Siga o Curso de Administração

17 de dezembro de 2012

EXPORTAÇÕES GAÚCHAS RECUAM 12,9% EM NOVEMBRO

  Nos primeiros onze meses do ano, as exportações do Rio Grande do Sul acumularam US$ 16,3 bilhões. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve um decréscimo de US$ 1,8 bilhão. A variação do volume físico das exportações do Estado foi negativa (-10,2%) e bem abaixo da observada em nível nacional (1,3%).
   Os preços, no Rio Grande do Sul, apresentaram uma variação maior (0,4%) que a nacional (-6,0%). Como consequência desses resultados, o valor exportado pelo Estado registrou uma evolução também bem inferior (-9,8%) à observada no País (-4,7%). Esse desempenho colocou o RS em quinto lugar entre os maiores estados exportadores — abaixo de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná —, representando 7,31% das exportações nacionais.
   As exportações da indústria de transformação registraram queda de US$ 977,0 milhões no acumulado do ano (reduções de 6,8% em valor, 6,6% em volume e 0,3% em preços), enquanto as exportações agropecuárias se reduziram em US$ 866,2 milhões (-24,7% em valor, -26,8% em volume e um acréscimo de 2,8% nos preços) — Tabela 7. Dentre os principais produtos exportados pela agropecuária, destaca-se a redução de US$ 871,6 milhões nas vendas de grãos de soja (-30,6% em valor, -36,3% em volume e crescimento de 9,0% em preços).
Fonte: Zero Hora

9 de novembro de 2012

MDIC AVALIA COM SETOR PRODUTIVO POTENCIAL DE CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES PARA CHINA

   A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres, esteve reunida ontem, em São Paulo, com representantes do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) e avaliou as oportunidades de ampliar as exportações brasileiras para esse mercado. Recentemente, a China demonstrou interesse em adquirir mais produtos do mercado internacional, com potencial para crescimento das vendas brasileiras de milho, açúcar, algodão e máquinas e equipamentos, entre outros bens.
   A secretária ainda destacou o fato de que, mesmo em um ano difícil para o comércio exterior, as vendas de produtos manufaturados brasileiros tiveram crescimento expressivo para a China. “É interessante notar que as exportações desses produtos de maior valo agregado para a China apresentam aumento de 25% nesse ano”, informou Tatiana.
   O encontro com os representes do CEBC serviu ainda para discutir a agenda da Subcomissão Econômico-Comercial da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) entre as autoridades dos governos brasileiro e chinês, que acontecerá na segunda quinzena de novembro, em Pequim. Tatiana disse que existe potencial para aumentar as vendas brasileiras de carnes para o mercado chinês e que novamente levará a demanda do setor para que continuem sendo removidas barreiras que hoje impedem o crescimento dessas exportações. Da parte dos empresários, a secretária recebeu a avaliação de que é preciso reforçar as parceiras entre empresas brasileiras e chinesas para possibilitar um maior ganho de mercado.
   Os representantes do CEBC informaram também que estão organizando um levantamento detalhado sobre as barreiras comerciais que atualmente afetam os produtos brasileiros no mercado chinês e ainda uma análise de guias de investimentos da China para o setor produtivo nacional. Para a elaboração dos dois estudos, a secretária ofereceu apoio do MDIC. 
Fonte: MDIC

ECONOMIAS DE CHINA E ÍNDIA DEVEM SUPERAR G7 EM 2025

   A economia da China provavelmente irá superar a da zona do euro neste ano, a Índia irá ultrapassar o Japão e até 2030 as economias dos dois países asiáticos serão maiores do que a dos Estados Unidos, zona do euro e Japão juntos, afirmou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta sexta-feira (9/11). Em um exercício para avaliar tendências de longo prazo na economia global, a OCDE afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) combinado de China e Índia deve ultrapassar a do grupo das sete (G7) de economias ricas por volta de 2025. A produção dos dois gigantes asiáticos em 2010 foi menos da metade do PIB do G7.
   As projeções da OCDE, um clube de democracias industriais, são baseadas no conceito de Paridade de Poder de Compra (PPP na sigla em inglês) de 2005. Levando em consideração as taxas de câmbio do mercado, os mercados emergentes levarão um pouco mais de tempo para abocanhar a coroa --por exemplo, o Goldman Sachs avalia que o quarteto dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) irão superar o G7 até 2037.
   Asa Johansson, uma das autoras de "Olhando para 2060: perspectivas de crescimento global de longo prazo", disse que o relatório apresenta um cenário hipotético em vez de uma projeção firme. Entretanto, ela disse que a extensão da esperada mudança no poder econômico, saindo das mãos de países desenvolvidos, está começando. Levando em conta os PPPs de 2005, a China e a Índia responderão por 28 por cento e 11 por cento respectivamente da produção das 42 principais economias até 2030, comparado com 18 por cento dos EUA, 12 por cento da zona do euro e 4 por cento do Japão. A OCDE calcula crescimento global de 3 por cento por ano nos próximos 50 anos, impulsionado principalmente --como no passado-- por melhoras de produtividade e fortalecimento do capital humano.
   Até 2020, a China terá a maior taxa de crescimento entre os países estudados, mas será ultrapassada pela Índia e pela Indonésia devido à rápida queda da população em idade de trabalho. Entretanto, a China tem um forte início em relação à Índia graças ao bom crescimento da produtividade e investimento intensivo na última década. Como resultado, mesmo com ambas as economias crescendo sete vezes nos próximos 50 anos, a renda per capita da China será 25 por cento maior do que a renda atual dos EUA até 2060, mas a Índia terá apenas a metade do nível norte-americano.
Fonte: Agência Reuters (Reportagem de Alan Wheatley)

11 de outubro de 2012

RIO GRANDE DO SUL REDUZ ICMS PARA SETOR TÊXTIL

   O governo do Rio Grande do Sul assina nesta quinta-feira (11) decreto que reduz a carga tributária do setor têxtil por meio de crédito presumido de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas vendas para outros Estados.
   Segundo nota distribuída à imprensa pela Secretaria da Fazenda do Estado, o peso do ICMS ficará restrito a 3% do faturamento da empresa, o que deve equiparar o tributo gaúcho ao praticado pelos "principais Estados das regiões Sul e Sudeste".
   Até 30 de setembro, as vendas para outros Estados eram tributadas em 7%, informou a secretaria. Nas operações em território gaúcho, houve prorrogação do benefício atual, que mantém a tributação das vendas em 7%.
Fonte: Jornal do Comércio


COPOM REDUZ TAXA SELIC PELA 10ª VEZ SEGUIDA

   O Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira mais um corte na taxa básica de juros da economia. Com vigência a partir de amanhã, a nova Selic é de 7,25% ao ano, o menor patamar desde que a política monetária brasileira passou a ter como bússola o regime de metas para inflação, em 1999. “Considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para meta, ainda que de forma não linear”, informou o Comitê de Política Monetária do BC, em comunicado após a reunião que decidiu o novo nível da taxa de juros básica.
   A Selic já vinha caindo há mais de um ano. O corte de hoje foi o décimo seguido desde 31 de agosto do ano passado, quando o Copom deu uma guinada e, após um período de elevação da taxa, deu início a um ciclo de afrouxamento monetário para minimizar os efeitos recessivos da crise internacional sobre a economia do país.
   A magnitude desta nova redução, que pode ter sido a última do ciclo, no entanto, foi menor. Fiel ao conteúdo do comunicado emitido ao fim da reunião anterior, em 29 de agosto, o Copom desta vez tirou apenas 0,25 ponto percentual da Selic, que até então estava em 7,5% ao ano. No comunicado e na ata da reunião, o colegiado já tinha avisado que, se o cenário prospectivo viesse a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento seria “conduzido com máxima parcimônia”.
   Os nove cortes anteriores tinham sido todos mais profundos. A trajetória de queda começou com 0,5 ponto percentual no fim de agosto de 2011, manteve-se essa passada por mais três reuniões do comitê, acelerou-se com dois cortes seguidos de 0,75 ponto, em março e abril deste ano, e voltou ao ritmo original nas três últimas antes da de hoje.
   O retorno à velocidade original também tinha sido sinalizado, por um discurso de “parcimônia” apenas. O discurso ganhou força, após reunião de agosto passado, com o acréscimo do adjetivo “máxima” à expressão. Somada à evolução dos índices de inflação, que voltaram a subir com o choque de oferta de produtos agrícolas, essa ênfase em mais parcimônia levou parte dos economistas a prever que o ciclo de alívio na taxa básica de juros tinha se encerrado na reunião de agosto passado, quando a Selic caiu de 8% para 7,5% ao ano. Tanto que as apostas de que a taxa entraria num novo período, de estabilidade, foram captadas pela pesquisa de expectativas de mercado divulgada semanalmente pelo BC na pesquisa Focus. A mediana das projeções da última edição divulgada da pesquisa, com data base na sexta-feira, dia 5, apontou Selic ainda no nível de 7,5% ao ano no fim de outubro.Isso levando em conta todo o conjunto de bancos e empresas consultados. A mediana das projeções feitas pelo grupo de cinco instituições que mais vêm acertando previsões sobre a Selic (TOP 5) já antecipava a queda de 0,25 ponto hoje decidida.
   A pesquisa feita pelo Valor apontava, na semana passada, mais apostas na manutenção do que na redução da taxa básica de juros. De 34 instituições ouvidas, 25 disseram esperar que a Selic não mudaria nessa reunião. Entretanto, uma nova consulta, na segunda-feira, mostrou mudança nas posições de boa parte dos economistas responsáveis pelas projeções. As opiniões ficaram mais divididas, com 16 esperando redução para 7,25% ao ano e 18, manutenção da taxa. A fala do diretor de Assuntos Internacionais do BC e membro do Copom, Luiz Awazu Pereira, ajudou a realinhar as projeções para baixo. Na quinta-feira, dia 4, em evento na BMF&Bovespa , ele disse ser “importante” que a política monetária seja “capaz de calibrar o ponto mais favorável” entre a maximização das chances de continuidade de crescimento da economia e a minimização dos riscos para a estabilidade monetária e financeira.
   A avaliação dele sobre a crise internacional também pesou para a mudança de posição de parte dos economistas. “É provável que estejamos frente a um período de baixo crescimento global mais persistente e mais longo, e com possíveis efeitos negativos sobre os polos mais dinâmicos da recuperação global”, disse Awazu na ocasião.
Fonte: Federasul

