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25 de agosto de 2014

Donos do Burger King fazem acordo de inversão fiscal

A sede da empresa resultante da fusão com a Tim Hortons iria para o Canadá, país com mais facilidades fiscais

Burger King: acordos de inversão fiscal têm se multiplicado e ameaçam as receitas federais
Restaurante Burger King nos Estados UnidosNova York - O acordo que está sendo negociado entre a Burger King Worldwide, controlada pela empresa de private equity brasileira 3G Capital Management, e a Tim Hortons deve ser estruturado como uma inversão fiscal e a sede da empresa resultante deve ficar no Canadá.
Esse tipo de operação, em que uma empresa leva a sede para outro país por razões fiscais, foi duramente criticado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, no mês passado.
As duas empresas anunciaram na noite de domingo que pretendem criar uma nova companhia, que seria a terceira maior rede de restaurantes de serviços rápidos do mundo.
Segundo uma fonte, o acordo pode ser fechado em breve, mas detalhes adicionais sobre esse prazo ainda são desconhecidos. A cafeteria canadense Tim Hortons tem valor de mercado de cerca de US$ 8,4 bilhões, enquanto a Burger King, que nasceu nos EUA, vale cerca de US$ 9,6 bilhões.
Os chamados acordos de inversão fiscal têm se multiplicado recentemente e estão enfrentando forte oposição do governo norte-americano, já que ameaçam as receitas federais.
Ao se transferir para uma jurisdição com impostos mais baixos, as empresas conseguem poupar recursos com ganhos no exterior e, em alguns casos, reduzem a taxa corporativa geral.
Embora os acordos de inversão fiscal anunciados recentemente tenham envolvido empresas europeias, o Canadá também é foco de alguns deles, tendo em vista a proximidade e a similaridade do país com os EUA. A taxa de imposto corporativo federal canadense foi reduzida para 15% em 2012.
Após uma onda de acordos de inversão fiscal - como a compra da irlandesa Shire pela norte-americana AbbVie - a Casa Branca ordenou que o Congresso tomasse medidas para evitar que as empresas busquem esse tipo de transação.
Recentemente o Departamento do Tesouro dos EUA afirmou que está reunindo uma lista de opções para impedir ou evitar acordos como esses para que o secretário do Tesouro, Jacob Lew, avalie.
No fim de julho, o presidente dos EUA, Barack Obama, criticou esse tipo de operação e afirmou que elas prejudicam as finanças e a economia do país. "Minha postura é que não importa se isso é legal. Isso é errado", disse Obama durante um evento.
O presidente afirmou que republicanos e democratas deveriam trabalhar juntos para mudar a regra que permite que empresas "declarem que são sediadas em outro lugar, mesmo que a maior parte de suas operações esteja ali" nos EUA.



                                                                                                                      Fonte: Revista Exame

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