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12 de agosto de 2014

Brasil está longe da 'estagflação', avalia presidente do Banco Central

Alexandre Tombini observou que país vive situação de 'pleno emprego'. Segundo ele, inflação também está sob controle na economia brasileira.

O Brasil está longe da realidade de "estagflação", que se caracteriza por redução do nível de atividade da economia com aumento do desemprego e da inflação, segundo avaliou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal na terça-feira passada (5).
"Na inflação, estamos longe da realidade de 'estagflação'", declarou ele. Tombini afirmou ainda que, há três ou quatro meses seguidos, está havendo deflação nos índices gerais de preços e informou que "não é por outra razão" que o Banco Central não sobe os juros básicos da economia brasileira desde maio deste ano, quando foi interrompido o ciclo de alta da taxa básica, que permanece em 11% ao ano.
O BC usa os juros para controlar o aumento de preços. Com taxas maiores, há menos crédito disponível e dinheiro em circulação, o que significa menos pessoas e empresas dispostas a consumir. Isso tende a fazer com os preços caiam ou parem de subir.
Em 12 meses até junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, somou 6,52%, acima do teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro. O cumprimento, ou não, das metas, porém, só vale para anos fechados (janeiro a dezembro). Analistas do mercado baixaram sua estimativa para o IPCA deste ano para 6,39% na semana passada. "A inflação tem que ser mais baixa, mas não há descontrole nenhum", disse Alexandre Tombini.
Sem crise
O presidente do BC também afirmou que não há crise no Brasil. "Certamente não podemos falar de crise aqui. A crise financeira global, que teve seu ápice em 2008, possui reverberações na economia global que ainda têm efeito. Estamos em um quadro de transição agora, também na economia brasileira depois de cinco ou seis anos de crise, e várias medidas para estimular atividade. Que crise é essa que estamos no menor nível de desemprego de todos os tempos na economia brasileira e inflação sob controle?", questionou.
Os números oficiais mostram desaceleração no ritmo de geração de empregos formais na economia brasileira. No primeiro semestre deste ano, dados do Ministério do Trabalho apontam para a menor criação de empregos formais em cinco anos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por sua vez, divulgou dados incompletos sobre o desemprego em junho.
Crescimento da economia
Sobre o nível de atividade da economia brasileira, Alexandre Tombini, do Banco Central, afirmou que estão acontecendo revisões para baixo da perspectiva de alta do Produto Interno Bruto (PIB) não somente no Brasil, mas na maior parte dos países desenvolvidos e emergentes. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Na semana passada, o mercado baixou, pela décima vez consecutiva, sua previsão de alta do PIB brasileiro, desta vez para 0,86%.
"A revisão das expectativas de crescimento têm sido mais uma norma do que exceção nas principais economias do G20 [grupo das maiores do mundo] e em emergentes também. Algum fator comum deve haver para explicar toda magnitude da direção das revisões que vimos recentemente. Estamos em um claro processo de melhora, mas a Europa e o Japão ainda estão recorrendo a estímulos", afirmou o presidente do BC.
  Fonte: G1

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