SECEX SELECIONARÁ PROPOSTA DE APOIO AO PRIMEIRA EXPORTAÇÃO

   A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) publicou hoje o Edital de Chamada Pública n°1/12 para seleção de proposta para prestação de suporte técnico às atividades do projeto Primeira Exportação, nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A instituição que for selecionada deverá auxiliar as empresas de pequeno e médio porte, participantes do projeto, na inserção de seus produtos no mercado internacional e acompanhar as demais atividades em conjunto com a Secex.
   O suporte técnico será realizado na etapa de execução do projeto, em que ocorre o assessoramento às empresas, em um período de até vinte meses. As fases das atividades são:
1) Diagnóstico: momento de avaliação da capacidade de internacionalização das empresas para fins de seleção;
2) Pesquisa de Mercado: coleta e análise de dados para escolha de potenciais mercados compradores;
3) Adequação de Produto/Processo: orientação quanto à adequação de produtos/processos/estratégias para acesso ao mercado-alvo;
4) Promoção Comercial: acompanhamento na elaboração de material de divulgação e coleta de dados referente a feiras e rodadas de negócio; e
5) Operacionalização Comercial: acompanhamento dos procedimentos administrativos e operacionais de exportação (credenciamento e habilitação ao Siscomex, documentos da fase comercial/aduaneira/cambial, despacho aduaneiro, etc.).
   As entidades interessadas, que já possuem experiência em atividades relacionadas à gestão de projetos de assessoramento a empresas no processo de internacionalização de negócios, deverão observar os critérios, prazos, requisitos previstos no edital. Elas deverão ainda fazer a apresentação de proposta no Portal de Convênios do Governo Federal (www.convenios.gov.br).

Primeira Exportação 
   O projeto Primeira Exportação é uma iniciativa da Secex em parceria com governos estaduais e outras entidades envolvidas com o comércio exterior, que oferece assessoria técnica a pequenas e médias empresas interessadas em exportar pela primeira vez. O objetivo é aumentar a base exportadora brasileira com o acompanhamento sistematizado do processo de internacionalização das empresas. O projeto já está sendo desenvolvido na Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
Fonte: MDIC

27 de setembro de 2012

GOVERNO QUER MAIS EFICIÊNCIA NAS EXPORTAÇÕES

   O Brasil tem três grupos de estudo em andamento para encontrar soluções que tornem mais eficaz o comércio praticado com a África, Ásia e América do Sul, informou nesta quinta-feira Emílio Garófalo, secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). "Temos vários grupos técnicos e são três abertos para África, Ásia e América do Sul para melhorar as condições de financiamento e ganhar competitividade nesses mercados", disse Garófalo durante a abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), no Rio.
   Segundo o executivo da Camex, o governo tem trabalhado para melhorar as condições das exportações brasileiras. Entre as medidas tomadas para beneficiar o setor, Garófalo citou a política cambial, as desonerações na folha de pagamento e o aumento no orçamento para infraestrutura. "O governo está tentando fazer a sua parte ouvindo o setor", defendeu.

CONSUMIDOR DE BAIXA RENDA NÃO PLANEJA FINANÇAS

   O levantamento "Mercados - Endividamento e Inadimplência, Mitos e Verdades", divulgado nesta quinta-feira pela Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), mostra que 79% dos consumidores das classes D/E e 63% da classe C não têm o costume de aplicar dinheiro na poupança. A fatia dos que não poupam ficou em 51% na classe B e 44% na classe A. "Poupar é uma intenção e os consumidores das classes mais baixa não poupam, provavelmente, porque não sobra", disse o diretor de Sustentabilidade da Boa Vista, Fernando Cosenza. Nessa linha, os números mostram que 38% dos consumidores das classes C, D e E poupariam se tivessem mais renda, ante 32% na classe B e 24% na classe A.
   Os dados da pesquisa mostram, segundo a Boa Vista, que o consumidor de baixa renda também não faz planejamento financeiro. "Embora 50% dos consumidores das classes D/E e 58% da classe C afirmem que fazem planejamento financeiro, com algum tipo de controle entre o que ganham e o que gastam, ainda assim classificamos como verdade a afirmação de que as classes mais baixas não têm esse planejamento", disse Cosenza. Segundo ele, "algum controle financeiro não é planejamento" e 90% dos entrevistados declaram que aprenderam a lidar sozinhos com o dinheiro ou com os pais, que também aprenderam sozinhos. "Defendemos que o planejamento financeiro é algo sistemático, o que não ocorre."
   A pesquisa mostrou ainda que 94% dos consumidores das classes D/E, 88% dos das classes B e C e 77% da classe A concordam com a afirmação que "o nome da pessoa é o maior patrimônio dela". A afirmação é defendida também por 88% dos entrevistados que possuem restrição ao crédito, o chamado "nome sujo". Segundo Cosenza, no entanto, apesar desse porcentual, os consumidores de classes mais baixas não se protegem contra fraudes, como a contratação de crédito em nome de terceiros. Indagados se haveria o interesse do fornecimento de serviços para o monitoramento do CPF e, consequentemente, para proteção contra fraudes, houve uma divisão praticamente igual entre os interessados e o não interessados em todas as classes.
Fonte: O Estado de São Paulo

MISTURA DE ANIDRO À GASOLINA PODE SUBIR EM JUNHO DE 2013

   O governo decidiu aumentar a mistura do etanol anidro na gasolina de 20% para 25% a partir de 1º de junho, de acordo com fontes ouvidas pela Agência Estado. A elevação foi definida em reunião nesta quinta-feira e deverá ser publicada no Diário Oficial nos próximos dias.
   A data foi decidida tendo em vista o período em que a oferta de etanol se acentua com a maior moagem da safra de cana-de-açúcar do Centro-Sul. Segundo as fontes, esta data teria sido definida já considerando a possibilidade de um atraso.
   Porém, se a safra começar mais cedo e houver etanol disponível em volume satisfatório a partir de março/abril, o aumento da mistura poderá ser antecipado para 1º de maio.
   Segundo cálculos do setor, o aumento da mistura de 20% para 25% irá gerar demanda adicional de cerca de 2 bilhões de litros de anidro em 2013/14, que seria produzido por meio do processamento extra de 25 milhões de toneladas de cana.
Fonte: Agência Estado

6 de setembro de 2012

ALTA DE PREÇOS DAS COMMODITIES DEVE SE REVERTER NO MÉDIO PRAZO, DIZ BC

   A ata do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada nesta quinta-feira (6) pelo Banco Central, avalia que o recente aumento de preços dos produtos agrícolas, as chamadas commodities, não será tão intenso e deve se reverter no médio prazo. Portanto, apesar da pressão inflacionária no curto prazo, o cenário internacional "se mostra desinflacionário no médio prazo".
   Para o BC, o preço do combustível e gás devem ficar estáveis neste ano, e reitera que nova queda de juros dependerá de reação da economia. Nos últimos meses, os preços das principais commodities subiram rapidamente por problemas como a seca nos Estados Unidos, o que aumenta os preços de produtos básicos como o milho e a soja e toda a cadeia produtiva de alimentos.
   Essa pressão inflacionária já começa a ser visto nos índices de preço do Brasil. "Desde a última reunião, surgiram evidências de pressões localizadas de preços, decorrentes de um choque desfavorável de oferta no segmento de commodities agrícolas", afirma a ata. "Para o Comitê, esse choque tende a ser menos intenso e menos duradouro do que o ocorrido em 2010/2011, bem como tende a se reverter no médio prazo". O BC voltou a frisar, como no comunicado divulgado imediatamente após a decisão de reduzir os juros básicos de 8% ao ano para 7,5%, na semana passada, que qualquer corte adicional da taxa Selic será feito com "máxima parcimônia".
   Analistas acreditam que isso sinaliza que uma eventual redução será de, no máximo, 0,25 ponto percentual.
Fonte: Folha de São Paulo

