Sistema deve começar a funcionar
apenas a partir do ano que vem
O eSocial, novo sistema que deve funcionar como uma folha de pagamento
digital, unificando em uma plataforma on-line todas as informações fiscais,
previdenciárias e trabalhistas que as empresas são obrigadas a enviar ao
governo, deve ser implementando oficialmente em aproximadamente um ano e meio.
A alteração do calendário foi confirmada na tarde desta quinta-feira pelo
ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias.
Essa é a quinta vez que o cronograma de implementação do sistema é
adiado. A previsão é de que o eSocial comece a funcionar em junho do ano que
vem, primeiro só para as grandes empresas, com receita anual superior a R$ 78
milhões.
Segundo Dias, será criado um grupo de trabalho para montar uma nova
pauta de implantação do eSocial e as cartilhas para informar as empresas e os
trabalhadores, o que deve durar de três a quatro meses. Depois disso, de acordo
com Dias, o sistema terá um prazo estimado de mais 1 ano e 3 meses para efetuar
a implantação. “Vamos criar uma nova estrutura, um novo fazer desse objetivo”, disse o
ministro.
“O eSocial é a maneira mais fácil e mais simples de prestação de informações dos empregadores ao governo e a todos beneficia. Simplifica a ação dos empregadores e vamos ter em mãos as informações necessárias para a implementação de políticas públicas melhores e mais justas com as informações corretas”, observou Dias.
O ministro confirmou também que as micro e pequenas empresas ficarão
fora do programa. Elas devem entrar no eSocial em uma segunda etapa, que o
ministro não precisou quando deverá ocorrer. No futuro, o eSocial será
obrigatório para todas as empresas do País, incluindo os Microempreendedores
Individuais.
O adiamento foi formalizado em reunião do governo com as empresas que
participam da implementação do projeto e a Fenacon, que representa as empresas
de contabilidade. “É um projeto de primeiro mundo, mas que vai ser implementado
em um País de terceiro mundo. Então nós pedimos mais tempo, e o governo
atendeu”, diz Valdir Pietrobon, diretor da Fenacon. O eSocial envolve mudanças
organizacionais e na maneira como as informações circulam dentro das empresas.
O governo ainda não oficializou o novo calendário, mas a ideia é de que
o eSocial seja adotado de maneira gradual. Até junho deste ano, deve ser
lançado um manual que vai orientar a inclusão dos dados. Após isso, um ambiente
de testes será disponibilizado em um prazo de até seis meses. Lá, as grandes
empresas deverão começar a inserir os dados. Só após seis meses de testes é que
o eSocial valerá de vez. Na prática, a obrigatoriedade virá só a partir de
junho de 2015.
A implementação do eSocial foi marcada por muitas idas e vindas. Em 17
julho de 2013, o Ato Declaratório Executivo nº 5 aprovou o leiaute do eSocial,
ou seja, as regras para funcionamento do sistema, e instituiu a data de janeiro
de 2014 para a adesão ao sistema. Esse prazo inicial foi adiado posteriormente,
mas sem divulgação oficial, para abril deste ano. Segundo fontes, havia depois
o plano de prorrogar a adesão para junho deste ano. Posteriormente, a data foi
postergada para outubro e, agora, para o meio do ano que vem.
Uma projeção conservadora da Receita Federal aponta que a arrecadação
terá um incremento de R$ 20 bilhões por ano com o eSocial. Isso porque o novo
sistema vai aumentar a fiscalização, ao facilitar o cruzamento de dados. O
projeto do eSocial tem participação da Receita Federal, da Previdência Social,
do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Conselho Curador do FGTS.
Fonte: Jornal do Comércio
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