vinham do governo Lula. Mas, no governo Dilma Rousseff, a política monetária conduzida pelo Banco Central do Brasil se aproxima, ainda que informalmente, do modelo do Federal Reserve (Fed, o BC americano). Nos Estados Unidos, o Fed tem a missão oficial não só de zelar pela estabilidade de preços, mas também de buscar o máximo de empregos, ou seja, inflação baixa e crescimento forte.
   No Brasil, o BC tem oficialmente o mandato de buscar a meta de inflação definida pelo governo. Mas a estratégia mais gradualista adotada neste ano mostra que, na prática, o BC de Dilma opera também de olho no crescimento do País, numa espécie de "duplo mandato". A preocupação do governo em não frear demais o ritmo de crescimento da economia em 2011 está no cerne da decisão do BC em adiar para 2012 a convergência da inflação para o centro da meta de 4,5%, segundo apurou o Estado. Dilma deixou claro, logo no início da sua administração, que estava comprometida com o controle da inflação, mas sem sacrificar o maior crescimento econômico obtido no segundo mandato do governo anterior.
   Apesar de ter autonomia operacional, o presidente do BC, Alexandre Tombini, e sua equipe estão mais sintonizados com esse objetivo. Aliás, o nome dele foi escolhido exatamente pela avaliação de que Tombini trabalharia nessa direção. Apesar de muitas vezes usar algumas expressões "rabugentas" típicas de banqueiros centrais - como a clássica "um pouco mais de inflação não aumenta o crescimento" -, a prática mostra que o BC acredita que não deve derrubar a atividade econômica para manter a inflação na meta. O próprio relatório trimestral de inflação de março foi explícito ao afirmar que uma convergência em 2011 para o centro da meta de 4,5%, diante dos choques de oferta, implicaria um custo muito alto para a atividade econômica e a boa prática recomendava um movimento mais suave.
   O ministro da Fazenda, Guido Mantega, no governo Lula, defendeu por várias vezes nos bastidores a necessidade de uma meta de crescimento. Essa foi uma das razões também para o governo ter decidido manter em 4,5% a meta de inflação, num embate duro entre Mantega e o ex-presidente do BC, Henrique Meirelles, que queria reduzir o centro da meta para 4%, um nível de inflação mais próximo dos praticados pelos países desenvolvidos. Nos bastidores da Fazenda, um PIB abaixo de 4%, número projetado pelo BC para este ano (Mantega projeta 4,5% de alta), é considerado muito ruim. "Realmente me parece que há uma dupla intenção do BC a partir deste governo, mais explícita do que tinha no segundo mandato de Lula. Mas é uma dupla meta enganosa. No caso americano, buscar a meta de crescimento existe apenas quando a inflação não é um risco", afirmou o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. Ele explicou que o Fed já cometeu erros, nas décadas de 60 e 70, quando estimulou demais a economia, levando a inflação a níveis muito elevados. "Mas o Fed sempre tentou controlar a inflação, com diferenças de percepção de cada dirigente em cada momento", afirmou. Para Vale, no caso brasileiro, há um "objetivo de manter uma taxa de crescimento de 5% com inflação de 4,5%".
Fonte: O Estado de São Paulo