TAXA DE IMPORTAÇÃO MAIOR É PROTECIONISMO

   O aumento da taxa de importação de cem produtos anunciado na terça-feira (04) pelo governo brasileiro é avaliado como protecionista e não ataca os principais problemas da cadeia produtiva brasileira. Mesmo assim, pode ajudar os setores beneficiados a concorrer com os produtos importados no curto prazo.
   Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o aumento nos impostos de alguns produtos terá um reflexo pequeno no seu preço final e não é suficiente para tornar a indústria nacional mais competitiva. "O produto brasileiro tem um custo ocioso muito alto e precisa de medidas como esta para se proteger. É mais uma ação de protecionismo do que de proteção à indústria", disse. Para Castro, o ideal seria o governo promover reformas estruturais, como a tributária, para desonerar os produtos nacionais.
   O presidente da AEB não é o único a defender reformas estruturais no setor produtivo. Diretora executiva da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece), Lilia Miranda acredita que o governo defenderia melhor a indústria se promovesse reformas estruturais na economia. "As medidas [anunciadas], em última análise, não atacam a falta de competitividade. Há questões, tributárias, por exemplo, que deveriam ser prioritárias para que nossa economia seja realmente forte", afirmou. Miranda disse que o benefício que poderia surgir da medida do governo pode, na verdade, prejudicar o País, pois alguns produtos da lista do governo são insumos. Com seus preços mais altos, o preço do produto final também será maior. Miranda observou também que a concorrência estimula a melhoria e o aumento da competitividade dos produtos e disse que há outros instrumentos que ajudam uma determinada área da economia a se proteger. "Quando uma empresa ou um setor se sente prejudicado, ele pode recorrer ao governo para adotar medidas de proteção."Castro observou, porém, que embora a ação do governo não promova aumento de competitividade no longo prazo, a medida é legal e o País não deverá sofrer pedidos de salvaguarda comercial. Pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), um país pode taxar os produtos industrializados em até 35%. A maior parte das mercadorias que sofreu aumento na alíquota de importação teve reajustes para 25%. A medida é dotada por 12 meses renováveis por mais 12 meses.
   Pouco depois de anunciar o aumento dos impostos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que essa medida foi adotada porque outros países estão em crise financeira e procuram aumentar suas exportações para lugares onde a economia cresce. Entre os setores beneficiados pela medida estão siderurgia, petroquímica, de borrachas e medicamentos. Nem todos acreditam que as medidas do governo serão danosas. Professor de Comércio Exterior da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Barueri, Givan Fortuoso da Silva afirma que os setores beneficiados pela taxação dos concorrentes importados ficarão mais competitivos. "O imposto de alguns produtos quintuplicou, de outros quase dobrou. Alguns importados ficarão menos competitivos", disse.
Fonte: Agência Anba

4 de setembro de 2012

CAMEX ELEVARÁ IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO PARA 200 PRODUTOS

   A Câmara de Comércio Exterior (Camex) deve aprovar nesta terça-feira (04) a elevação da alíquota do Imposto de Importação para 200 produtos. A medida foi anunciada em agosto de 2011 entre as ações do Plano Brasil Maior e acordada com os parceiros do Mercosul na última cúpula do bloco. A decisão, na visão do governo brasileiro, vai proteger o mercado nacional da concorrência dos importados neste momento de retração econômica mundial, o que tem levado os países a procurarem mercado para suas exportações.
   O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que preside a Camex, realizou uma consulta pública para receber solicitações dos setores da economia que queiram a inclusão de produtos na lista. Até a segunda-feira à noite, a relação não havia sido fechada e estava sob análise dos técnicos do Ministério da Fazenda. A expectativa é que até a reunião da Camex, à tarde, uma proposta esteja concluída para ser aprovada pelos ministros que integram o conselho do órgão. O setor de máquinas e equipamentos é um dos setores que mais se queixam da concorrência internacional. Na semana passada, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, solicitou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, novas medidas de defesa comercial.
   Os itens que terão aumento do Imposto de Importação irão compor uma nova lista de exceção à Tarifa Externa Comum (TEC). As alíquotas terão validade para todos os países que não integram o Mercosul. Atualmente, cada País do bloco já pode ter uma lista de exceção com até 100 produtos com alíquotas diferentes da TEC, para baixo ou para cima.
   Por ser uma medida protecionista, na relação com mais 200 itens, que deve ser aprovada pela Camex, só poderá haver aumento de imposto. Nestes casos, a alíquota que, em média, é de 12% a 13%, pode chegar a 35%, a máxima permitida pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Antes de entrar em vigor, no entanto, os demais países do Mercosul têm 15 dias úteis para aprovarem a lista brasileira.

União Europeia    Outro assunto previsto na pauta da Camex é a autorização para que o Itamaraty retome as negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. Será mais um esforço do governo brasileiro para abrir mercados para os produtos nacionais que já sofrem com a retração dos principais mercados consumidores. O presidente da Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia), José Manuel Durão Barroso, disse nesta terça-feira em Bruxelas que os 27 países do bloco querem um acordo de livre comércio com os países do Mercosul, mas advertiu que as "posturas protecionistas" de alguns países do bloco sul-americano o tornam difícil. Ele não citou nome, mas as relações com a Argentina estão complicadas desde que o governo argentino decidiu nacionalizar a empresa espanhola Repsol-YPF em abril deste ano.
   As negociações entre Mercosul e União Europeia (UE) começaram em 1995, porém, em 2004, foram paralisadas formalmente diante dos desentendimentos entre os líderes dos dois blocos. O maior entrave para o Mercosul é a resistência dos países europeus em fazerem a liberalização de seu setor agrícola em troca da abertura do setor industrial nos países do cone sul. Em 2010, houve uma decisão dos blocos em retomar as negociações, mas elas não avançaram
Fonte: Jornal do Comércio

GOVERNO NÃO ATINGIRÁ META DE EXPORTAÇÃO DO ANO, DIZ MDIC

O governo desistiu da meta de exportação de US$ 264 bilhões prevista para este ano, segundo informou nesta segunda-feira, 3, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira. "O governo não vai atingir a meta de exportação para este ano, mas o resultado deve ser muito melhor do que tínhamos de 2008 para 2009, época do primeiro mergulho da crise", disse. Segundo ele, a meta pode ser revista, mas o MDIC ainda não teve condições de apresentar um número. "O cenário é confuso. Qualquer meta agora tem influência da crise internacional e das greves", ressaltou.
   O secretário enfatizou que o principal motivo para o não cumprimento é o comportamento da economia internacional, que tem gerado um quadro adverso para os parceiros do Brasil. Ele disse que o assunto é tema de preocupação no governo e ressaltou as medidas tomadas até agora para estimular a indústria, como a desoneração da folha de pagamentos e o Programa Reintegra. "Não é só questão de tomar medidas, mas sim de recuperação da economia internacional que tem diminuído a demanda por compras", disse. Teixeira disse que "a briga" do MDIC até o final do ano será de manter o patamar das exportações visto no ano passado, de US$ 256 bilhões. "Nós não queremos cair disso, mas dependemos da economia internacional e não de nós", ressaltou. "Estamos lutando fortemente para manter as exportações no mesmo patamar do ano passado, que foi recorde", continuou.

Superávit acumulado
   O superávit comercial nos primeiros oito meses do ano, de US$ 13,172 bilhões, ficou 34,8% menor do que o volume registrado em igual período de 2011, quando o saldo ficou positivo em US$ 19,988 bilhões. As exportações brasileiras registraram queda de 4,8%, pela média diária, no acumulado de janeiro a agosto de 2012 na comparação com o mesmo período do ano passado. O saldo médio de vendas de janeiro/agosto deste ano ficou em US$ 944,7 milhões, enquanto nos oito primeiros meses de 2011, o saldo médio foi de US$ 992,3 milhões.  As importações também recuaram no período, mas em menor magnitude, -0,7%, passando de US$ 873,4 milhões para US$ 867,2 milhões.

Agosto
   Já em agosto, a balança registrou superávit de US$ 3,227 bilhões. O saldo é fruto de exportações de US$ 22,382 bilhões e de importações que totalizaram US$ 19,155 bilhões no período. O resultado ficou acima da mediana de US$ 3,000 bilhões obtida pelo AE Projeções com as estimativas de 17 instituições do mercado financeiro. O intervalo das previsões variava de US$ 2,600 bilhões a US$ 3,750 bilhões. Apenas na quinta semana do mês, o saldo da balança ficou positivo em US$ 705 milhões. Este montante é resultado das vendas externas no valor de US$ 4,829 bilhões e de importações que somaram US$ 4,124 bilhões. 
   Este resultado foi o melhor saldo mensal de 2012. Até então, o melhor resultado do ano havia sido verificado em maio, de US$ 2,953 bilhões. "Além disso, o resultado foi o segundo melhor para meses de agosto, atrás apenas do resultado visto no ano passado", comparou a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. Ela sinalizou que o saldo comercial de agosto poderia ter sido ainda melhor caso a greve de servidores já tivesse terminado. "Os resultados seguem influenciados por movimentos de paralisação, e são três que afetam o comércio exterior: o da Receita Federal, o da Anvisa e o dos agentes da agricultura que já voltaram ao trabalho", acrescentou Teixeira. Tatiana ressaltou que é difícil quantificar o impacto preciso das paralisações no superávit. Ela lembrou que sazonalmente os meses de agosto costumam ter resultados positivos para a balança comercial brasileira.
Fonte: O Estado de São Paulo

MUDANÇA NO PIS/COFINS DEVE DEMORAR

   A simplificação do PIS/Cofins, desejada e sugerida pelos empresários que se reuniram ao longo do ano com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não sairá do papel tão cedo. Prioritária para o governo, a mudança na forma de cobrança dos dois tributos deve ser anunciada apenas no fim do ano, ou mesmo em 2013. A ideia inicial da presidente era anunciar a nova sistemática de cobrança do PIS/Cofins no mesmo pacote de redução do preço da energia elétrica, mas nem a postergação do pacote - que só será divulgado após o feriado de 7 de Setembro - será capaz de acelerar os trabalhos da área econômica.
   O Ministério da Fazenda ainda não tem um projeto consolidado sobre o assunto. Considerados complexos por empresários e também pelo Palácio do Planalto, o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) são responsáveis por grande parcela das disputas tributárias envolvendo empresas e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Na avaliação do Planalto, a desburocratização no recolhimento de impostos vai reduzir fortemente os custos produtivos no País. Mesmo sem anunciar a simplificação do PIS/Cofins, o governo deve reduzir a carga desses tributos na conta de luz. Os dois tributos respondem por 8,5% do preço final da energia elétrica no Brasil, e uma redução na alíquota de ambos já foi definida pelo governo. A redução do peso do PIS/Cofins sobre a conta de luz, no entanto, só terá efeito sobre o consumidor residencial - os grandes consumidores conseguem abater os tributos ao longo da cadeia produtiva.

