Participação recuou de 2,1% para 0,9%
em 13 anos, segundo estudo do Ipea. Em países da OCDE, porcentagem varia de 7%
a 40%
A exportação das micro e pequenas empresas cresceu entre 1998 e 2011, mas não tanto quanto a das médias e grandes, que têm peso maior no crescente mercado internacional de produtos agrícolas e minerais |
O
número de micro e pequenas empresas brasileiras que se aventuram no mercado
exterior aumentou, mas ainda assim elas perderam participação nas exportações
do país. Em 1998, esse grupo respondia por 2,1% dos recursos obtidos pelo
Brasil com a venda de bens e serviços; em 2011, a proporção caiu para 0,9%, de
acordo com estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea). Num grupo de 22 nações monitorado pela Organização para a Cooperação e
o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a porcentagem varia entre 7% e 40%.
Isso
não significa que os nanicos têm evitado os mercados internacionais. As micro e
pequenas exportadoras eram 8.772 no final da década de 90 (63% do total) e já
haviam superado a barreira dos 10 mil 13 anos depois: 11.525 (62% do total).
Mesmo o valor exportado cresceu no período, de US$ 1,6 bilhão para US$ 2,22
bilhões.
A
menor participação “parece ser explicada mais por uma expansão forte das
exportações por médias e grandes empresas do que por um resultado negativo” das
micro e pequenas, afirma o estudo, intitulado “Exportações de Micro e Pequenas
Empresas Brasileiras: desafios e oportunidades” e apresentado em abril do ano
passado na 25ª edição do Radar, publicação periódica do Ipea.
De
fato, a pesquisa, baseada em números do Sebrae e da Fundação Centro de Estudos
do Comércio Exterior (Funcex), mostra que o valor exportado pelas micro e
pequenas cresceu 36% no período, enquanto o das médias e grandes saltou 261%.
Os
autores do artigo – dois analistas do Sebrae e uma técnica do Ipea – atribuem
essa diferença a três principais fatores. “A partir de 2005, com a mudança de
tendência do câmbio, somada à expansão mais forte do consumo interno, parecem
ter se reduzido os estímulos à expansão das exportações das MPEs”, escrevem
Marco Aurélio Bedê, Rafael de Farias Costa Moreira e Flávia de Holanda Schmid.
Ao
mesmo tempo, “com o forte crescimento da demanda e dos preços das commodities,
estimulados pela expansão dos países emergentes asiáticos, verificou-se intensa
ampliação das exportações agrícolas e minerais brasileiras”, nas quais as
médias e grandes empresas predominam.
Por
fim, a crise financeira de 2008 consolidou a tendência. “Uma justificativa
possível é o fato de que entre os principais mercados de destinos das
exportações das MPEs estão os países mais afetados pela crise (Europa e Estados
Unidos) e os de baixo dinamismo econômico (América Latina). Apesar de as
exportações das MPEs destinadas aos países asiáticos emergentes terem crescido,
este crescimento foi muito mais modesto que o verificado entre as MGEs”,
apontam os pesquisadores.
Fonte: site TERRA
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