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26 de junho de 2014

Micros e pequenas empresas perdem força nas exportações brasileiras

Participação recuou de 2,1% para 0,9% em 13 anos, segundo estudo do Ipea. Em países da OCDE, porcentagem varia de 7% a 40%

A exportação das micro e pequenas empresas cresceu entre 1998 e 2011, mas não tanto quanto a das médias e grandes, que têm peso maior no crescente mercado internacional de produtos agrícolas e minerais

O número de micro e pequenas empresas brasileiras que se aventuram no mercado exterior aumentou, mas ainda assim elas perderam participação nas exportações do país. Em 1998, esse grupo respondia por 2,1% dos recursos obtidos pelo Brasil com a venda de bens e serviços; em 2011, a proporção caiu para 0,9%, de acordo com estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Num grupo de 22 nações monitorado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a porcentagem varia entre 7% e 40%.
Isso não significa que os nanicos têm evitado os mercados internacionais. As micro e pequenas exportadoras eram 8.772 no final da década de 90 (63% do total) e já haviam superado a barreira dos 10 mil 13 anos depois: 11.525 (62% do total). Mesmo o valor exportado cresceu no período, de US$ 1,6 bilhão para US$ 2,22 bilhões.
A menor participação “parece ser explicada mais por uma expansão forte das exportações por médias e grandes empresas do que por um resultado negativo” das micro e pequenas, afirma o estudo, intitulado “Exportações de Micro e Pequenas Empresas Brasileiras: desafios e oportunidades” e apresentado em abril do ano passado na 25ª edição do Radar, publicação periódica do Ipea.
De fato, a pesquisa, baseada em números do Sebrae e da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), mostra que o valor exportado pelas micro e pequenas cresceu 36% no período, enquanto o das médias e grandes saltou 261%.
Os autores do artigo – dois analistas do Sebrae e uma técnica do Ipea – atribuem essa diferença a três principais fatores. “A partir de 2005, com a mudança de tendência do câmbio, somada à expansão mais forte do consumo interno, parecem ter se reduzido os estímulos à expansão das exportações das MPEs”, escrevem Marco Aurélio Bedê, Rafael de Farias Costa Moreira e Flávia de Holanda Schmid.
Ao mesmo tempo, “com o forte crescimento da demanda e dos preços das commodities, estimulados pela expansão dos países emergentes asiáticos, verificou-se intensa ampliação das exportações agrícolas e minerais brasileiras”, nas quais as médias e grandes empresas predominam.
Por fim, a crise financeira de 2008 consolidou a tendência. “Uma justificativa possível é o fato de que entre os principais mercados de destinos das exportações das MPEs estão os países mais afetados pela crise (Europa e Estados Unidos) e os de baixo dinamismo econômico (América Latina). Apesar de as exportações das MPEs destinadas aos países asiáticos emergentes terem crescido, este crescimento foi muito mais modesto que o verificado entre as MGEs”, apontam os pesquisadores.
Fonte: site TERRA

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