Encargos.
   Além disso, a presidente Dilma deve anunciar também a extinção de pelo menos quatro encargos setoriais que incidem na conta de luz. São eles: a Reserva Global de Reversão (RGR), a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). Outros encargos podem, ainda, entrar na lista. No pacote, o governo vai transferir do consumidor de energia elétrica para o Tesouro Nacional o custeio desses encargos, cujos recursos têm destino carimbado, como o financiamento do programa Luz para Todos, que distribui energia elétrica de graça para moradores no meio rural.
   A definição quanto ao total que será cortado dos consumidores de energia elétrica será tomada apenas no início da próxima semana. Isso porque a equipe econômica também estuda, ao mesmo tempo, uma forma de ampliar o número de setores beneficiados com a desoneração da folha de pagamento. Os técnicos precisam garantir que a aplicação dos dois benefícios represente uma renúncia de receita que não prejudique a meta fiscal de 2013.

Investimentos. 
Todas as medidas preparadas só entrarão em vigor no próximo ano. Mas o governo espera, no entanto, que o anúncio do pacote de redução de preços da energia elétrica já seja suficiente para estimular empresários a ampliar os investimentos ainda no último trimestre de 2012. A lógica do governo é que, ao criar um cenário mais positivo para os investimentos em 2013, as companhias que têm planos de investir mas estão em compasso de espera coloquem o pé no acelerador. A renúncia fiscal embutida nas medidas já está prevista na conta de R$ 15,2 bilhões em desonerações tributárias que o governo prevê para 2013 na proposta orçamentária enviada ao Congresso Nacional na semana passada. 
Fonte: O Estado de São Paulo

29 de agosto de 2012

INVESTIMENTOS EM ENERGIA EÓLICA DEVEM CHEGAR A R$ 40 BILHÕES ATÉ 2020

   A energia eólica vive agora nova etapa de competitividade no país, com previsão de investir, até 2020, mais R$ 40 bilhões. Essa nova fase, iniciada em 2009, totaliza a contratação de 6,7 gigawatts (GW) de potência, ao preço de R$ 100 por megawatt/hora (MWh). Os primeiros investimentos em energia eólica no país foram feitos em 2004, com subsídios do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). O objetivo era trazer novas tecnologias e formas renováveis de produção de energia, entre elas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), biomassa e eólica.
A eólica é a segunda fonte mais competitiva no país. — Hoje, ela só não é mais barata que as grandes hidrelétricas — disse a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo.  Questões de tecnologia, mercado e financiamento serão debatidos pelo setor, a partir desta quarta-feira, no Rio de Janeiro, durante o 3º Brazil WindPower. É o maior evento da indústria eólica da América Latina e se estenderá até o próximo dia 31.
   O investimento feito pela indústria eólica em todos os leilões realizados no Brasil, entre 2004 e 2011, alcançou R$ 25 bilhões. O potencial eólico no país soma 300 GW e está concentrado, basicamente, no Nordeste e no Sul, com destaque para os estados da Bahia, do Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul, disse Elbia. O número foi revisto este ano, com base na nova tecnologia implantada. O primeiro levantamento, realizado em 2001, identificou potencial para geração eólica da ordem de 143 GW.
   Em junho deste ano, o indústria eólica completou 2 GW de capacidade instalada para gerar energia, distribuídos por 71 parques. Até o fim de 2016, a meta é inserir no sistema elétrico nacional 8,4 GW de potência eólica, o que significará 5,4% de participação na matriz elétrica brasileira, contra os atuais 1,5%. 'Vai crescendo ao longo dos anos e deve chegar, em 2020, a um patamar de 15% de participação da fonte eólica, se nós mantivermos esse ritmo de contratação'. A previsão é vender em leilões cerca de 2 GW por ano. — O cenário da eólica é bastante favorável em termos de perspectivas futuras porque, além de inserir essa fonte na matriz, nós trouxemos a cadeia produtiva, de suprimentos, como um todo — frisou. Como se trata de uma fonte intensiva em capital e tecnologia, o número de fabricantes de equipamentos no país passou de dois, em 2008, para 11, no ano passado. Questões tecnológicas explicam a grande competitividade apresentada pela fonte eólica, disse Elbia. As torres para produção de energia a partir dos ventos, que tinham 50 metros de altura até 2009, hoje têm 100 metros. Ela destacou que essa mudança melhorou a captação do vento e a produtividade, tornando os custos de produção mais baratos.
Fonte: Zero Hora

GOVERNO DEVE PRORROGAR NESTA SEMANA A REDUÇÃO DO IPI PARA MAIS DOIS MESES

   O Ministério da Fazenda deve anunciar nesta semana a prorrogação por dois meses da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, afirmaram à Reuters fontes da equipe econômica. Essa posição já era defendida pelos técnicos do governo no fim de julho. A primeira possibilidade de prorrogação ocorreu quando surgiram informações sobre riscos de demissões na fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP).
   A decisão do governo de manter o IPI mais baixo para automóveis se deve a dois motivos, de acordo com fontes da equipe econômica. Primeiro, há risco de desemprego no setor automotivo em um momento em que a economia brasileira ainda não engrenou o suficiente para absorver essa mão de obra. E o segundo motivo é que, na avaliação do governo, um maior aquecimento da produção de automóveis no segundo semestre será um reforço adicional à retomada da economia.
   Nas contas da Fazenda, a produção de automóveis contribui com cerca de 20 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) industrial e gera efeitos importantes na produção de autopeças, máquinas e equipamentos. Uma das fontes consultadas e que pediu anonimato informou ainda que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai se reunir até quinta-feira com representantes do setor automotivo. Nessa conversa, o governo deverá pedir a comprovação dos efeitos do benefício dado, por meio de números sobre produção e emprego.
   A primeira redução do IPI para automóveis esteve vinculada, no fim de maio deste ano, à cilindrada e ao regime automotivo. Os mais beneficiados foram modelos 1.0, que tiveram o imposto reduzido de 7 por cento para zero. O governo já tem a informação de que os estoques nesse setor foram normalizados, mas, em outra vertente da questão, busca obter um compromisso por parte dos empresários de que não haverá dispensa de trabalhadores durante a vigência, reforçaram as fontes ouvidas nesta segunda-feira. O ministro da Fazenda também deverá se reunir nesta semana com os fabricantes de produtos da linha branca.
   Fontes do governo informaram no início deste mês que a redução do IPI para refrigeradores, lavadoras, tanquinhos e fogões poderia não ser estendida. O argumento dos técnicos na ocasião era de que as desonerações já feitas e o menor crescimento da arrecadação reduziram as margens para renovação de benefícios tributários.
Fonte: Reuters

31 de julho de 2012

PARA DILMA, MERCOSUL SE CONSOLIDA COMO POTÊNCIA ENERGÉTICA E ALIMENTAR

    A presidente Dilma Rousseff avaliou nesta terça-feira que a entrada da Venezuela no Mercado Comum do Sul (Mercosul), formalizada em cúpula extraordinária em Brasília, “consolida [o bloco] como uma potência energética e alimentar global.” “Estamos conscientes de que o Mercosul inicia uma nova etapa. De agora em diante, nos estendemos da Patagônia ao Caribe”, disse a presidente, após a reunião dos chefes de Estado participantes do bloco. “O ingresso da Venezuela amplia as potencialidades do bloco, dando-lhe ainda maior dimensão geopolítica e geoeconômica”, declarou Dilma.
    A presidente também avaliou ser “importante” o trabalho técnico a ser feito para garantir a incorporação do país ao bloco. Para Dilma, os países integrantes do Mercoul trabalharão para apresentar “resultados concretos” até dezembro, na próxima reunião de cúpula do bloco, ainda sob a presidência temporária do Brasil. “Temos consciência de que há um importante trabalho técnico a ser feito para garantir a plena incorporação da Venezuela ao bloco”, avaliou Dilma. A presidente também destacou que, com o ingresso da Venezuela, o Mercosul contará com 270 milhões de habitantes, o que representa 70% da população da América do Sul, e um PIB a preços correntes de US$ 3,3 trilhões, o equivalente a 83,2% do PIB sul-americano.
    A expectativa dos países integrantes do bloco, entretanto, é que a Venezuela cumpra os compromissos até o fim deste ano, segundo declarou a presidente Dilma Rousseff no encontro.
Fonte: Valor Econômico

