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27 de abril de 2011

GOVERNO QUER ICMS DE 2% EM 2014 PARA IMPORTADOS

   O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, encaminhou ontem à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado proposta do governo de reforma tributária para a unificação de alíquotas interestaduais sobre importações do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A proposta é de que haja uma transição gradual de uma alíquota final de 12% para 2%, de 2012 a 2014, e que a cobrança passe da origem para o destino.
   O modelo de reforma tributária fatiada defendido pelo governo compreende, além da unificação das alíquotas do ICMS, a desoneração da folha de pagamento, com a eliminação dos encargos fiscais, além de prazos menores para a devolução dos créditos do PIS, da Cofins e do IPI e da ampliação da faixa do Super Simples a empresas com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões. Em audiência pública na CAE, Barbosa discutiu o projeto de resolução 72/10, do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que reduz a zero a alíquota do ICMS cobrada pelos estados na importação de produtos. "É uma medida drástica, mas que acabaria com a guerra fiscal", justificou o secretário, ponderando que "temos urgentemente um problema dos incentivos sobre as importações", agravado pelo contexto atual de "forte apreciação cambial". Barbosa disse que, atualmente, alguns estados concedem incentivos de redução de ICMS, ou crédito presumido, para atrair as importações para seus portos. "Isso gera um efeito nocivo ao Brasil como um todo e diminui a competitividade da indústria brasileira. É imprescindível que a gente comece a eliminar esses incentivos fiscais às importações", afirmou o secretário.
   A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apoiou a proposta de mudança no ICMS de produtos importados. O gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, afirmou que os incentivos fiscais dados por estados para estes produtos têm prejudicado a indústria. "Em vez de direcionar demandas para produtores domésticos, nós direcionamos para fornecedores estrangeiros. Há demandas muito fortes na busca de uma solução e eliminação deste foco de distorção", disse o representante da CNI. Ele destacou que a entidade já entrou com ações no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os incentivos estaduais. Castelo Branco observou, porém, que uma solução no Senado poderia resolver o problema de forma mais rápida.
Fonte: Jornal do Comércio

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