ESPECIALISTAS PREVEEM MAIOR COOPERAÇÃO ENTRE OS PAÍSES DOS BRICS

    China, Índia, Rússia e África do Sul, que compõem os Brics juntamente com o Brasil, olham para o grupo como um clube estratégico para o equilíbrio da governança global no futuro. Especialistas dos quatro países, presentes nesta terça-feira na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), falaram sobre a perspectiva de maior cooperação e integração entre os membros do grupo em questões internacionais.
    Alinhada com a China em muitas questões no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a Rússia, por exemplo, tem tensões em outras áreas com a potência oriental. No entanto, a discussão dentro dos Brics sobre interesses geopolíticos entre seus integrantes abre uma perspectiva de multipolaridade na ordem mundial que interessa aos russos, de acordo com Fyodor Lukyannov, jornalista e professor russo. De acordo com ele, apesar das diferenças geográficas, históricas e de interesses geopolíticos com os membros do grupo, a Rússia deseja entrar em um novo arranjo de forças no cenário internacional. “Na semana antes de sua eleição, o presidente Putin escreveu um artigo em que falava bem do Brics. É estratégico para o país balancear o poder norte-americano e europeu, que não está dando respostas aos desafios globais. A visão do meu país é que o mundo vai funcionar através da multipolaridade no futuro”, disse.
    Maior economia do grupo, a China também está voltando mais a atenção a essa nova forma de atuar no cenário internacional, segundo o professor da Universidade de Renmin Jin Canrong. Primeiramente, questões econômicas como aumento do comércio e defesa de um novo sistema cambial no mundo levaram o país a se aproximar de Brasil, Rússia, Índia e, posteriormente, África do Sul. Agora, há mais espaço para alinhamentos políticos, como a defesa do aumento do número de países com influência nos organismos multilaterais. A diferença de interesses e diversidade entre os integrantes do grupo, no entanto, não deixou de ser notada por Canrong. “Não há nada em comum entre os países, a não ser a ambição.”
    Varun Sahni, professor da Universidade de Nova Déli, vê o grupo com grande potencial para uma força substancial no futuro. Mas ele acredita que o sucesso dependerá mais da solução das contradições internas do que de influencias externas. “O BRIC é uma estratégia futura, de um grupo afinado de Estados. Há uma clara divisão de interesses entre Brasil e África do Sul de um lado e de Rússia e China de outro, por exemplo. O ponto crítico é como o grupo vai resolver e dar vazão às demandas de cada país”, afirmou.
    A diferença de interesses se mostra no lado sul-africano, de acordo com a professora do Institutos de Relações Internacionais Sul-Africano Elizabeth Sidiropoulos. A entrada no grupo deu poder regional ao país, além de proporcionar mais facilidade de atração de investimento externo. “Ao mesmo tempo em que aumentou a presença dos países do Brics, caíram as relações comerciais com ingleses e norte-americanos. Isso é um dos pontos principais da estratégia sul-sul que a África do Sul procura.”
Fonte: Valor Econômico

SANCIONADA LEI QUE AMPLIA RECURSOS PARA FINANCIAR EXPORTAÇÕES

    Foi sancionada ontem (30 de julho), pela presidenta Dilma Rousseff, e publicada hoje, no Diário Oficial da União, a Lei n° 12.699, que concede crédito suplementar para o Programa de Financiamento às Exportações (Proex) no valor de R$ 1,355 bilhão. O recurso está dividido entre as duas modalidades do Proex, com verba de R$ 800 milhões para o Proex Financiamento e com R$ 555 milhões para o Proex Equalização. “A sanção pela presidenta Dilma da lei que amplia o crédito para o Proex reforça o conjunto de medidas que vem sendo adotadas pelo governo para estimular as exportações, e se associa ao Reintegra, que desonera as vendas de produtos brasileiros ao mercado externo”, considerou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. “A ampliação desses recursos foi um compromisso assumido no Plano Brasil Maior e esse apoio é importante para incrementar a competitividade do setor exportador brasileiro neste momento de crise econômica internacional”, avaliou a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres.
    O Proex Financiamento concede empréstimos diretos aos exportadores brasileiros, que recebem o valor da operação comercial à vista e oferece ao importador prazo para o pagamento da transação. Esse mecanismo de financiamento atende, principalmente, às exportações de micro e pequenas empresas. O crédito do programa está disponível para empresas exportadoras de bens e serviços, com faturamento bruto anual de até R$ 600 milhões. Quando a operação de exportação brasileira é financiada por instituições financeiras estabelecidas no país ou no exterior, o Proex Equalização arca com parte dos encargos financeiros incidentes, de forma a tornar as taxas de juros equivalentes às praticadas internacionalmente.
Fonte: MDIC

4 de junho de 2012

BRASIL INCENTIVARÁ PESQUISA E FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS HÍBRIDOS

   O governo brasileiro vai incentivar a fabricação e a pesquisa tecnológica do carro híbrido (movido a etanol e a energia elétrica) no Brasil. “Não basta apenas produzir. Queremos um centro de pesquisa no Brasil”, disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, durante reunião com o CEO da montadora Hyundai, Chung Mong-Koo, nessa quinta-feira, em Seul, na Coréia do Sul.  Para permitir a transferência de tecnologia, Pimentel defendeu que essa pesquisa seja feita em associação com empresas brasileiras de pequeno e médio porte. Ao ministro, Chung Mong-Koo reafirmou o compromisso de "produção e desenvolvimento tecnológico no Brasil".
   O estimulo à pesquisa vai ao encontro do previsto no novo regime automotivo, que vai vigorar entre 2013 e 2017. As empresas que investirem em pesquisa e desenvolvimento do carro híbrido no Brasil terão direito à redução de um ponto percentual no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Além disso, o governo estuda medidas de estímulo ao uso de carros movidos a etanol e energia elétrica.
   Nas últimas semanas, o ministro Pimentel conversou com montadoras asiáticas sobre a tecnologia e as vantagens do carro híbrido. Ainda no Brasil, esteve com CEOs da Toyota e da Nissan. Na viagem à Ásia, tratou do tema com a Mitsubishi e a Nissan. As quatro empresas detêm a tecnologia, mas mantêm os estudos de aperfeiçoamento de baterias para aumentar seu tempo de uso e a autonomia dos veículos.
Fonte: MDIC

3 de maio de 2012

GOVERNO ACEITA DISCUTIR ISENÇÃO DE PARTE DE IR SOBRE PLR



   Nas festas de comemoração deste 1º de Maio em São Paulo, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, anunciou que o governo aceitou discutir com as centrais sindicais a concessão de isenção de parte do Imposto de Renda sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). "Falta a gente chegar, essa semana ainda, a um número para o acordo entre o governo e as centrais sindicais", disse o ministro. A presidente Dilma Rousseff deve se reunir com as centrais nesta quinta-feira, 3, para tentar chegar a um acordo sobre a proposta, mas Carvalho adiantou que não haverá isenção completa de imposto sobre a PLR. "Não chegaremos ao que as centrais querem, mas chegaremos a um número médio", avisou o ministro.
   De acordo com Carvalho, a presidente Dilma Rousseff está convencida de que a medida pode ajudar a aquecer a economia interna. "Sabemos que este dinheiro, no bolso do trabalhador, é uma injeção na veia do mercado", afirmou. O ministro repetiu o discurso no evento organizado pela Força Sindical, na manhã desta terça-feira na praça Campos de Bagatelle, e na comemoração promovida pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), no Vale do Anhangabaú. Gilberto Carvalho destacou que o Brasil vive uma situação diferente do resto do mundo. "Aqui nós celebramos o pleno emprego", disse.
   Ao apresentar o futuro ministro do Trabalho, deputado federal Brizola Neto, na festa da CUT, Carvalho reiterou a disposição do governo com a isenção do imposto de renda sobre a participação nos lucros. "É dessa forma, negociando, que construímos um País democrático", disse.
   O encontro da presidente com as centrais sindicais vai acontecer no mesmo dia da posse de Brizola Neto no Ministério do Trabalho.
Fonte: O Estado de São Paulo

DÍVIDAS DE EUA E JAPÃO PREOCUPAM MAIS QUE A ZONA DO EURO SEGUNDO O FMI










   Os níveis das dívidas norte-americana e japonesa são tão ruins ou piores do que na zona do euro, advertiu o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, em entrevista a um jornal francês nesta quinta-feira, dizendo ainda que os países devem ter como objetivo, com o tempo, proporções da dívida em relação ao PIB de 40 por cento ou menos.
   "A crise revelou que vamos de 60 a 100 por cento (do PIB) rapidamente. Isso é verdade para a zona do euro, mas não exclusivamente", declarou Blanchard ao Les Echos. "A situação dos Estados Unidos e do Japão está, em relação a essa questão, tão ruim ou até pior", completou.
   O economista-chefe do FMI afirmou também que, apesar de acreditar que os países deveriam buscar uma proporção da dívida de até 40 por cento do PIB no longo prazo, eles deveriam agora se focar em 60 por cento.
   Idealmente, países deveriam ter como meta cortes no longo prazo que levem em consideração a demanda no curto prazo com medidas como aumento gradual na idade de aposentadoria, acrescentou Blanchard.
Fonte: Reuters do Brasil

BANCOS PROJETAM PIB DE 3,2% EM 2012 E DE 4,2% EM 2013

Foto: jornale.com.br
   O Produto Interno Bruto (PIB) deverá encerrar 2012 com crescimento de 3,2%, segundo a mediana das expectativas de 31 bancos que participaram da Pesquisa Febraban de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado, realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) entre os dias 26 e 30 de abril. O levantamento também aponta para uma expansão do PIB em 2013 da ordem de 4,2%.  Já o governo trabalha com a expectativa mais otimista, de um crescimento de 4,5% em 2012, enquanto a sondagem do mercado revelada na pesquisa Focus, estima um crescimento de 3,2% do PIB este ano. A previsão oficial do Banco Central considera uma atividade econômica ao ritmo de 3,5%.
   Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o levantamento da Febraban mostra que a mediana das expectativas para este ano é de que a inflação feche em 5,1%. Para 2013, espera-se 5,5%. A taxa básica de juros, a Selic, segundo os bancos que participaram da pesquisa de janeiro, deverá terminar 2012 em 8,50% ao ano e 2013 em 10%.
   Para o dólar, a mediana das expectativas dos bancos é de que a moeda norte-americana fechará este e o próximo ano cotada a R$ 1,80.

Crédito

   As operações de crédito da carteira total do Sistema Financeiro Nacional (SFN) deverão crescer 16,2% em 2012 e 16% em 2013, segundo a pesquisa da Febraban. Para as operações de crédito com recursos direcionados, a pesquisa atual aponta para um crescimento de 17,5% para este ano e para alta de 16,9% para 2013. As operações de crédito com recursos livres devem fechar este ano e o próximo com expansão de 15%.
   As operações de crédito para pessoas físicas com recursos livres, segundo as previsões dos bancos, devem encerrar 2012 com expansão de 15% e 2013 com alta de 14,9%. As operações de crédito para pessoas físicas, incluindo consignado, deverão crescer 16,1% em 2012 e 14,9% em 2013. Para as operações de crédito pessoa física para aquisição de veículos, incluindo leasing, as previsões são de uma expansão de 14,9% em 2012 e em 2013.
   Para as pessoas jurídicas, o crédito com recursos livres deverá aumentar 15% neste ano. Para 2013, a previsão é de crescimento de 15,1%. No que diz respeito à taxa de inadimplência - atrasos acima de 90 dias-, a previsão dos bancos para este ano é de 5,3% e para o ano que vem de 5%.
Fonte: O Estado de São Paulo

BRASIL E ISRAEL FINANCIARÃO PROJETOS CONJUNTOS NA ÁREA DE INOVAÇÃO










    Brasil e Israel acertaram nesta quinta-feira (03/05) o lançamento, em julho deste ano, de um edital de cooperação para o financiamento de projetos a partir de US$ 500 mil na área de inovação. O objetivo é desenvolver de forma conjunta novas tecnologias com foco em TICs (tecnologias da informação e comunicação), ciências da vida (biotecnologia e fármacos) e aviônica. O anúncio foi feito pelo secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Exterior, Nelson Fujimoto, durante a OCS National R&D Conference 2012, a maior feira de inovação de Israel e uma das maiores do mundo. “É uma fórmula vencedora, que une as competências de dois países para lançar no mercado internacional uma tecnologia nova. Trata-se de uma inovação em políticas públicas para o Brasil”, disse o secretário.
   Principal palestrante do evento organizado pelo Gabinete do Cientista Chefe do Ministério da Indústria, Comércio e Trabalho de Israel, Fujimoto fechou o acordo em reunião realizada ontem com o cientista-chefe do Matimop (agência de desenvolvimento de inovação de Israel), Avi Hasson, e com o diretor-geral do ministério da Indústria, Comércio e Trabalho, cargo equivalente ao de secretário-executivo no Brasil, Sharon Kedmi. Após o período de inscrição e seleção dos projetos, serão definidos os parceiros. Pelo lado brasileiro, quem financiará as pesquisas será o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os instrumentos de financiamento serão diferenciados para pequenas e médias e para grandes empresas. Pelo acordo, o tratamento dos projetos será similar nos dois países.
   Israel mantém acordos semelhantes com Estados Unidos, China e países da União Européia. Essas parcerias já resultaram na formulação de 250 projetos inovadores. Com a China, a intenção israelense é desenvolver 25 projetos por ano. “Não é relação predatória. É uma relação ganha-ganha para os países e as empresas”, explicou o secretário Nelson Fujimoto.

Ciência Sem Fronteiras

   Como parte da visita oficial ao país, o secretário de Inovação do MDIC visitou universidades israelenses para conhecer de perto o modelo de investimento em inovação que já rendeu a pesquisadores do país sete prêmios Nobel nos últimos dez anos. Segundo ele, as instituições israelenses têm uma relação diferente com a inovação. “Formam mão-de-obra, mas seu principal objetivo é pesquisa e desenvolvimento em tecnologia e inovação. Trabalham em sistema de transferência de conhecimento para o setor privado”, apontou.
   O roteiro da missão incluiu a Universidade Hebraica de Jerusalém, a Universidade de Tel Aviv e o Instituto Israelense de Tecnologia, em Haifa. Sondadas pelo secretário, as três instituições demonstraram disposição em firmar convênios com a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) para participar do Programa Ciência Sem Fronteiras, que prevê a concessão de bolsas para 100 mil pesquisadores brasileiros estudarem em outros países. O secretário fará a ponte entre as instituições e a Capes.
Fonte: MDIC

24 de abril de 2012

SOJA: CHINA ELEVA IMPORTAÇÕES DO GRÃO BRASILEIRO EM MARÇO

   A alfândega da China informou que as importações chinesas da soja brasileira tiveram grande crescimento no mês de março, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os embarques brasileiros de soja para a China se multiplicaram por 13 no mês citado, chegando a 901,4 mil toneladas. No acumulado do ano, o Brasil exportou 2,5 milhões de toneladas, também uma elevação expressiva ante o mesmo período do ano passado.
   Outro país que apresentou crescimento significativo de exportações foi a Argentina, com 125 mil toneladas. No ano anterior, esse país não havia exportado nenhum volume para a China.
   Já os Estados Unidos, enviaram 3,7 milhões de toneladas, o que se traduz numa alta de 9,5% na comparação anual. Durante os três primeiros meses de 2012, a soma foi de 10 milhões de toneladas, uma queda de 3,8% tendo em vista o mesmo mês do ano passado.
   A quantidade de soja exportada pelos EUA, muito superior à da Brasil, acontece porque os brasileiros ainda não colheram toda sua safra. Nos meses seguintes, porém, o Brasil costuma elevar seus embarques.
Fonte: Notícias Agrícolas

16 de abril de 2012

ATIVIDADE ECONÔMICA TEM PIOR DESEMPENHO DESDE OUTUBRO DE 2011

   O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC- Br) registrou contração de 0,23% em fevereiro na comparação com janeiro na série com ajuste sazonal, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central. Com a oscilação, o indicador passou de 140,53 pontos em janeiro para 140,20 pontos em fevereiro. Esse foi o pior desempenho mensal desde outubro de 2011, quando o índice havia caído 0,58% na comparação com setembro com ajuste.
   O desempenho em fevereiro de 2012 na comparação com janeiro veio melhor que as estimativas coletadas pelo AE Projeções, que apontavam mediana em queda de 0,30% na comparação mensal. Entre as casas ouvidas, as previsões oscilavam de contração de 0,70% a uma alta de 1,70%.
   Na comparação anual, entre os meses de fevereiro de 2012 e 2011, o indicador registrou expansão de 0,86% na série sem ajuste sazonal. Neste caso, o desempenho também foi melhor que o estimado por 17 instituições financeiras ouvidas, cuja mediana das expectativas sinalizava expansão de 0,50%, com previsões que oscilavam de crescimento de 0,20% a 1,30%.
   No acumulado do primeiro bimestre de 2012 ante os últimos dois meses de 2011, o IBC-Br registrou ligeira contração de 0,08% na série com ajuste sazonal.
   Considerado uma prévia do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), o índice calculado pelo BC é uma estimativa do desempenho mensal da economia brasileira, já que o PIB só é divulgado trimestralmente. O índice ajuda a instituição a tomar medidas de política monetária.
Fonte: O Estado de São Paulo

BRASIL NEGA MAIS RECURSOS SEM AVANÇO EM REFORMA DO FMI

   O Brasil não injetará mais recursos no Fundo Monetário Internacional (FMI) enquanto não houver sinais de avanço nas reformas da instituição, que poderiam aumentar a participação de países emergentes no processo de decisões, disse nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.  O G20 -grupo das 20 principais economias do mundo- reúne-se nesta semana na véspera da reunião semestral do FMI e do Banco Mundial para discutir a possibilidade de um aporte extra de 400 bilhões a 500 bilhões de dólares. Mantega, porém, antecipou a discussão e jogou um balde de água fria nas intenções do restante do grupo. "Não vamos colocar mais recursos (no FMI) para beneficiar os países avançados caso não haja comprometimento para levar adiante as reformas já decididas", afirmou o ministro em entrevista coletiva. "(O FMI) dá sinais de que não vai cumprir a agenda que nós aprovamos", acrescentou.
   A crítica de Mantega ao andamento das reformas no Fundo foi feita quando ele anunciou o apoio do governo brasileiro à ministra das Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala, na disputa pelo comando do Banco Mundial (Bird, na sigla em inglês). Uma hora depois, no entanto, o conselho da instituição global de fomento anunciou a escolha do coreano-americano Jim Yong Kim, indicado ao posto pelos Estados Unidos. Mantega afirmou que o principal obstáculo às reformas do FMI é a oposição de países europeus que estão mergulhados em turbulência econômica. "Sinto reticência dos países europeus. Eles querem o dinheiro mas não querem levar avante as reformas", disse. O ministro sustentou que, como os europeus estão no epicentro da crise financeira, eles mesmos deveriam se antecipar e anunciar um aumento do aporte de recursos no Fundo Monetário Internacional. No ano passado, discutiu-se a possibilidade de um aporte extra de 600 bilhões de dólares no FMI para ajudar a combater a crise nos países ricos que sofrem com a desconfiança acerca da sustentabilidade de suas dívidas soberanas.
   O montante discutido hoje está em cerca de 400 bilhões de dólares, podendo chegar a 500 bilhões de dólares, conforme mostrou a Reuters na última sexta-feira. O aporte de recursos no FMI deve ser um dos temas a ser discutido na reunião semestral da instituição e do Banco Mundial no final desta semana. O governo brasileiro já fez um aporte de 14 bilhões de dólares para aumentar a participação societária na instituição. O problema é que até agora esses recursos não foram revertidos em aumento de cota.

Banco Mundial

   Pouco antes de o Banco Mundial escolher o candidato dos EUA à presidência, Mantega explicou que o governo decidiu apoiar a candidata nigeriana por falta de comprometimento do coreano-americano em ampliar espaços dos emergentes na instituição. "Queremos participação efetiva e influenciar nas decisões. Como vai atuar, para quem vai emprestar dinheiro, como vai combater a pobreza."  Apesar de o cargo ter ficado com um candidato indicado pelos Estados Unidos -mantendo a tradição de a instituição ser comandada por um cidadão norte-americano desde sua criação, depois da Segunda Guerra Mundial-, essa foi a primeira eleição que não teve unanimidade. "Os candidatos receberam apoio de diversos países-membros, o que reflete o alto calibre dos candidatos", minimizou o Banco ao anunciar a decisão do conselho. Kim assumirá o posto em 1o de janeiro para um mandato de 5 anos.
Fonte: Reuters Brasil

AUMENTA PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NAS EXPORTAÇÕES MUNDIAIS

   A participação brasileira nas exportações mundiais aumentou e passou de 1,36%, em 2010, para 1,44%, em 2011, segundo foi divulgado em relatório da Organização Mundial do Comércio (OMC) quinta-feira (12/4). O Brasil segue ocupando a vigésima segunda posição no ranking dos países exportadores com tendência de elevação de sua representatividade no comércio internacional, observada desde 2003. Na importação, o Brasil caiu uma posição em 2011, ocupando agora a vigésima primeira, mas aumentou sua participação, de 1,25% para 1,29%.
   O crescimento no comércio mundial de bens no ano passado foi de 5% (volume) e a previsão da OMC é de que haja um crescimento de 3,7% em 2012, o que seria um número abaixo da média de 5,4% dos últimos vinte anos. O relatório da OMC menciona os riscos do atual cenário mundial em que fragilidade e incertezas permanecem. O estudo cita a recessão profunda na Zona do Euro que agrava a crise financeira e o aumento do preço das commodities, elementos que abalam o comércio exterior com reflexos neste ano.
   Do outro lado, o relatório também analisa possíveis cenários positivos com o arrefecimento da crise europeia, a recuperação nos Estados Unidos que iria impulsionar a demanda mundial de importações, além de uma recuperação moderada no Japão.
Fonte: MDIC

10 de abril de 2012

IBGE APONTA QUEDA DE MAIS DE 40% NA PRODUÇÃO DE SOJA E MILHO NO ESTADO

   O levantamento da produção de grãos no país, divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou uma queda expressiva na produção de soja no Estado, devido aos efeitos da estiagem. A redução é de mais de 40% em relação à safra anterior. A produção de soja para este ano está estimada em 6.547 milhões de toneladas, contra 11,621 milhões da safra anterior. Em relação a fevereiro, quando a produção foi estimada em 7,664 milhões de toneladas, a queda foi de 14,57%.
   No caso do milho, a redução constatada pelo IBGE também superou os 40% e chegou a 42,25%. A safra deste ano deve atingir 3,335 milhões de toneladas, contra 5,776 milhões de toneladas do período anterior.
   Em relação à cultura do arroz, a queda de 2011 para 2012 é de 16,39%. No ano passado, a produção estava estimada em 8.942 milhões de toneladas, contra 7.476 milhões de toneladas. 
Fonte: Zero Hora

POLÍTICA CAMBIAL NÃO DEIXARÁ OCORRER VALORIZAÇÃO DO REAL, DIZ MANTEGA

   O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou hoje que o governo não vai permitir a apreciação do real ante o dólar. "A política cambial não deixará ocorrer valorização (do real)", afirmou. "Se necessário, tomaremos medidas contra a valorização do câmbio", acrescentou. Mantega ressaltou que o câmbio talvez seja o "principal fator de competitividade" da indústria. "Mas tira 20, 30, 40 pontos porcentuais do câmbio que eu quero ver se a indústria asiática é competitiva", disse.

Mão de obra
   O ministro afirmou que, no atual contexto de crise global, é muito importante que ocorra a desoneração da folha de pagamentos para as indústrias brasileiras. Mantega ressaltou que, com a segunda fase do Plano Brasil Maior, o governo faz um esforço para dar mais condições ao setor manufatureiro produzir inclusive porque sofre grande concorrência internacional. O programa prevê incnetivos para as indústrias no montante total de R$ 60,4 bilhões. "É imperativo que possamos reduzir o custo da mão de obra, sem prejudicar os trabalhadores, porque os trabalhadores são o nosso mercado de consumo", afirmou.
   De acordo com Mantega, o apoio fiscal que o governo vem dando para o setor manufatureiro é importante neste momento, quando a economia está em processo de aceleração. Segundo ele, mais adiante, no segundo semestre, tal apoio talvez não precisará ser tão intenso pois o PIB deverá estar apresentando uma velocidade de expansão bem maior.
Fonte: Agência Estado

DÓLAR TENDE A MANTER DECLÍNIO

   O dólar abriu em alta de 0,05%, a R$ 1,8210, mas a tendência continua de queda. Ontem, o dólar no balcão fechou em R$ 1,820, no nível do piso informal. "Não tenho dúvida de que o mercado está chamando o Banco Central para a briga. A tendência da moeda norte-americana continua sendo de baixa no mercado doméstico. Só medidas realmente estruturais poderiam inverter esta tendência. O restante é paliativo", afirmou um operador, aguardando novas compras do BC, ante a última no mercado à vista realizada no dia 3.
   Hoje os investidores europeus retornaram do feriado ainda reagindo aos dados frustrantes do mercado de trabalho dos Estados Unidos em março, aos dados de inflação na China e, também, aos de comércio chineses (este último divulgado na madrugada). O tom de cautela prevalece com a Espanha também como fator de preocupação. O país reafirmou o comprometimento com as medidas de austeridade, mas os agentes de mercado demonstram ceticismo sobre a execução dos cortes. Na Ásia, a maioria das bolsas fechou em baixa, diante da decisão do Banco do Japão (BoJ) de manter inalteradas tanto taxa de juro quanto medidas de relaxamento.
   A China divulgou alargamento do superávit comercial maior do que o esperado em março, alimentando temores sobre o ritmo da desaceleração no país. No mês passado, a China apresentou superávit de US$ 5,35 bilhões ante déficit de US$ 31,48 bilhões em fevereiro, sendo o enfraquecimento das importações a principal razão para a mudança na trajetória. Tanto exportações quanto importações caíram para um dígito no período. A Bolsa de Milão chegou a cair mais de 2% com temor de contágio pelos problemas financeiros da Espanha. A taxa de retorno aos investidores (yield) dos bônus de 10 anos do país atingiu nova máxima ao bater 5,83%, nível mais elevado desde dezembro. Também no início da manhã, o spread dos swaps de default de crédito (CDS) de cinco anos do país subiram para 478 pontos-base, se aproximando do recorde de 487 pontos-base atingido em 23 de novembro do ano passado. Ontem, o governo da Espanha anunciou planos de corte de mais de 10 bilhões de euros nas áreas de saúde e educação, mas o mercado mostra ceticismo sobre a execução. 
Fonte: O Estado de São Paulo

JAC MOTORS E CHERY QUEREM TRAZER FORNECEDORAS CHINESAS AO BRASIL

   Com o intuito de cumprir as exigências instituídas no novo regime automotivo, publicada na última semana, a chinesa JAC Motors planeja trazer para o Brasil fornecedoras de autopeças chinesas, que já atendem a montadora. "Queremos trazer alguns fornecedores da JAC que querem trabalhar no País", disse o presidente da JAC Motors do Brasil, Sérgio Habib. A também chinesa Chery deverá trazer ao menos sete fabricantes de autopeças chinesas ao Brasil para constituírem a sua rede local de fornecimento. Segundo o CEO das operações da montadora no Brasil, Luis Curi, a intenção da Chery é alcançar o índice de 65% de nacionalização já no primeiro ano de operações, previsto para 2013. O executivo afirmou que a companhia conseguirá seguir o novo regime automotivo e assim, obter o benefício para a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). "Nós não conseguiríamos chegar em 65% no primeiro ano, mas agora nos foi dado um prazo de três anos", disse Habib. A fábrica da companhia chinesa será instalada no polo industrial de Camaçari, na Bahia, e as operações estão planejadas para terem início em 2014. A unidade da JAC Motors receberá investimento de R$ 900 milhões e a capacidade produtiva deverá chegar em aproximadamente 100 mil veículos por ano.
   Além da ideia de buscar os fornecedores na China, o executivo disse que está atento às oportunidades da cadeia de fornecimento em Camaçari. Como a Ford já está situada no local, Habib disse que as operações na JAC poderão se beneficiar dessa cadeia já consolidada em Camaçari. "Para as autopeças é melhor ter dois clientes do que um", disse. No dia 14 de maio, disse o executivo, a companhia realizará um encontro com as empresas de autopeças em Camaçari.

Bancos

   Sergio Habib que os bancos brasileiros não estão "propensos" a financiar a compra de automóveis no Brasil e o fato deverá impedir o crescimento da indústria automobilística brasileira em 2012. O executivo afirmou que a inadimplência do setor vem crescendo, o que deixou os bancos ainda mais avessos ao financiamento, principalmente os de longo prazo. "Não há mais financiamento de 60 meses", destacou. Segundo Habib, a queda nos valores das prestações é o que, de fato, proporciona um aumento do mercado. "A queda das prestações é muito mais sensível ao número de parcelas do que a queda dos juros", afirmou. Por conta disso, disse o executivo, a sua percepção é de que o setor não registre crescimento neste ano em relação ao ano passado. "A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) ainda não mudou as projeções, está muito otimista", disse. A entidade, que representa as montadoras instaladas no Brasil, projeta um crescimento das vendas entre 4% e 5%.
   No primeiro trimestre do ano, os licenciamentos de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) somaram 818.364 unidades, uma queda de 0,8% na comparação com os veículos comercializados em igual período de 2011.
 
Fonte: O Estado de São Paulo

9 de março de 2012

GRÉCIA DESBANCA ARGENTINA E ASSUME POSTO DE MAIOR CALOTE DO MUNDO

   Após meses de negociação e expectativa, a Grécia desbancou a Argentina e assumiu o posto de maior calote soberano do mundo. Guardadas as diferenças entre as duas situações, a dívida grega reestruturada soma 206 bilhões de euros, bem mais do que os 60 bilhões de euros (US$ 82 bilhões) do default argentino, em 2005. Além do volume maior na dívida total em reestruturação, a perda líquida dos investidores da dívida grega também supera a do caso argentino, segundo projeções de analistas ouvidos pela Agência Estado. Se há uma grande diferença é que, ao contrário da Argentina, a Grécia passou por um longo processo de tratativas com os credores privados. A Argentina partiu para um calote forçado da dívida logo no primeiro momento, em 2001, e só chamou os investidores para a renegociação anos depois, em 2005.
   Inicialmente, ninguém acreditava que um membro da zona do euro pudesse protagonizar reestruturação tão profunda, no primeiro caso de default da união monetária. Entretanto, as comparações entre os dois países hoje são plenamente aceitas no velho continente. Há tempos que os analistas argentinos, experientes no assunto, alertavam para as semelhanças dos dois casos, como a falta de confiança externa, a debilidade da liderança política, o mal estar social, os ajustes sucessivos sem resultado e a saída de depósitos. Distúrbios, protestos, rebaixamento de ratings e risco nas alturas formam hoje o cenário grego, já bem conhecido pelos argentinos que foram às ruas em dezembro de 2001 para pedir que "se vayan todos" do governo (que saiam todos).
   A oferta de troca da Grécia aplica um desconto nominal de 53,5% sobre o endividamento privado, que totaliza 206 bilhões de euros. Trazida a valor presente, a operação deve representar um desconto líquido aos investidores de até 75%. Para calcular a perda líquida dos investidores, bancos como o Barclays Capital e o Credit Suisse usaram uma taxa de desconto de 12%, maior do que a considerada pelo IIF (de 9%). O resultado é um desconto final de 74% no caso da Grécia, acima dos 73% impostos pela operação da Argentina. "As perdas para os investidores no caso da Grécia, assumindo que nossa taxa de desconto estará próxima do nível pós-reestruturação, podem ser ainda mais penosas (do que as da Argentina)", escrevem os analistas Cagdas Aksu e Donato Guarino, do Barclays Capital, em relatório enviado a clientes. Eles lembram que, até então, o calote argentino era considerado o mais grave já existente, com um dos índices de participação mais baixos do mundo emergente, de 76%.
   Hoje, o governo da Grécia informou que a participação dos credores pela lei grega foi de 83,5% da dívida privada total do país. Dos 206 bilhões de euros em títulos, o equivalente a 172 bilhões de euros aceitou a proposta grega. Esse índice permite que o governo ative as cláusulas de ação coletiva (CACs), como já sinalizou. O próximo passo é a troca efetiva dos bônus, prevista para a próxima segunda-feira, 12 de março.

Comparação
   Os dois países ofereceram na operação de troca alguns títulos atrelados ao desempenho da economia. Isso significa que parte da remuneração dos investidores varia conforme o desempenho do PIB. De forma geral, se a atividade interna melhorar, os credores recebem mais, e vice-versa. O Barclays Capital avalia, entretanto, que as condições desses títulos são piores no caso grego. As obrigações argentinas também eram indexadas à inflação e podiam pagar os rendimentos atrelados ao PIB a cada ano. Se num determinado período não fosse cumprida a meta do PIB, o pagamento ficava acumulado para o período seguinte. No caso grego, ao contrário, os pagamentos serão referentes a apenas 1% do valor de face dos títulos, desde que sejam atingidas as condições exigidas para o comportamento do PIB. Se em algum ano a meta não for atingida, o pagamento do rendimento fica perdido e não acumula para o período seguinte. "A conclusão é que o valor dos títulos gregos ligados ao PIB deve ser muito menor do que o dos argentinos", dizem os especialistas do Barclays Capital.
    Em compensação, a Argentina estava sozinha ao anunciar unilateralmente seu default, enquanto a Grécia conta com o apoio da União Europeia, que formula um segundo pacote de resgate, de 130 bilhões de euros. "O default da Grécia é maior do que o da Argentina, mas a Grécia tem ajuda", disse Wilber Colmeraruer, sócio da consultoria Brazil Funding, em Londres.
Fonte: O Estado de São Paulo

BNDES PREVÊ TAXA DE INVESTIMENTO ACIMA DE 20% EM 2012

    Uma participação maior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no crédito está em discussão no governo, em meio a esforços para elevar a taxa de investimento do país ante 2011, disse o presidente do banco de fomento. "Há uma orientação da presidenta Dilma para elevar a taxa de investimento", disse a jornalistas nesta sexta-feira o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, após assinatura de um acordo de cooperação técnica entre o órgão e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). "Uma participação mais ativa do BNDES está em discussão no governo para este ano", acrescentou, afirmando que o objetivo é elevar a expansão dos recursos empregados na formação bruta de capital fixo para cima de 20 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano.
   Em 2011, mesmo com uma expansão de 4,7 por cento, a taxa de investimento da economia doméstica recuou de 19,5 para 19,3 por cento. Para Coutinho, um nível maior desse quesito é fundamental para que o Brasil cresça mais e o BNDES está disposto a participar de um esforço maior, se necessário. "Vamos fazer o possível para fazer o PIB crescer 4 por cento este ano", disse Coutinho. A meta do Ministério da Fazenda é de expansão de 4,5 por cento, mas a previsão média do mercado no boletim Focus está em 3,3 por cento para o ano.
   Também nesta sexta-feira, o vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, disse considerar a relação entre investimento e PIB insuficiente. "Estamos gerando emprego, mas não estamos induzindo a produtividade de forma equivalente", disse durante aula inaugural no Instituto de Economia da UFRJ. Segundo Ferraz, um crescimento sustentável exige uma taxa de investimento de 24 a 25 por cento do PIB, sem estimar quando o Brasil poderia atingir tal patamar. "Taxas de juros mais baixas sempre são úteis para o desenvolvimento, desde que sejam sustentáveis no longo prazo", afirmou ele. "A trajetória que estamos vendo está indo nessa direção, e o desafio do país é manter (as taxas) nessa trajetória declinante".
   Os desembolsos do BNDES totalizaram 139,7 bilhões de reais em 2011, uma queda anual de 17 por cento. Segundo Coutinho, se houver aceleração do investimento, os desembolsos do BNDES podem crescer este ano.

Mudanças nas Debêntures de Infraestrutura
   Coutinho disse também que o governo está fazendo mudanças no projeto de debêntures de longo prazo, uma das principais apostas para elevar o financiamento privado para infraestrutura. "Há uma predisposição altamente favorável do governo às sugestões do setor privado", disse Coutinho. "Pode haver alguns ajustes em temas como custódia e estímulo à liquidez", agregou. Na véspera, a Reuters publicou que representantes do mercado de capitais pediram ao governo uma série de modificações no projeto das debêntures de infraestrutura. Entre esses representantes estavam o BNDES, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), escritórios de advocacia e entidades empresariais, como a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).
 
Fonte: Thomson Reuters